Capítulo 29

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26/04/2013

Prezado diário,
Hoje é sexta-feira, véspera do aniversário do meu amor. Isso mesmo, é amanhã a festa. E eu estou numa ansiedade tremenda por essa festa, você não tem nem noção do quanto.
E pela primeira vez na história da minha humilde existência, ao invés de comer como se o mundo estivesse acabando, rolou o contrário. Já até emagreci um pouco, o que não acontecia há alguns pares de séculos. Claro que não estou passando fome, dãããã eu ainda sou a Thalita, lembra?!

Bom, sobre a festa e os preparativos: já está tudo certo. Minha sogrinha fez questão de cuidar de cada detalhe. O que é bom e péssimo ao mesmo tempo. Sabe como é...

E sobre meu "look" está tudo ok também, comprei há algumas semanas e é simplesmente perfeito para a ocasião. Tenho certeza que você está curioso, hihi. Porém vai ter que esperar até amanhã.

Não vejo a hora dessa festa acabar logo, apesar de nem sequer ter começado, isso está levando embora todas as minhas energias.

Vou me arrumar e ir para a casa da Alice, ela disse para levar as coisas e me arrumar lá, porém não estou a fim de carregar peso. Daí na hora da festa vamos juntas. Meu príncipe até queria vir me buscar, mas adivinha? Te dou um doce se você acertar quem foi totalmente contra. Isso mesmo. Minha adorada sogra. Sempre facilitando minha vida. Sorte sua diário de não ter sogra, se não ela te transformaria no "destrua esse diário" e você se descabelaria, aliás se despapelaria, não que essa palavra exista, entretanto é só para você entender o meu drama. É meu amigo, não é fácil não.

Hoje a aula correu normalmente, o único problema foi que Caio faltou e também não me avisou o porquê, o que eu achei muito estranho.
Assim que o sinal bateu nos dando a  alforria, eu fui direto para a casa dele, pois ele poderia estar precisando da minha ajuda ou algo do tipo.

Chegando lá bati a campainha e uma garota que nunca vi mais linda abriu a porta.

— Quem é você? — Perguntei desconfiada. Será que eu tinha batido na porta errada? Olhei a rua para me certificar.

— Quem é você, garota? Você que bateu aqui. — Aff, já vi que dali não saía nada.

Olhei de relance para a sala de estar e meus olhos não acreditaram no que viram. Ultrapassei rapidamente a senhorita-sei-lá-quem-era, que a propósito tentou me segurar na porta, e adentrei aquele ninho de najas. O que eu estava vendo? O que eu estava vendo? Eu estava olhando para um jovem lindo, fofo e carismático e que iria completar dezessete anos no dia seguinte. Isso mesmo, IRIA. Porque eu estava prestes a mandar ele para marte em alguns segundos.

— Caio! — Chamei irritada. Ele me olhou assustado com a minha invasão.

— Oi, meu anjo! — Se levantou vindo em minha direção e eu dei um passo para trás. — O que está acontecendo? — Ele me olhou como se eu não tivesse motivos.

Deixa eu descrever a cena em que eu encontrei o meliante do meu namorado: sentado no sofá, sorridente com três lindas garotas em volta e uma delas além de ser linda era a Camila. A CAMILA!!! Trucidando em 3,2,1...

— Eu que te pergunto: o que está acontecendo aqui?

Hoje foi o dia de devolver as perguntas, e ninguém responder nada, percebeu?

— Ora, do o quê exatamente perguntado?

Aaaaaah, eu vou dar um mortal combate nele!

— Você não foi à aula, não me avisou nada e quando eu chego aqui te encontro nesse harém. — Nesse momento eu estava fuzilando com os olhos cada uma delas.

— Primeiro que não deu pra ir na aula, segundo que eu te avisei sim. Estou falando desde o início dessa semana que hoje eu iria faltar.

Vish, isso é verdade. Ele me avisou cerca de cento e oitenta vezes, porém nessa loucura toda eu até me esqueci disso. Tá, mesmo assim o réu ainda vai para o júri.

— Tá, isso foi mesmo, mas e o resto? — Apontei com a sobrancelha para as garotas que me olhavam como se eu fosse um zumbi.

— Ora, vem comigo. — Ele praticamente me arrastou até elas e começou a apresentá-las: — Amor, essas são minhas primas. Essa é a Dani. — Apontou para uma loura de nariz pequeno e olhos verdes.

— Prazer! — Ela me disse com cara de poucos amigos. Respondi e ele continuou.

— Essa é a Fernanda. — Apontou para a morena, de olhos castanhos que me lembrava a Branca de Neve. Também cumprimentei e ele então continuou: — Essa é a Ellen. — Apontou para a garota que estava atrás de nós, foi ela quem abriu a porta para eu entrar/invadir a casa. Linda de cabelos cacheados pretos com mechas rosa. E por fim, entretanto não menos irritante: — E a Camila que você já conhece. — Ela abriu um largo sorriso e eu improvisei um breve esticar de lábios na horizontal. Como um bico de pato mesmo.

— Olá, querida! — Ela levantou me abraçando.

— Olá, como vai? — Eu tentei ser simpática. Juro.

— Bem e você?

Eu estava bem até agora, hum.

— Bem também. — Respondi dando um sorriso de coala à la Sheldon Cooper para ela. — Não sabia que a Camila é sua prima. — Falei e ela sorriu de lado.

— Pois é, querida. Praticamente crescemos juntos. Temos uma história né, Cacá?

Uma história? Cacá? Onde está um trator quando a gente precisa?

— Devo ter esquecido de te contar. — Caio disse se sentando no sofá e me puxando para me sentar ao seu lado.

— Deve mesmo. — Respondi mal humorada.

— Então, querida, estávamos de saída, eu e as garotas vamos no shopping. Vamos encontrar a Evelyn que já está lá. Quer vir também? — Camila me convidou.

Ah, não querida, prefiro comer meu próprio pé.

— Não, obrigada. Divirtam- se! — Sorri fraco.

— Tudo bem, mais tarde estaremos de volta. —  Elas se despediram e saíram.

— Mais tarde estarão de volta? — Franzi o cenho.

— Sim, meu anjo, elas resolveram se hospedarem todas juntas aqui. — Caio contou tranquilamente.

Na casinha do cachorro, né???

— Onde precisamente? — Perguntei e ele sorriu travesso.

— A Camila está no quarto da Evelyn, e as outras estão nos quartos de hóspedes. Por quê?

Ora, jura que você não sabe? Hum.

— E a tomate se... digo, a Bárbara não vai encontrar com elas? — Percebi que não foi citada na lista da Camila.

— Não, por algum motivo ela não vai muito com a cara da Camila. — Respondeu e eu assenti. Sei bem o motivo... Estava pensando nisso quando ele me beijou de surpresa. —Terminou o interrogatório, minha ciumenta? — Ele sorriu após se afastar da minha boca.

— Terminei. — Sorri também. Terminar eu terminei mesmo, mas não gostei nada nada do que eu ouvi.

Continuamos namorando até minha sogra chegar e acabar com o clima. Caio me trouxe aqui em casa, mas voltou logo para lá. Para perto daquelas lindas garotas. Para perto da Camila. Ai eu odeio sentir ciúmes!!!

O Diário De Uma Garota "Feia"Onde histórias criam vida. Descubra agora