A simplória afirmação de que quando não podemos possuir algo, isso somente nos faz desejá-lo ainda mais, me causa constantes arrepios... Em alguns lugares, escutamos que o ser humano nunca alcançará a verdadeira felicidade, pois sempre que conquistamos algo que deveria teoricamente nos satisfazer, logo construímos outros objetivos em nossas mentes, outras conquistas à alcançar, sejam elas algo como um sentimento superficial para o conforto próprio, indeterminadas quantias em dinheiro, bens materiais, ou até mesmo em algo subjetivo como o amor... Estamos em constante mudança até o dia de nosso último suspiro.
"Você sempre vai querer com mais intensidade aquilo que não pode ter." – 6ª Lei de Newton.
Eu, pessoalmente, não sei onde me encontro neste fato ou teoria, mas posso dizer que possuo exatamente o que eu desejava há anos...
...
C? A sua mão passou sobre a minha testa sem que eu a notasse se aproximando de mim. A sempre foi silenciosa demais. Às vezes eu realmente queria saber o que se passa na sua cabeça... Declarou com certa preocupação, logo um sorriso entreaberto se formou em meus lábios e ela me mostrou uma careta. O que foi?
Eu estava refletindo sobre algo.
E sobre o que você estava refletindo? Subitamente, ela usou o apoio da poltrona e sentou-se sobre mim colocando uma perna de cada lado do meu corpo. De frente para mim, eu me pegava admirando parte de sua silhueta, me segurando para não a tocar da forma que eu gostaria.
Era algo relacionado a mim...
A você? Ela se inclinou sobre mim, se aproximando ainda mais enquanto trazia o aroma viciante de sua pele próximo a mim.
E a você. Curiosidade tomou conta do seu semblante.
Eu realmente queria tê-la tomado para mim com intensidade naquele instante, caindo sobre ela ao chão ali mesmo, tão sedento quanto um animal para puni-la pela forma despretensiosa como constantemente me provoca sem perceber, sem dar a mínima para as possíveis consequências... A sempre me provocou um desejo sem igual e isso nunca mudou.
O que acha de sairmos hoje?
Ela cruzou os braços abaixo dos seios e ergueu uma das sobrancelhas enquanto me encarava, sempre desconfiada como uma gata de rua, mas relaxou para uma risada breve.
Já é noite e está nevando, por acaso no meio das suas reflexões você andou bebendo? Me lembro de ter pedido para você parar um pouco.
Quem sabe? Dei de ombros. Eu vou pegar o seu casaco, afinal, caminhar às vezes faz bem. O frio acalma os nervos, sabia? Fiz com que ela ficasse de pé e me levantei.
Quais nervos?
É melhor você não saber quais. Ela riu.
Você é maluco.
Sim. E não me falta nada.
Sr. C
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VERDADE ROUBADA
RomanceAssinando os seus textos apenas com os pseudônimos "Srta. A" e "Sr. C", eles compartilham uma história... Após suportar uma repentina sequência de eventos assombrosos em sua vida, "A" se encontra em um desequilíbrio emocional quase irreparável, e qu...