Despedida com visita

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Abri os olhos lentamente, um pouco sonolenta ainda mas me assustei quando me vi no quarto do Júnior. Merda, Madison! Você dormiu aqui mesmo?

Me levantei com pressa e ele nem estava mais aqui, nove e meia da manhã... ele deve estar com o fisioterapeuta. Abri meu WhatsApp e tinha varias mensagens do nosso grupo como sempre... perambulei pelo quarto e um papel no criado-mudo me chamou atenção.

"Tive a ousadia de escolher uma roupa pra você usar quando acordar! Está no meu closet, bom dia babe!"

Suspirei com aquele bilhetinho e sorri boba lembrando da nossa madrugada... depois de ter morrido de vergonha com todo mundo sabendo de nós dois, fomos para o quarto dele ver algum filme. Ele foi carinhoso comigo a madrugada toda e a última coisa que lembro era ele deitado no meu peito e eu fazendo cafuné nele.

Entrei no banheiro e é impossível não lembrar das vezes que transamos aqui mas meu coração aperta ao saber que eu preciso ser racional e abandonar tudo isso o mais rápido possível. Estar com o Júnior era perigoso demais pra mim.

— É mãe... um sofá novo! Esse já saiu de moda, ninguém mais tem sofá nessa cor, a senhora não sabe?

Descendo as escadas pude ver Rafaella conversando com a Nadine.

— Rafaella, esse sofá está lindo, você sabe como demoramos pra encontrar um que combinasse com o resto da decoração.

— Bom dia, flores do dia! — sorri para as duas.

— Bom dia só se for pra você, né? — Rafaella cruzou os braços e se jogou na poltrona.

— Bom dia meu anjinho — tia Nadine me abraçou — dormiu bem?

— Muito! — sorri.

— Mãe... eu vou ligar pra um decorador que minha amiga me indicou, você vai amar!

— Rafaella, eu já falei, eu não vou trocar de sofá! — Nadine revirava os olhos.

— Mãe coisas horríveis aconteceram nesse sofá, a senhora não faz ideia!

Eu arregalei os olhos pra Rafa e ela arqueou as sobrancelhas pra mim.

— Tipo o que?

— O Juninho derramou leite nele! Foi isso! A Dona Luísa conseguiu limpar mas vai ficar fedendo isso aí...

Eu queria gritar de tanto que eu prendi a gargalhada.

— Se ficar, a gente troca, pode ser?

Minha amiga bufou e saiu batendo os pés e eu fui atrás dela.

— Eu nunca mais sento naquele sofá!

— Não é pra tanto maninha... — gargalhei e peguei uma banana da fruteira.

— Eu odeio vocês dois.

— Quem odeia quem aí? — Gil chegou na cozinha — Oh... ela dorme com banana na boca e acorda com outra!

Mostrei o dedo do meio pro menino e ele riu da minha cara.

— Por que você não vai arrumar um serviço, em Gilmar?

— Já fotografei hoje, minha linda! Inclusive Juninho tá vindo aí...

E estava vindo mesmo, sem camisa e de bermuda me fazendo me tremer todinha.

— Bom dia Madison Anne... como foi a noite? — ele chegou me olhando de cima a baixo e eu sorri.

— Como se você não soubesse, não é? Nojentos!

𝐁𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑  | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora