Ela não confia mais em você

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Talvez você possa me mudar
Talvez você possa ser a luz
Que abre meus olhos
Concerte todos os meus erros
Me mude, me mude

(Change Me - Justin Bieber)

— Tenho medo de você.

Falei aquilo sem demora e sem pensar, porque eu precisava ser sincera pelo menos uma vez na vida. E essa era a verdade.

— O que? — Júnior me olhou intrigado.

— Isso... eu tenho medo de ti. Todas as vezes que me entreguei, dos sacrifícios que fiz foram jogados fora, eu me machuquei, me quebrei.

— Eu não estava pronto pra algo tão grande e puro como era seu amor por mim, Mad. Mas eu juro que não vou te decepcionar de novo...

— Eu preciso ir, ok? — me levantei.

— Ir pra onde, Madison?

Júnior se levantou também e me encarou.

— Pra casa!

— Você é maluca? — ele abriu um riso desconcertado — já está tarde, não vai ter voos disponíveis pra você agora.

— Não arruma desculpas pra eu ficar, Neymar! Eu vou agora porque preciso entregar esse contrato amanhã.

Me ajeitei para sair mas ele agarrou meu pulso e eu respirei fundo pra me manter sã nessa situação. Eu odeio o jeito que ele tem poder sobre mim, o jeito que ele me olha e me odeio muito mais por me balançar.

— Fica no seu antigo quarto, durma lá, ou dorme com a Rafaella. Eu sei que você só quer ir embora por causa dessa situação que arrumei, então fica pelo menos pra descansar e eu juro que você não vai ver nem minha sombra nessa casa.

— Júnior eu...

— Sem mais, Anne! Você fica e amanhã eu posso até pedir o jatinho pra você.

Entrei no meu antigo quarto e observei tudo mais uma vez, estava do jeitinho que eu deixei. Até meus porta-retratos ainda estavam aqui, a verdade é que essa família nunca quis que eu fosse embora e ter que negar isso doía demais.

Me deitei na cama e disquei o telefone do Philippe torcendo pra ele atender e foi o que ele fez.

— Isso mesmo, você me liga, chora e diz que se arrependeu de ter ido, seguimos roteiro!

— Há-há-há, muito engraçado. — Revirei os olhos — Eu só liguei pra conversar, passar um tempo...

— Madison Anne... fala logo o que aconteceu.

Revirei os olhos entediada pelo jeito que ele me tratava como se eu fosse filha dele.

— Beijei o Júnior.

— Ainê, você me deve dez euros e um boquete!!!

Escutei ele gritar e fechei a cara me amaldiçoando por ter ligado pra aquele moleque.

— Sério? Vocês apostaram?

— Obviamente e agiliza logo porque tenho um oralzinho pra ganhar da boquinha de veludo!

— PHILIPPE COUTINHO.

— To zoando gata, quer dizer, um pouco — ele gargalhou — se puder ser rápida no desabafo, eu agradeço.

— Tchau.

— Não, princesa, por favor! To tentando fazer você rir, Mad...

— Tá fazendo errado. — Eu respondia sem humor.

𝐁𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑  | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora