Capítulo 3

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Layla narrando

Depois de um tempo imóvel, finalmente me mexi e abri as cortinas mesmo com medo, quando as abri, passei os olhos pelo jardim e não encontrei nada, ninguém estava ali, será que foi coisa da minha cabeça?

Acho que sim, estava tão assustada que devo ter criado uma ilusão de ver algo passando pela janela, deve ser isso. Só pode ser isso!

Me sentei no sofá novamente e então fiquei olhando pela janela por um tempo, não tinha nada para fazer, não tinha amigos para conversar e nem para onde ir, essa cidade era pequena e quieta nada acontecia, mas para mim mesmo parecendo ser desse jeito, os mais velhos ainda pareciam esconder algo.

Como a dona Valentine ao lado da minha casa, ela parecia uma velhinha simples, mas de vez em quando, quando não toma seus remédios, ela começa a falar coisas estranhas sobre a floresta e também começa a ter surtos e crises de pânico do nada.

Quando resolvi me levantar para comer algo, ouvi batidas na porta, o estranho é que as batidas pareciam ecoar pela casa inteira, meus ouvidos estavam sensíveis de mais hoje...

Fui até a porta e vi... Dona Valentine? Ela estava com olheiras, seus cabelos escuros estavam um pouco bagunçados e sua cara estava amassada, sem falar que ela está com roupas de dormir.

Ela me olhava seriamente, de longe pude ouvir os gritos de sua filha atrás dela, provavelmente não deve ter tomado seus remédios de novo, mas mesmo assim, por que ela está justamente na porta da minha casa?

Valentine-Você o viu não foi? Se você não morreu... Significa que... Você é... Um deles.

Xxxx-Mamãe o que está fazendo aqui?

Pergunta sua filha aparecendo do outro lado da rua, eu olhei para a senhora a minha frente e ela tinha um olhar calmo, ela pegou minha mão e sussurrou algo como "Tome cuidado! ".

Eu-Deles? Deles quem? E o que quer dizer com tome cuidado?

Quando ela ia responder sua filha começou a puxá-la para a sua casa, antes de entrar a mulher se virou e sussurrou " Tome cuidado! ".

Ela entrou na casa e eu fiquei alguns instantes ali parada, a casa dela era do outro lado da rua e tinha mais cinco casas separando a nossa... Como eu pude ouvir dessa distância? Meus ouvidos podem até estar sensíveis hoje, mas nada justifica eu poder ouvir aquele sussurro.

Fechei a porta com força e subi para meu quarto, eu acho que é melhor eu dormir um pouco, será que peguei algum trauma e por isso estou agindo assim? Não sei se é possível!

Me deitei na cama e me ajeitei, fechei os olhos por um instante e no outro ouvi um barulho estrondoso e logo um vento forte bateu, derrubando algumas coisas da minha prateleira, abri os olhos e vi que a janela tinha se aberto.

Me levantei para fechá-la e assim que o fiz uma forte chuva começou, quero dizer uma tempestade repleta de raios e trovões, algumas árvore balançavam violentamente, temia que uma delas pudesse cair em alguma casa.

Resolvi descer para fechar a porta da cozinha antes que molhas se tudo, desci quase correndo, fechei todas as janelas e quando cheguei na sala vi que estava tudo fechado, me virei, mas por um momento vi algo estranho cravado na porta. Então me virei de novo e caminhei até a porta, andei devagar e quando cheguei na frente da mesma, cheguei um pouco mais perto para ver melhor.

Minha respiração ficou irregulada, respirei fundo várias vezes e pisquei uma, duas, três vezes, para ver se o que estava na porta era mesmo real, passei as pontas dos dedos pela porta, aquilo não poderiam ser marcas de unhas, está bem longe daquilo... Aquela marca era de garras, bem maior que minhas unhas... A única que está dentro de casa sou eu... Então eu sou a única que pode ter feito... Isso...
 

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