Trigésima Sétima Anotação

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Quando ela sorria para mim, o mundo inteiro parecia mudar de cor. Diante de mim hoje, ela sorria, mas diferente do sentimento que passava por mim, agora eu mal sabia o que pensar ou sentir. A não sorria para mim, mas sim para o teto, logo quando me viu ao batente da porta, a observado de longe com cautela, ela inspirou fundo antes de dizer: "Infelizmente acho que será uma longa noite novamente...".

O meu olhar seguiu na direção do seu no mesmo instante, sem sequer entender o que isso queria dizer, mas quando ela passou a contar que podia escutá-lo acima de nossas cabeças, andando de um lado para o outro como um relógio antigo, para mim, foi como se alguém tivesse acertado uma pancada em minha barriga com algo nada flexível.

"Quando não há sinal da sua presença, eu sei que é dia, e quando é o contrário disso, como agora, significa que estamos no início da madrugada..."

A encarei bem antes de formar o conjunto de palavras que saíram de minha boca em seguida:

"A, quem estaria no andar de cima? Eu estou aqui."

Depois de um intervalo longo, ela me encarou, como se tivesse voltado a si, sorrindo de uma forma contida, envergonhada.

Para ela, eu aparentemente estava começando a acreditar que estivesse enlouquecendo.

"É, talvez eu esteja imaginando coisas.", respondeu encerrando completamente o ocorrido, e mesmo com os meus questionamentos seguintes, ela apenas descansou o rosto em minhas mãos. Como se o meu toque a acalmasse.

A verdade é subjetiva dependendo da forma que você, ou alguém, a entende, no entanto, independente deste fato, ou não, eu felizmente já havia conseguido os seus novos medicamentos, e agora, as coisas passariam a ser do meu jeito.


Sr. C

VERDADE ROUBADAOnde histórias criam vida. Descubra agora