Extra: Surpresas na lua de mel - Parte 2

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Taehyung

- Que porra é essa? - Exclamei ajudando Jungkook a deitar a mulher na cama e peguei meu celular para ligar para a emergência, enquanto ele a examinava. 

- Merda, não tem sinal. - Enfiei o celular no bolso novamente e peguei o de Kookie. Também fora de serviço. -Hyung, não dá para ligar para a emergência. - Me ajoelhei ao lado dele e olhei para a mulher. Ela estava mortalmente pálida. - O que vamos fazer? - Perguntei desesperado enquanto Jungkook checava o pulso dela e franzia o cenho.

- Ela está em trabalho de parto e parece muito fraca, desnutrida. - Ele tirou sua mão do pulso da mulher e levantou as mangas do casaco fino que a jovem vestia. Ela parecia ter cerca de vinte anos. - Olha isso, Tae. - Falou apontando para os hematomas ao longo de todo o braço dela. Claros sinais de violência e abuso.

- Filho da puta, como pode fazer isso com uma mulher grávida? - Fechei a mão em punho e olhei para a porta. - Ela disse ''Ele vai me pegar'', Hyung. Temos que chamar a polícia agora. - Jungkook concordou e passou os braços por debaixo da mulher, pegando-a no colo e a erguendo. Ela despertou e olhou em volta assustada, começando a sussurrar alguma coisa em chinês. ''Me ajudem por favor'', era o que dizia. Nunca agradeci tanto o fato de ser poliglota.

- Ele vai me pegar. - Falou novamente e só agora eu percebi, em um inglês péssimo, arregalando os olhos. A mulher segurou minha mão e me implorou com os olhos. Jurei que se eu encontrasse com o babaca ia dar uma surra sem dó nele, para que aprendesse como era não poder se defender.

- Calma, moça. - Falei em chinês e ela pareceu aliviada por eu poder me comunicar. Kookie também entendia. Era básico para o filho de qualquer família rica coreana falar pelo menos inglês, chinês e japonês perfeitamente. - Não vamos deixar ninguém te fazer mal. - Apertei sua mão mas ela fez que não com a cabeça.

- Vocês não entendem, ele é muito poderoso, está acima da lei por aqui. Quando ele me achar, vai me matar.

- Senhora, qual é o seu nome? - Kookie perguntou e gentilmente a colocou no chão.

- Jia Hui. - Sussurou se tremendo e então se curvou, colocando a mão na barriga. Fui para o seu lado e a amparei.

- Tudo bem, Jia Hui, meu nome é Jungkook e esse é meu companheiro, Taehyung. Nós somos corenos. Você é chinesa, certo? - A mulher acenou com a cabeça. - Bem, nós queremos te ajudar mas precisamos que nos conte o que está acontecendo. Quem é esse ele, é seu marido? - Ela negou veementemente e abaixou o rosto.

- Não, ele ... Ele é meu dono. É um traficante de pessoas. Me enganou me prometendo trabalho aqui e quando eu cheguei ... - A voz dela falhou e meu coração apertou ao ver mais lágrimas cairem. - ... Ele me forçou a trabalhar naquele lugar imundo. - Começou a soluçar e seu rosto ficou ainda mais vermelho. - Ele fez isso comigo. - Apontou para sua barriga. - E agora que a criança vai nascer disse que a venderia, então eu fugi. - Senti meus olhos umidecerem e a abracei. Como alguém podia fazer aquilo a outra pessoa?

- Sinto muito, Jia Hui. - Acariciei suas costas e deixei que ela chorasse. - Mas para que a gente possa te ajudar precisamos ir até a polícia, procurar ajuda e manda-lo para a prisão. Além disso você precisa de um hospital ...

- Não! - Ela gritou e se afastou. - Eu já disse que não podem, o delegado daqui é corrupto, vai nos entregar a ele e acabaremos todos mortos. - Olhei para Jungkook. Ele estava começando a se desesperar, eu percebi.

- E o que vamos fazer então? Podemos voltar para o hotel, pedir ajuda lá ... - Comecei mas ela me interrompeu. 

- Ele sabe que eu vim nessa direção, já deve estar vindo para cá com seus homens. - Jia se aproximou cambeleando e segurou nossas mãos. Percebi como era magra, estava com roupas velhas e o corpo sujo. - Me ajudem a chegar até uma caverna a mais ou menos dois quilômetros daqui, por favor. É um esconderijo, ele não conhece. Depois vocês podem voltar e fingir que não me encontraram, por favor ... - Ela fez cara de dor e colocou a mão novamente. - Eu ia ir sozinha, mas não consigo mais andar ...

Delírio (vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora