Epílogo - Vida nova: Parte 1

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Taehyung

- Diretor Kim? - Minha secretária, a senhorita Yoon, chamou entrando no escritório.

- Sim ... Aish. - Falei esticando os braços e endireitando as costas, sentindo um estralo. Estava há horas naquela posição, analisando o balanço comercial da empresa.

- O senhor tem uma reunião daqui a uma hora com o presidente Kim e os diretores. - Ela me estendeu um copo de café e eu agradeci. - O diretor Choi pediu para avisar que ele irá resolver um assunto pessoal durante o almoço e estará de volta a tempo para a reunião. - Sei, assunto pessoal ... Ele foi é almoçar com o Jin de novo. Merda, estou com inveja. Se Bunny fosse um estudante do segundo ano teria tempo para comer comigo também ... - Sua mãe ligou e pediu para ligar para ela assim que possível e seu noivo passou aqui mais cedo e deixou isso. - Só agora eu percebi que ela tinha um pacotinho nas mãos. Eu estava sentado na minha cadeira, no local no qual vinha trabalhando há dois anos, a filial da Kyunmato de Seul, e estava tão cansado e distraído que nem havia visto. Kookie ... Meu noivo, o que não era segredo para ninguém ali, sempre era tão amável e atencioso. Eu levantei com um pouco mais de pressa do que o necessário para pegar o pacote e a Srta. Yoon riu. Ela era uma boa pessoa, era quatro anos mais nova que eu e eu desconfiava ser uma fujoshi. Era competente e confiável, e apesar de não misturar trabalho com amizade, acabamos tendo uma comodidade juntos bem reconfortante, um pouco diferente do que acontecia com os outros empregados. Como eu disse, não era segredo para ninguém que eu tinha um noivo, apesar de eu não viver espalhando aos quatro cantos. O jovem e talentoso cirurgião, Jeon Jungkook. Porém, isso ainda não era visto com bons olhos por muitas pessoas. Eu sabia que comentavam de mim pelas costas, sentia os olhares tortos mas não me importava. Ninguém tinha coragem de falar na minha cara ou agir com preconceito comigo, de qualquer modo, afinal eu era filho do presidente e assim como meu pai havia me aconselhado, me tornei um pilar na empresa, de modo que meu trabalho e esforço não poderiam ser questionados.

- Obrigado. - Sorri ao pegar meu presente e a Srta. Yoon ficou lá parada, olhado disfarçadamente para o embrulho. Eu ri mentalmente da sua curiosidade e piguarreei. - Secretária Yoon? - Chamei encarando-a.

- Hm? Fala. - Ela levantou o olhar do pacote e só então pareceu se dar conta de que me travava de maneira informal. Na verdade até demais. Levantei uma sobrancelha para ela. - A-ah, quero dizer, sim Diretor Kim?

- Pode se retirar. - Ordenei ainda com a sobrancelha erguida e ela saiu após uma reverência meio exagerada. Assim que a porta se fechou eu ri. A mulher me lembrava a mim mesmo naquela idade, um tanto inconsequente e despreocupado. Bem, não que isso tivesse mudado muito.

- Vamos ver o que você tem para mim, Bunny ... - Abri a caixa e me deparei com um bilhete, escrito com a letra elegante de Jungkook.

"Olá, meu amor. Estou morrendo de saudades de você, ainda não acredito que sua mãe não quer que a gente se veja até o dia do casamento e por isso estou ainda mais ansioso por amanhã. Então como não posso te ver, quis te entregar algo para que se lembre de mim nessa sua última noite como um homem solteiro. Te amo, seu noivo, Jungkook."

- Ah, amor. Você sempre me surpreende. - Tirei de dentro da caixinha uma pulseira de ouro linda com um pingente delicado de diamante em forma de coração. Eu amei e amava todas as pequenas surpresas que ele me fazia de uma hora para outra. Coloquei o acessório no pulso, abaixo da pulseira rastreadora que Kookie me deu há anos, e adorei como ficou. Não era uma jóia muito masculina, mas quem se importava? Gostei de qualquer maneira. - Quero ligar para ele ... - Mas eu não podia pois tinha prometido a minha mãe que só o veria agora no casamento, na tarde seguinte. De onde omma tira essas coisas ...? Bufei e sentei na cadeira. Eu deveria aguentar. Dali a vinte e quatro horas eu seria o Sr. Kim - Jeon. A cerimônia seria na praia, no por do sol. Apenas as pessoas mais próximas iriam e eu não poderia querer nada mais. Depois iríamos Kookie e eu para a Austrália, para nossa lua de mel e para nos casarmos no papel, e então seria oficial, mesmo que não válido na Coreia, no restante do mundo seriamos marido e marido. Comecei a girar na cadeira e por fim parei virado para a parede de vidro. Observei Seul lá embaixo, a cidade fervilhando aquela hora do dia. Dali a pouco eu me reuniria com meu pai e os outros diretores. Meu pai anunciaria sua aposentadoria e nos preparariamos para declarar oficialmente para a mídia e aos outros acionistas. Eu estava nervoso. O anúncio oficial seria feito dentro de duas semanas quando voltassemos da lua de mel e eu me tornaria o presidente. Suspirei fundo e encarei minhas alianças, a de namoro e de noivado. Será que eu estou pronto para tomar conta de tanta gente? Em dias seria responsável por milhares de trabalhadores e famílias. Ainda não me sentia muito confiante mas daria o meu melhor. Eu era capaz, não assumiria o cargo apenas por ser filho do meu pai, mas por ser competente. Ele não deixaria a empresa nas mãos de qualquer um. Passei a mão no cabelo repetindo aquilo a mim mesmo e liguei para a Srta. Yoon para pedir que ela trouxesse algo para eu comer.

Delírio (vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora