A megera

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Acordei de manhã com os raios de luz que se infiltravam pela janela do quarto. Senti algo pesado em cima de mim e vi que era o braço de Jungkook que me prendia contra seu corpo de modo que agora eu estava encarando sua blusa preta e com a cabeça encaixada bem abaixo do seu pescoço.

Suspirei frustrado. Uma parte minha estava feliz e a outra me dizia para sair correndo dali o mais rápido possível enquanto meu coraçãozinho ainda estava inteiro. Enquanto eu pensava no que fazer, levantei a cabeça lentamente e me deparei com a visão do inferno. Meus olhos se arregalaram quando fitei o rosto odioso daquela megera.

- Vadia do restaurante? - Perguntei incrédulo.

- Kim Taehyung. - Ela me respondeu enquanto me fulminava com os olhos.

Neste momento Jungkook se moveu e despertou. Olhou pra mim com certa confusão e então se virou em direção à porta na qual Hyun Myung Yi* estava encostada.

- Myung Yi, o que você ... ? Ele perguntou tentando encaixar uma coisa a outra e se levantou.

A vadia louca correu e se jogou em seus braços, plantando um beijo descarado em seus lábios.

- Querido, estava tão preocupada com você! - Ela disse com a pior imitação de fofura que eu já vi na vida e me lançou um olhar de relance. - Depois do jantar de noivado. - Ela falou aquela última parte bem alto para que eu ouvisse e prosseguiu. - Você saiu sem dizer nada, pensei que algo tinha acontecido. - Terminou e passou os braços ao redor de Jungkook.

Neste momento eu só podia me imaginar arrastando aquela vaca pelo quarto e a jogando pela janela.

Noivado, hã? Estão você está noivo seu maldito, e ainda por cima dessa vagabunda!

Me limitei a olhá-la com indiferença e caminhei em direção à porta do quarto.

- Tae ... - Jungkook me chamou. - Me desculpe, eu ...

Eu sorri friamente e o encarei.

- Não se preocupe, você não estava se sentindo bem, amigos são para essas coisas, né? Bem, já vou indo. - Falei e sai do quarto.

Minha mente estava um turbilhão. Noivado? Com Myung Yi? A mesma vagabunda que falou aquelas merdas para mim no nosso encontro no restaurante? Aquilo havia sido a quanto tempo, quatro meses? E agora ela era noiva do Jun?

Ri com escárnio ao lembrar da sua oferta de passar uma noite comigo e me fazer esquecer de todos os outros homens ... Como Hyung se meteu com essa galinha interesseira?

Aish, vadia louca!

Sai do apartamento e me segurei para não bater a porta, não iria dar para ela o gostinho de ver minha irritação. Caminhei pisando duro até o elevador e quase quebrei o botão de tanto apertar o número do meu andar. Enquanto esperava o elevador subir me olhei no espelho e a imagem refletida parecia um tanto miserável. Lá estava eu com um pijama de gatinhos, o cabelo bagunçado caindo sobre minha testa e o rosto vermelho de raiva.

Dane-se. Pensei. Pelo menos ver a cara dela ao encontrar seu noivo dormindo abraçado com um cara assumidamente gay foi impagável. Comecei a rir debochado, sozinho, até que o elevador parou e suas portas se abriram. Sai dele e fui caminhando até meu apartamento, quando um movimento estranho me chamou atenção. Virei rapidamente a cabeça para a direita, em direção as escadas de emergência, mas o vulto já havia sumido. Entretanto, por um breve momento, vi um vislumbre de seu rosto e ele não me era desconhecido. Parecia com um dos seguranças do Senhor Choi, o pai do Namjoon. Qual era mesmo o nome dele? ... Ho alguma coisa, Hob ... Bem, eu não me lembrava, pelo menos não do nome, mas do rosto sim, afinal ele era bem gato. Mas o que o segurança do Sr. Choi fazia se esgueirando pelo meu apartamento e do Namjoon?

Delírio (vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora