O Diário De Uma Garota "Feia"

Capítulo 4

15/02/2013

Querido diário,
Estou em falta com você, mas fiquei muito ocupada levantando a ficha da galera da minha escola na internet. Descobri cada coisa interessante que estou de cara até agora.

Primeiro uma bomba: a loira da minha sala se chama Evelyn e é irmã do meu príncipe. Olha para você ver, eu estava com ciúmes da minha futura cunhadinha esse tempo todo, hihi.

Segundo: a ruiva é Bárbara, é a "bff" da Evelyn, isso já dava para saber, elas não se desgrudam nunca.

Bom, continuando, agora sobre meu príncipe, a terceira coisa é que a Camila é a última namorada que ele teve. Ela é estilo modelo e ainda tem fotos dela nos álbuns no perfil dele. Hum, já não gostei.

Quarto: bom é que no status dele está escrito "solteiro". Disso sim eu gosto, gosto muuuuito...

Quinto: ele já está no terceiro ano do ensino médio, isso eu também não gostei.

Sexto: ele curte muitas páginas de esportes. Nota mental: começar a frequentar as aulas de educação física.

Sétimo: ele postou há pouco "se sentido animado", porém animado com o quê? Ou para quê? Hum, odeio meias palavras.

Mas enquanto eu não descubro o que é, deixa eu te contar as coisas que acontecerem essa semana. Bom, eu fui todos os dias nas aulas, por enquanto está tranquilo as matérias, também já fiz minha ficha na biblioteca e já peguei um livro de romance, para combinar com meu momento, claro.  Hum... Deixa eu ver o que mais fiz, ah, também fiz compras no supermercado com a mamy e ela comprou meu cereal preferido, nham, nham. Fui ao dentista e troquei as borrachinhas, agora estou usando de cor rosa, a cor do amor, ai ai. Voltando para os assuntos do colégio: meus adoráveis colegas de classe me apelidaram de "Fiona", a princesa do Shrek. Rá rá, muito engraçadinho eles, o pior é que esse apelido se alastrou em dois dias, e agora todos me conhecem por ele. AFF!!! Pior do que isso foi só quando peguei a maldição do pônei maldito, pônei maldito, lá lá lá... No Orkut.

Agora vamos falar do meu príncipe, eu o vi todos os dias, entretanto ele nem me olhou, sempre estava cercado de gente. Eu descobri onde é a sala dele e vivo indo lá no segundo andar despistadamente só para vê-lo. Ele senta no fundo da sala, às vezes concentrado na aula, às vezes não. Hoje quando fui ver ele, quase fui pega em flagrante, sorte que me escondi atrás do bebedouro, o azar foi que tinha uma garota bebendo água, e na correria eu acabei esbarrando nela, ela molhou toda a blusa e ainda engasgou. Pedi desculpas, ela fez um gesto obsceno para mim. Nossa, que pessoinha mais mal humorada! Depois que a garota terminou de me xingar a barra finalmente estava limpa, e eu pude sair correndo para minha sala.

Ufa! Essa foi por pouco. No último horário na aula de educação física, fomos para quadra. O jogo era queimada com duas bolas, eu fui a última a ser escolhida, e quem me colocou no time foi o professor, eu sinceramente preferia ficar no banco. Não sou boa em esportes com bola. Nem com remos, nem com água, nem com saltos, nem com luta, nem com nada. Resumo sou um grandíssimo desastre em qualquer esporte. Prefiro amarelinha, mas não tinha essa opção.

Fui praticamente convocada, então não tive escapatória. Nem preciso dizer que sou um alvo fácil, preciso? É claro que meus amáveis colegas queriam me queimar à todo momento. Eu misteriosamente consegui me esquivar das duas bolas lançadas à minha frente, fiquei contente, era só seguir uma estratégia, pensei, porém aí veio uma bola atrás que bateu na minha cabeça e me deixou até tonta, vi até aqueles passarinhos que aparecem nos desenhos animados. Fui pegar a bola para poder subir, quando a outra bola veio e se chocou no meu nariz. Ai que dor! Pensei até que tivesse deslocado meu nariz. Fiquei tão nervosa que comecei a gritar, no desespero até "senti" meu nariz mais para a direita. Agora imagina? Eu que não queria um nariz torto, quase em cima da bochecha. Pedi o professor para me levar para o hospital urgentemente, ele me acompanhou até a secretaria e todos ficaram rindo na quadra... Mas o bom foi que eu nem precisei ir ao hospital, para minha sorte meu nariz estava no mesmo lugar. Tive tanto medo, afinal, eu preciso dele. Foi um alívio e tanto.
Como era a última aula, fomos liberados. Eu vim segurando meu nariz, apesar de saber que ele não havia deslocado, tinha medo, sei lá, vai que ele cai? Como eu iria respirar? Todo cuidado é pouco.