Capítulo 18

1K 148 3
                                    

08/03/2013

Caro diário,
Hoje é sexta-feira, fomos no museu, lembra que eu te contei mês passado sobre essa visita que faríamos? Pois é. Foram todas as turmas do ensino médio, cada ano em um ônibus, o que foi uma pena, queria muito ter ido no ônibus do terceiro ano junto com o meu príncipe, mas fazer o que né?!

E para piorar a situação, infelizmente, a dupla dinâmica 'Pink e Cérebro' digo, Evelyn e Bárbara foram no mesmo ônibus que eu, e claro, elas não perderam a chance de me importunar. Que garotas recalcadas!

Elas passaram o tempo inteiro me enchendo, me provocando, cochichando e de cara fechada para o meu lado. Eu fiquei na minha, fiz até tranças, era uma forma de tentar me acalmar, afinal eu não podia ficar cedendo ao joguinho patético dessas 'pirralhas', por mais que isso fosse praticamente impossível.

Chegamos ao museu, após uma 'longa' viagem. — Chegamos, estão prontos para a diversão? — Helena, minha professora de biologia, anunciou sorridente como se estivesse falando com um bando de crianças da primeira série.

Demos risadas e saímos para a "diversão". Aquele bando de "pintinhos amarelinhos" saíram alvoroçados do ônibus. Minha dupla favorita saiu antes de mim e quando eu saí a Evelyn colocou a pata, digo o pé, na minha frente e eu quase fui ao chão. QUE ÓDIOOOO! Elas gargalharam e bem na hora que eu ia "descer do salto" o ônibus do meu príncipe estacionou atrás do nosso e elas ao perceberem se distanciaram, porém continuaram me olhando torto.

Ele desceu todo lindo e já veio me abraçando. Preciso dizer que as pessoas ainda se assustam com o nosso namoro? Pois se sim, eles se assustam, e não é pouco. Alguns "amigos" do meu namorado, ai adoro falar isso, MEU NAMORADO, hehe, continuando, eles se afastaram dele, como se minha feiúra fosse contagiosa. Meu príncipe ficou triste, claro, mas me disse que era melhor assim, afinal se eles se afastaram é porque não eram seus amigos de verdade. Mesmo assim, ainda estou arrasada com a situação. Não queria nada disso, minha vontade é de falar

— EI, BANDO DE IDIOTAS, EU NÃO MORDO, NÃO!!! — Mas o Caio me desencorajou afirmando ser perda de tempo, e eu acabei percebendo que seria mesmo, não vou gastar o meu latim que eu não falo com esse povo.

Depois de me dar um longo beijo, daqueles que até as células do corpo ficam "desorientadas", seguimos de mãos dadas para dentro do museu.

— E essas tranças, minha Rapunzel? — Ele brincou sobre meu penteado de "terapia".

— Ah, fiz ele para me segurar e não cair no jogo da sua irmã e a amiga dela. — Respondi em um tom quase calmo. Quase.

— O que elas fizeram dessa vez? — Perguntou parando na minha frente. Nossa que pergunta difícil, seria mais fácil ele perguntar o que elas não fizeram, daí por eliminação ele saberia que o resto foi o que elas fizeram, resumindo tudo e mais um pouco.

— Ah, o de sempre, elas não se cansam. — Suspirei desanimada.

— Amor, estou de saco cheio delas se intrometerem no nosso namoro. — Ele falou irritado e eu quase derreti. Ai céus, que fofura ambulante!

— Uma hora elas vão ter que aceitar. — Falei enquanto chegávamos junto com a turma, no salão principal do museu.

— Assim espero. — Ele me deu um selinho rápido e seguimos olhando as ossadas de dinossauro.

Que medo! Um maior que o outro, e todos em posição de ataque. Bom ainda bem que estão mortos, e espero que continuem assim. Para evitar a fadiga, meu príncipe ficou comigo o tempo todo. Em um momento fui ao banheiro e a Bárbara foi no meu rastro, mas eu estava tão no mundo da lua (novidade né?! Hehe) que nem percebi, ela chegou e me empurrou contra a pia, cara bati a quina dos meus "quartos" e doeu pra caramba.

AAAI! QUE ISSO? — Gritei assustada.

— QUANDO VOCÊ VAI ENTENDER? ENQUANTO VOCÊ NÃO ACABAR COM ESSA PALHAÇADA, NÃO VAMOS TE DEIXAR EM PAZ. — Ela estava como um animal selvagem pronto para me atacar.

— O QUE VOCÊ GANHA COM ISSO? ELE NÃO FICARIA COM VOCÊ! — Falei tomando alguma distância dela.

— NÃO INTERESSA, MESMO QUE ELE FIQUE COM QUALQUER OUTRA GAROTA, É MELHOR DO QUE VER ELE COM VOCÊ, FIONA!

AFF, faltou só a linguinha e o chocalho para ser uma cascavel completa.

— VOCÊ É RIDÍCULA! — Convenhamos, me segurei demais, né diário? Só que isso foi o estopim para aquela maluca me atacar. Ela agarrou minhas tranças, e eu me debati feito uma minhoca, tá, eu sei, não sou uma candidata ao UFC. Mas a gente faz o que pode né? Depois de tapa para tudo quanto é lado, gritos estridentes e de meia cabeleira solta no ar, finalmente algumas garotas descobriram o "reboliço" e gritaram atraindo todos. Caio correu e nos separou.

— PARA, SOLTA ELA, BÁRBARA! — Ele estava irritado e tentava tirar meu cabelo das patas da projeto de tomate seco, mas nisso veio a sei-lá-o-que-importante-do-museu e acabou com a bagunça. Resultado? Nosso colégio foi expulso do museu. Dá pra crer? E agora todos me olham como se a culpa fosse minha.

Fui embora no ônibus do meu príncipe e ele me deixou aqui em casa. Minha lateral dos quartos ainda doem e eu definitivamente O-D-E-I-O essas garotas!

O Diário De Uma Garota "Feia"Onde histórias criam vida. Descubra agora