Capítulo 32

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30/04/2013

Querido diário,
Hoje o dia foi tranquilo apesar da guerra de ontem. Isso porque as garotas não deram o ar da graça no colégio. E sinceramente o ar fica mais leve, o céu mais azul, os pássaros cantam mais alegres e a minha homeostase fica impecável. Você deve estar se perguntando porquê estou falando assim. Te explico, a homeostase, ou seja, meu equilíbrio interno, sempre fica abaladíssimo na presença da dupla dinâmica. E também porque tive aula de biologia hoje, hehe.

Na hora do intervalo meu amor estava jogando vôlei e eu fiquei na arquibancada torcendo, a cada ponto marcado ele me mandava um beijo todo fofo.

— Oi, tudo bem? — Ouvi uma voz familiar e virei para o lado.

— Oi, tudo e você? — Sorri ao ver o Jonas.

— Bem também, posso me sentar do seu lado? — Ele também sorriu.

— Ei, que cerimônia toda é essa? — Ergui a sobrancelha.

— É que você está babando aí no seu namorado, não quero atrapalhar. — Esse é o velho Jonas de sempre.

— Não atrapalha, senta aí e baba também. — Brinquei e ele franziu o cenho.

— Ei, que papo é esse de baba também? Olha você errada aí. — Ele cruzou os braços.

— Deixa de ser bobo. Não é nada disso que você está pensando, mas sim no sentido de que você não é bom em esportes, então baba em quem é. — Expliquei e ele continuou me olhando sério.

— Se você acha que não sou bom em esportes fique sabendo que você acertou em cheio. — Acabou por rir e se sentou ao meu lado.

— Já tive uma amostra do quanto no último jogo de basquete. — Rimos alto.

— É mas você também não pode falar muita coisa senhorita-que-corre-da- bola. — Se referindo ao meu vexame extracurricular.

— Ah tá, senhor-qual-é-o-nosso-time que passou a bola para o time adversário. — Gargalhamos lembrando dos nossos fora em quadra.

— Acho que a NBA nunca irá nos querer. — Ele falou fingindo estar chateado.

— Você acha? Para o bem do esporte é melhor ficarmos na arquibancada. — Minha barriga já estava doendo de tanto rir ao lembrar dos nossos micos esportivos. Quando conseguimos nos controlar mudei de assunto. — Obrigado pela ajuda ontem. — Sorri fraco.

— Foi ridículo o que elas fizeram. — Ele fez uma careta.

— É, foi mesmo. — Suspirei cansada. Ele ficou olhando para o além do horizonte e eu continuei: — E você ainda está a fim dela? — Perguntei como quem não queria nada.

— Eu? — Ele me olhou confuso. Eu que não seria, né?

— Sim, você. — Ele ponderou.

— Ah, então... — Vish, começou a enrolação.

— Fala logo. Sim ou não? — Eu já sabia a resposta.

— Apesar de tudo, sim. Eu sei, sou um idiota. — Confessou. Mas tem saúde, é o que importa.

— E você conversou com ela depois daquele rolo da festa? — Rolo é pouco, está mais para um terremoto de magnitude 6 na escala Richter.

— Ainda não. Ela nem sequer olha na minha cara depois daquilo. — Contou desolado. Tadinho, e a culpa foi minha.

— Sinto muito pela confusão! — Ele ergueu a cabeça.

O Diário De Uma Garota "Feia"Onde histórias criam vida. Descubra agora