"Onde há implicância, há amor", foi o que ela disse ontem.
Se eu não me engano, A leu isso em algum lugar e achou que se encaixaria perfeitamente em mim. Hun, como se tudo o que eu fizesse a ela fosse por simples e pura implicância... Que bobagem.
C...? Seguindo o som de sua voz, o meu olhar pousou sobre a porta do banheiro. O chuveiro já havia sido desligado há algum tempo. Pode pegar as minhas roupas?
Senti uma de minhas sobrancelhas se erguer automaticamente.
Por que você não se troca mais no quarto? Perguntei de forma sutil, mas demorou alguns segundos para que ela voltasse a falar, logo uma entonação impaciente veio acompanhada ao som de sua voz, e não deixei de rir ao ouvi-la, afinal, eu havia perguntado de propósito e com apenas um único objetivo, o qual ela já sabia.
Eu já disse antes, eu nunca mais faço isso.
E no closet?
Vai demorar? Indagou.
Medrosa.
Diga isso quando eu estiver te socando. Ela riu. Acho que eu as deixei na cômoda.
Me levantei da cama e peguei as suas roupas, na verdade, apenas mais uma de suas camisolas e roupa íntima.
Pronto. Anunciei em frente a porta.
Uma fresta se abriu e uma mão pálida surgiu por ela procurando a minha, logo me peguei desviando dela. O que eu acredito ter sido um gemido de contestação saiu de A logo em seguida.
Droga, C. Me dê logo as roupas.
É assim que você pede um favor?
Só no seu caso. Um sorriso se formou em meu rosto.
Que terrível.
Pobrezinho. Quase pude vê-la revirando os olhos através da porta. Ei, se eu ficar doente, a culpa vai ser sua, de novo.
Eu posso viver com essa culpa.
Eu não tenho tanta certeza disso.
Suspirei melancolicamente.
Certo, me desculpe... A mão dela passou a mover-se novamente, mas eu a agarrei com rapidez e a puxei por inteiro para fora do banheiro, logo ela caiu sobre o meu peito sem ao menos entender o que estava acontecendo.
Com uma das mãos tentando desesperadamente manter a toalha já solta sobre o seu corpo, o seu rosto havia tomado a cor de uma cereja e não contive a gargalhada de satisfação em ver isso.
É... Falei tomando fôlego ainda a mantendo em meus braços. O cheiro adocicado que a acompanhava era inebriante para mim e naquele instante, eu mal sabia dizer onde eu havia jogado as suas roupas. É, você sempre tem razão, A.
Ah, que cheiro bom...
Sr. C
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VERDADE ROUBADA
RomanceAssinando os seus textos apenas com os pseudônimos "Srta. A" e "Sr. C", eles compartilham uma história... Após suportar uma repentina sequência de eventos assombrosos em sua vida, "A" se encontra em um desequilíbrio emocional quase irreparável, e qu...