Just friends

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Acordei exausta por mais uma vez passado uma noite em claro, busquei meu celular de baixo do travesseiro e puta merda. Meio dia? Sério? Bufei olhando pro teto aceitando a realidade de que eu tinha que viver mais um dia.

Sinceramente eu queria parar de respirar nesse exato minuto.

Me levanto e me encaro no espelho totalmente insatisfeita com meu reflexo, esse cabelo realmente precisa de cuidados e da minha atenção. Arranquei minha camiseta grande branca e liguei o chuveiro enquanto atualizava as mensagens do WhatsApp que eu recebia.

Me enfiei de baixo do jato d'água e meu corpo inteiro se relaxou, cada músculo agradecendo pela água quente.

— Até que enfim, mocinha!

Revirei os olhos pra Nadine e sorri.

— Bom dia pra senhora também, tia! — terminei de descer as escadas.

Boa tarde. — ela corrigiu — o café não está mais na mesa... mas tem algumas coisas na geladeira. Só fuçar!

— É o que ela mais faz mamãe!

Rafaella brotou sentando aquela bunda mole no sofá enquanto dia de mim.

— Qual a boa de hoje? — Agora Gil.

Sai da sala e me encaminhei para a cozinha enquanto ainda escutava eles conversando. Meu estômago estava me matando! Cortei um pedaço de bolo que estava exposto no balcão da cozinha e voltei comendo.

— Você só faz isso, Madison?

— Gil, dá um tempo! — revirei os olhos.

— Deixa a bichinha comer em paz, Gilmar... — tia Na pediu e ele riu.

— E por que você não tá trabalhando, Cebola? — o encarei me sentando em uma poltrona.

— Férias, bebê! To livre caraio!

Ele comemorou e eu respirei fundo lembrando de que essa porcaria realmente tinha começado. De que a casa ia viver movimentada, que eu ia sempre cruzar o Júnior pelos cômodos e teria que voltar pro Brasil com eles para as festas de fim de ano e eventos do instituto.

— Inclusive precisamos resolver os últimos ajustes do instituto. — Nadine levantou apressada — eu sempre esqueço de falar com o pai de vocês.

Olhei para os dois que sobraram na sala e ao mesmo tempo eles retribuíram rindo, com certeza devem estar se perguntando "O Neymar é meu pai?" Tirando a Rafaella, claro.

Mesmo tirando sarro da situação, tenho Nadine e Neymar como meus pais no momento... já que nunca tive uma mãe por ela ter falecido no meu parto e pelo meu pai ter partido também há três anos atrás de infarto. Desde lá venho lutando pra ser independente e todas essas porcarias já que eu estava praticamente sozinha no mundo.

— E ai meu povo!

Júnior entrou na sala tirando a atenção de todos e lá estava ele como sempre, impecável. Um chinelo da Gucci que com certeza deve custar minha vida, uma bermuda preta grande demais para ele que chegava até suas canelas, uma camisa florida da Nike, um boné como sempre, e venho até me perguntando ultimamente se é o Neymar que usa o boné ou se é o boné que usa o Neymar. Ela não vive sem!

— Maninho!!! — Rafa o abraçou.

— E aí, preta...

— Quando ela vem assim pra tu, tu já sabe o que ela quer, né? — Gil riu dele e fez aqueles toques.

— Cala a boca Gilmar! — Rafaella gritou e deu tapas no amigo.

— E aí, Mad!

Ganhei um beijo no rosto e em seguida uma piscadela. O que me deixa totalmente desconfortável. E ele sabe como ninguém que isso me deixa sem graça, nervosa e com o rosto todo vermelho.

𝐁𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑  | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora