Capítulo 30 _ Parte 1

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27/04/2013

Caro diário,
Hoje é o grande dia. É aniversário do meu amor.  Mal consegui dormir essa noite. Tive pesadelos medonhos como estar caindo de cara no bolo, e até mesmo eu estar de pantufas do Mickey Mouse no meio da festa. Eu sei, foi bizarro. Meu inconsciente conseguiu se superar. Acordei em pânico. Céus...

Bom, meu dia era para ser um sábado normal, mas claro que não seria. Eu levantei às seis, sério, às SEIS da manhã em pleno sábado. Quem faz isso podendo permanecer deitada até ao meio-dia? Euuu!

Liguei para o Caio assim que acordei, no terceiro toque ele me atendeu:

— Bom dia, amor! Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou com a voz sonolenta e rouca.

— Oi, meu amor! Aconteceu sim, e é muito sério. — Me joguei na cama.

— O que houve? Você está bem? Onde você está? — Ele disparou a perguntar preocupado.

— Calma, está tudo bem. O que aconteceu é que eu te amo muito, e estou te ligando para te dar parabéns! E desejar toda felicidade do mundo para você! — Expliquei e ele suspirou aliviado.

Thalita, que susto! Mas que bom que você me ligou, meu anjo. Você está sendo a primeira pessoa a me parabenizar pelo meu aniversário.

— Essa era mesmo a minha intenção, ser a primeira. — Sorri toda boba.

— Mesmo se não fosse a primeira, seria a mais importante, meu amor.

— Ei, se sua intenção era me deixar sem palavras, parabéns, você conseguiu. — Ouvi a risada dele do outro lado da linha.

— Essa era realmente minha intenção. — Admitiu me fazendo rir.

Depois de alguns minutos paramos com a rasgação de seda e desligamos.

Passei a manhã toda olhando o presente do meu príncipe. Acho que ele vai adorar, pelo menos espero que sim.

Estou com borboletas sambistas na minha barriga. Quero muito que tudo isso acabe logo. Não me sinto nada confortável diante de muitos olhares e não sou boa para me socializar com as pessoas, ainda mais se tratando de pessoas bonitas e com condições financeiras elevadas. E pior, que se acham superiores. Claro que existem pessoas com essas características que não se encaixam na turma dos esnobes. Porém infelizmente nenhuma dessas estará presente naquela festa. Disso eu tenho certeza.

Eu estava sem lugar, parecia que a qualquer momento eu iria botar um ovo. Então decidi me arrumar. Tomei banho, coloquei meu vestido, terminei de me arrumar e mandei uma mensagem para a Alice:

"Olá, estou pensando em ir para sua casa, sei que está muito cedo ainda, entretanto estou muito ansiosa para ficar aqui. Posso ir?"

Permaneci com o celular na mão esperando a resposta. Depois de cinco minutos e meio, não que eu estivesse cronometrando o tempo, imagina, ela me respondeu:

"Oi, pode sim. Está muito cedo na verdade, mas pode vir. Quer que eu peça meu pai para ir te buscar?"

Own tão fofa!

"Não precisa, daqui a pouco estarei aí. Beijos"

Segui para a casa da minha best. Depois de meia hora cheguei lá.
Alice veio abrir a porta sorridente e me abraçou animada.

— Você veio se arrumar aqui? — Perguntou e eu estranhei. E ela estava de óculos, hein!

— Não, na verdade eu já estou pronta. — Respondi e ela me olhou de cima em baixo.

— Não mesmo!

— Ei, que papo é esse? Estou sim, acho que eu sei quando estou arrumada ou não. — Rebati e ela pegou na minha mão.

— Amiga, confia em mim, você está mais para um panda embrulhado numa folha de bananeira, do que para uma garota que está indo na festa do namorado!

Nossa pegou pesado, hein?! Amigas...

Abaixei a cabeça envergonhada. Eu tentei fazer uma maquiagem, porém levando em consideração que eu não domino o assunto deu nisso.

— Mas você gostou do meu vestido, né? — Perguntei e ela fez uma cara que doeu o meu pâncreas.

Meu vestido é lindo, é verde-musgo brilhante de camadas, tem gola bege e bolsos cor de abóbora na altura do busto.

— Olha, amiga, vem comigo! Temos muito trabalho a ser feito e o bom é que temos bastante tempo a nosso favor. — Ela saiu me puxando.

Tentei protestar e tal, várias vezes, porém ela nem me ouviu. Ameacei, até juntei o topo dos meus dedos indicadores e pedi para ela cortar e nem assim ela se dignou a me ouvir. Fui vencida pelo cansaço.

— Ok, ok, você venceu, mas você pode me dizer pelo menos o que irá fazer comigo — Perguntei apreensiva e ela sorriu como uma criança prestes a aprontar.

— Será uma surpresa! — Respondeu misteriosa.

Ai, papai!!!

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