Pesadelo

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Um nervosismo tomou todo o meu corpo e eu ainda estava de olhos abertos, sentindo seus lábios nos meus, aquilo era real? Porque pra mim parecia ser mais um dos meus sonhos.

Fechei meus olhos pra viver aquele momento melhor mas antes que eu pudesse iniciar nosso beijo, tocar em sua língua ela se afastou de pressa. Seu peito subia e descia com sua respiração desesperada. Madison esfregou a mão na boca limpando qualquer vestígio meu nela e se levantou.

— Eu não posso! Não, não eu não posso!

Ela me olhava com lágrimas nos olhos e parecia estar perdida.

— Eu não quero fazer isso. Eu amo o Rafael, é horrível, é uma falta de respeito. Que ódio de mim!

— Calma, babe... calma! — eu nunca perdia o costume de chamar ela assim, era inevitável — você não precisa se odiar.

Eu não sabia dizer se eu tinha gostado do beijo dela ou se estava me sentindo horrível por ter induzido ela a aquilo. Talvez se eu não tivesse dito tudo aquilo ela não agiria por impulso. Seus sentimentos, emoções estão todos bagunçados e eu compreendo. Mas não posso ignorar o fato de que eu gostei de sentir ela novamente depois de meses.

— Fica aqui ok? Não vem atrás de mim, eu imploro. Dorme aí! Eu fico na sala, só não vem atrás de mim.

E foi o que eu fiz. Observei ela sair do quarto e eu fiquei. Respeitei seu desejo de ficar longe de mim, soltei o ar dos meus pulmões completamente exausto daquela merda. Amar Madison me matava aos poucos.

Meu maior desejo era voltar pra época em que eu nem sabia quem era ela, aquela época que ela parecia ser uma maluca na internet mandando fotos do seu corpo. Que se divertia quando me provocava, morria de ciúmes de mim e queria estar colada ao meu corpo vinte e quatro horas por dia. Nem parece que é a mesma garota... totalmente madura e centrada e eu acredito que fui o culpado por aquela Mad não existir mais.

MADISON POV.
Me deitei no sofá me recuperando do choro que queria vir e eu só pensava no Rafael. Em como fui podre em beijar outro homem, meu anjinho deve ter vergonha de mim. Eu sou uma vagabunda mesmo.

Meu cérebro jogou aquele beijo nas minhas lembranças mais uma vez e eu me lembro de como fiquei saciada em segundos, de como me agradou tocar seus lábios nos meus mas era totalmente errado e eu tive a ação de cortar aquilo e qualquer manifestação de sentimento.

Mas escutar aquelas coisas dele, de que se arrependeu, que ainda me ama e afins me balançou e eu não podia negar pra mim mesma. Pode passar mil anos e o que eu sinto por ele sempre vai existir... Rafael e Júnior foram as pessoas que mais me marcaram e eu não tenho nenhum dos dois.

Abri meus olhos lentamente e a sala estava iluminada, já estava de dia. Fechei os olhos me forçando a encontrar mais sono mas senti uma mão acariciar meus cabelos, era um cafuné gostoso de se sentir, permaneci de olhos fechados não me importando quem podia estar fazendo aquilo.

— Não precisa fazer isso com você.

Aquela voz disse aquilo e eu arregalei os olhos completamente assustada, meu corpo inteiro se arrepiou e eu me levantei de imediato.

— Oi! — seu sorriso se abriu e minha garganta secou.

— O que? Que isso? — perguntei com lágrimas nos olhos.

— Não precisa fazer isso com você.

— Madison acorda! Acorda, ei! É apenas um pesadelo, acorda!

Abri meus olhos e meu coração estava acelerado.

— Era ele, Júnior! — o abracei forte — o Rafael! Eu estou com medo...

— Calma, foi apenas um pesadelo. Não precisa ficar assim!

Sua mão acariciava minhas costas me acalmando e meu choro cessava aos poucos.

— Acho melhor você tomar um banho, já são onze horas...

Assenti secando meu rosto e me levantei do sofá. Júnior foi pra cozinha fazer algo e eu fui pro banho mas assim que sai, escutei meu telefone tocar.

— Oi...

— E ai meu amor, como tá? Melhorou um pouco?

— Uhum, preciso de ajuda. Tipo, de você...

— Pode deixar que depois de almoçar eu vou ai.

— Tá onde?

— No CT, esperando o almoço... falando nisso, o que você vai almoçar? Posso comprar algo pra ti...

— Júnior esta preparando algo, acredito. Pode ficar tranquilo!

— Então tá bom, em uma hora chego aí.

Encerrei a ligação com Philippe e desci, uma mesa estava montada para o almoço e era a lasanha congelada que eu e Rafa comprávamos.

— Acabei de tirar do forno, ainda está quente.

Assenti pra ele me sentei, comemos em silêncio, um silêncio que me incomodava e me fazia ter milhares de pensamentos mas Philippe chegou em casa logo.

— Ei, baixinha! — ele me abraçou e me beijou — Júnior cuidou bem de você?

Sorri pros dois que se cumprimentaram.

— Como foi o treino? — perguntei.

— Tranquilo. Tá todo mundo muito abatido ainda... — assenti desanimada.

Júnior nos observou calado e perdido por um tempo.

— Galera, eu vou resolver umas coisas em casa... — ele enfiou as mãos no bolso — Mad, qualquer coisa me liga... mais tarde passo aqui, ou trago a Rafa.

— Tudo bem.

Concordei sorrindo e recebendo seu abraço.

— Fica bem! Falou parça, até mais!

Os garotos fizeram aqueles toques e Júnior saiu do apartamento completamente confuso, eu o conhecia e algo incomodava ele.

— Pronto, agora me diz... o que você tem.

Philippe se jogou no meu sofá e me olhou.

— Eu beijei ele.

Me joguei no sofá junto dele.

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𝐁𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑  | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora