12/05/2013
Prezado diário,
No dia seguinte, eu e Caio levantamos bem cedinho e fomos ver o nascer do sol na praia. Foi tão lindo! Você nem imagina.Então voltamos e estava na hora do café, e já encontramos a grande família na mesa. Até minha sogrinha já estava lá. Nos sentamos e nos servimos.
— Bom dia! — Nos cumprimentamos educadamente, nem parecia a família das tretas.
Enquanto eu me servia de um café da manhã, digno das novelas que tem sempre um copo de suco de laranja bem amarelinho, minha sogrinha começou a falar:
— Chamei vocês aqui, para ter uma conversa muito séria. — Fez suspense.
Ai meu Deus! Será que vai ser tipo aquelas novelas, em que a pessoa fica boazinha porque sabe que vai morrer? Deus me livre! Nós nunca nos demos muito bem, mas daí a ela morrer, seria muito triste. E se ela me assombrar? Eu morro de medo de fantasmas. E olhando para minha sogrinha, percebo que ela tem cara de assombração que puxa pés à noite. Cruzes.
— Eu conversei longamente com a minha filha, Evelyn, e ela me fez entender que eu não posso interferir na vida dos meus filhos. — Continuou falando. Não disse? Olha as provas aí. Vê se ela estivesse bem, ela diria isso.
— Com isso você está dizendo que... — Caio deixou no ar.
— Estou dizendo que por mais que eu não aprove o namoro de vocês, eu não irei mais ser contra. — Ela respondeu colocando seu cabelo liso para trás da orelha.
— Que bom que a senhora finalmente entendeu, mãe. — Caio sorriu lindamente e pegou na minha mão por debaixo da mesa, me fazendo sorrir também.
— Já era tempo! — Meu sogro levantou as mãos encenando uma oração.
Levantamos as nossas também, e a sogrinha revirou os olhos, mas acabou por rir também. Ela sabe que não tem jeito, por mais que ela queira, não pode mudar nada.
— Obrigada, mãe! É bom saber que podemos contar com a senhora. — Evelyn disse animada, e beijou o Jonas.
—Tá, agora menos, minha filha. — Ricardo falou incomodado e todos rimos.
— Que tal se a gente fosse jogar frescobol? — Caio propôs animado e eu e Jonas tivemos uma rápida conversa por trocas de olhares, do tipo: lascou!
Fomos todos para a praia e jogamos casal contra casal. Na minha primeira tentativa eu nem sequer toquei na bola, ou seja, eu raqueteei (se é que essa palavra existe) o ar. Eu e Jonas, vergonhosamente e bizarramente demonstramos em público, toda a nossa falta de habilidade com os esportes, haha.
— Meu Deus, imagina vocês dois no mesmo time? É para acabar com qualquer jogo. — Comentou Ana chocada.
— Mãe! — Caio e Evelyn a repreenderam praticamente juntos.
— Não tem problema, é a mais pura verdade! — Falei tentando segurar a risada, mas não consegui. E foi gargalhada geral.
— Thalita, o aue foi aquela raquetada sem a bola? — Jonas brincou.
— Pior foi você que acabou jogando foi a raquete, que acertou em cheio a testa do cara de sunga do homem aranha. — Falei e já não aguentávamos mais rir.
Passamos uma tarde muito agradável juntos, agora é como se fôssemos uma família. Tem sempre um desentendimento e um arranca rabo básico, porém no final nos divertimos bastante. A Camila após tomar o fora do Caio, foi embora assim que chegou no hotel. Ou seja, na noite anterior, mas pelo que Evelyn me contou, assim que chegou lá ela disse para a tomate seco que estávamos em um clima amigável, e ela ficou lançando chamas pela boca. Eu e Evelyn agora nos damos razoavelmente bem, apesar das implicâncias. Acho que não seríamos nós, se não fosse assim.
Estávamos arrumando as coisas para vir embora, quando ouvimos gritos histéricos: — AAAAHHH! SOCORRO! — Fomos todos correndo para ver o que estava acontecendo, e quando chegamos na porta do quarto, encontramos Ana e Evelyn correndo para fora, então viramos e voltamos correndo com elas. Quando finalmente paramos para descansar, de uma corrida que nem sabíamos o porquê de estarmos fazendo.
— Mas o que houve? — Perguntei com o coração entre os dentes, sim, eu não tenho preparo físico para fugir. Em meio a uma situação de emergência, eu me sento e falo: Deus, cuida da minha alma!
— Tem um monstro naquele quarto. — Ana contou com um semblante aterrorizado.
— Tipo o Frankenstein? — Perguntei com medo.
— Pior que isso. — Ana respondeu e se sentou.
— O que tem lá, Evelyn? — Ricardo perguntou.
— Eu peguei nele, eu peguei nele. Preciso lavar as mãos. — Ela falou e saiu correndo feito louca.
Então eu, Caio e Jonas seguimos o Ricardo que foi com uma vassoura na frente.
— Estamos armados. — Avisei para que o monstro pudesse ouvir, e os meninos me olharam confusos. — É para ele não tentar fazer gracinha. — Expliquei sem jeito.
— Shiuuu! — Meu sogro disse e nos aproximamos sorrateiramente. Espreitamos cuidadosamente pela porta mas não vimos nenhum sinal. — Eu vou entrar. — Ricardo disse.
— Não, pode ser perigoso. — Falei me escondendo atrás do Caio.
— Vamos todos juntos. — Meu amor sugeriu.
— Tudo bem. No três. Um, dois já! — Jonas disse e eles entraram me deixando por último.
— Ei, o que houve com o três? —Reclamei brava. Eles fizeram sinal para eu ficar quieta, então olhamos em volta e não vimos nada.
— Ele já deve ter ido embora. — Caio sussurrou.
— AAAAH! — Minha sogra apareceu gritando e todos gritaram de susto também.
— O que foi, Ana? — Ricardo perguntou com a vassoura em posição de ataque.
— Ele está ali! — Ela apontou para onde as malas estavam. Então o Ricardo se aproximou devagar, e eu comecei a rezar para que pudéssemos sair vivos dessa.
— Não acredito! — Ele disse sério.
— O que é, pai? — Caio tentou se aproximar de onde ele estava, mas eu não deixei, permaneci segurando o seu braço.
— Esse é o mostro? — Meu sogro pegou algo em cima de uma mala.
— Zack! — Jonas falou e foi pegar ele.
— Zack? Quem é Zack? — Minha sogra perguntou tomando distância.
— Zack é meu sapo de estimação. — Jonas respondeu acabando com qualquer possibilidade da nossa sogrinha achar ele um garoto normal.
Caímos na gargalhada passado o susto, depois de um tempo, viemos embora. Eu e Caio namoramos por um bom tempo, depois de rir muito lembrando do filme de terror que vivemos por causa da aparição surpresa de Zack.
— Foi tão bom passar esse fim de semana com você, meu anjo. — Ele disse me abraçando.
— Também gostei, amor. — Sorri nostálgica das partes boas, claro.
— Podíamos repetir isso mais vezes. — Ele sugeriu e eu concordei. — Agora eu tenho que ir. — Me beijou.
— Ok. Até depois! — Falei e ele permaneceu abraçado comigo.
— Tchau! — Riu travesso.
— Tchau! — Falei e ele me beijou novamente. — Ora, você não está indo embora? — Franzi o cenho.
— Estou, mas daqui a pouco. Agora quero beijar minha namorada mais um pouco, posso? — Ergueu a sobrancelha.
— Não, não pode. Você deve! — Ri da sua cara de susto.
Nos beijamos por um longo tempo, até meu pai aparecer e alertar que já estava tarde. Então ele foi embora.
Ai diário, tenho tanta coisa para contar para a Alice que ela vai morrer de tanto rir.
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O Diário De Uma Garota "Feia"
HumorThalita é uma adolescente muito atrapalhada, que acabou de mudar de cidade e de se matricular na nova escola. Bem nesse dia ela conheceu Caio, o garoto mais bonito e popular do colégio. Foi paixão à primeira bolada, digo, à primeira vista, da parte...