Capítulo 37 _ Parte 2

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12/05/2013

Querido diário,
O luau era ainda mais incrível do que eu imaginava. Havia muitas pessoas bonitas na praia, vestidas com roupas claras. Tá, confesso que quando eu fui convidada, imaginei uma fogueira na areia, com algumas garotas em volta, dançando ula ula. E não tinha nada disso. Na verdade era tudo muito moderninho. Tinha Dj e a música era animada.

Eu e Caio fomos com o novo casal e a vela da Camila. Fala sério, só ela não percebe que está sobrando. Fomos todos dançar e depois de umas quase quinze músicas, sentamos exaustos na praia admirando o mar sob a luz do luar. Romântico, não? Pois é. Caio faz isso comigo. Faltou só uma musiquinha de fundo tipo aquelas nos filmes de romance que me fazem desabar de tanto chorar. Se bem que nesses filmes no final alguém sempre morre. Deus me livre disso! (Bati na madeira da minha cômoda), Prefiro aqueles filmes de comédia romântica que no final o casal fica junto, curtindo várias aventuras divertidas e o melhor, vivinhos da Silva.

Bom, voltando ao que estava te contando: eu e Caio sentamos para recuperar o fôlego, depois de namorar um pouco decidi buscar umas bebidas para nós dois. Fui para um quiosque próximo à praia que tinha tantas opções que eu fiquei em dúvida. Então pedi dois drinks (obviamente que sem álcool, na verdade são sucos enfeitados nos copos com direito a guarda-chuvinha. Tão fofo.) E depois de mudar o pedido algumas vezes, e o balconista fazer uma cara feia para mim, finalmente me decidi pelo suco de abacaxi natural. Delícia!
Peguei os copos e segui para a praia, estava admirando a beleza do copo, tinha uma rodela fina de abacaxi aderida à borda do copo. Os canudinhos eram em espirais, tão criativo. Entretanto algo chamou minha atenção, de longe eu percebi que estava rolando uma coisa estranha. Ao me aproximar identifiquei Camila sentada na frente de Caio. Ela sorria amplamente e de repente o beijou na boca. Eu deixei os copos caírem no chão, não acreditando no que estava acontecendo diante dos meus olhos. Eu sentia uma mistura de raiva, tristeza e sei lá o que mais. Mesmo não sendo a Thalita de antes, eu não podia competir com ela. É triste reconhecer isso. Mas claro, apesar disso eu não iria simplesmente cruzar meus braços.

Então quando pensei em ir até lá acabar com a festa, Caio tomou a atitude de acabar com aquilo. Ele empurrou ela, e eu quase pulei de felicidade, ainda havia uma esperança. Ele falou coisas com ela que não ouvi. Porém para minha decepção ela ainda sorria e eu preferi observar um tempo para ver o que iria acontecer. Senti meu coração acelerar ao ver os dois se abraçarem. Eu não acredito, como ele pôde fazer isso comigo? Como ele faz isso na minha frente? Os dois sorriram e então ela beijou o rosto dele. Eu sentei na areia e comecei a chorar, claro, sou muito boba mesmo. Eles são primos, ela está na casa dele a todo momento, já devem estar juntos há muito tempo. E eu aqui, achando que ficaríamos juntos para sempre.

Depois de um tempo fui até lá ver o que estava acontecendo. Precisava ouvir da boca dele.

— O que houve? — Escondi as lágrimas e fingi não saber de nada.

— Houve que você é uma garota de sorte. — Camila falou com um enorme sorriso.

— Sorte? Eu? — Só podia ser ironia. Como posso ter sorte com essa concorrência desleal?

— Sim. Você tem um namorado lindo e que te ama. — Ela respondeu. Precisava falar que ele é lindo? Isso eu e a metade da população presente na praia sabemos.

— E por que está rindo? O que é tão engraçado? — Perguntei com um nó na garganta.

— É que aconteceu uma coisa muito divertida. Não é, Caio? — Ela pegou na mão dele, e eu mordi os lábios para não começar a chorar na frente deles.

— Verdade, mas e você, não foi buscar as bebidas? — Ele me perguntou ainda segurando a mão dela.

— CHEGA! — Gritei furiosa e eles ficaram com os olhos arregalados, acharam que eu não descobriria nada, mas eu vi. Então eu saí correndo, cansei de fazer papel de tonta.

— Thalita? Espera! — Ouvi Caio gritar, mas não parei. Porém o fato dele ser atleta não ajudou muito, minhas pernas não foram pátio para ele. Então rapidamente ele me alcançou e me agarrou. — Amor, o que houve? — Ele me apertou em seus braços.

— Ainda me chama de amor? — Perguntei magoada.

— Por que não te chamaria? — Me olhou confuso.

— Eu vi o beijo! — Contei e as lágrimas desabaram.

— Que beijo? Ah, espere? Você está falando da Camila? — Ele riu.

— Não, dá Megan Fox. — Droga, que péssima comparação eu fiz, afinal as duas são lindas. Por que não citei outra pessoa? Tipo a bruxa keka?

— Amor, você entendeu tudo errado, ela... — Eu o interrompi.

— Eu vi, Caio, o fato de usar lentes de contato agora não me fazem ser cega. — Ironizei e voltei a andar.

— Mas nem tudo que parece é. — Falou e eu continuei andando até que de repente ele me pegou no colo. Eu tentei fazer que ele me soltasse, mas não consegui. Então em pouco tempo estávamos na frente a Camila. Eu não conseguia acreditar que ele fez isso. Ele então finalmente me colocou no chão.

— O que aconteceu? — Ela se levantou da areia e aproximou de mim.

— Jura que você não sabe? _ Ironizei e ela franziu o cenho.

— Ela viu o beijo. — Caio a alertou.

— Ah, é isso! Não foi nada demais. Fui eu que beijei ele. — Ela sorriu.

— E ainda fala assim? — Perguntei indignada.

— Calma, deixa eu explicar, na verdade... — Eu a interrompi.

— Pois eu não quero saber de nada.

Estava para sair dali quando Caio me abraçou. — Amor, por favor, ouve o que ela tem para dizer! — Pediu me olhando nos olhos. Eu fiquei paralisada.

— Thalita, como eu dizendo, eu beijei o Caio, e ele me afastou. Disse para eu desistir, contou que ele te ama e que eu não tenho mais a minima chance. Foi bem duro ouvir, e pior ainda repetir, mas foi isso que aconteceu. — Ela contou séria.

— Que mentira! Eu vi vocês abraçados depois. — Respondi e abaixei a cabeça.

— É verdade. Porém isso aconteceu porque ele garantiu que iremos continuar sendo amigos. Eu achei que ainda tinha chances com ele, mas ele só tem olhos para você. Thalita, me desculpe! Eu fui uma grande boba de atrapalhar vocês dois... — Ela continuou falando, mas eu já não ouvia mais nada.

— Isso é verdade? — Perguntei apreensiva.

— Claro. Eu te amo! E você não imagina o quanto. Desculpa te fazer... — Não deixei ele terminar de falar e o beijei.

— Então você me desculpa? — Ouvi a Camila perguntar. Entretanto eu não conseguia soltar meu amor. — Oie! Gente? — Ela insistiu. — Tá, já entendi o recado. Chega de atrapalhar vocês.

Finalmente! Eu até consegui ouvir um coro de anjos cantando: ALELUIAAAA!!!

— Então, ainda está brava comigo? — Ele me olhou nos olhos.

— Claro que não. E ela tem razão. — Sorri.

— Razão de quê? — Perguntou confuso.

— Eu tenho sorte. — Respondi e ele negou com a cabeça.

— Eu é que tenho sorte por ter você na minha vida! — Nos beijamos novamente e ficamos na praia mais um pouco.

Quando voltamos para o hotel meu sogro disse que queria a presença de todos no dia seguinte para tomar café, pois a sogrinha queria falar com todos nós. O que será que ela vai aprontar? Mais essa agora!

O Diário De Uma Garota "Feia"Onde histórias criam vida. Descubra agora