Capítulo 4

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Layla narrando

Me afastei da porta e fui para a cozinha beber um pouco de água para me acabar, tudo está muito confuso desde aquele dia na floresta, se eu não tivesse ficado até de noite lá, nada disso aconteceria, não é?

Eles me avisaram tantas vezes para não ficar lá até de noite, eu devia tê-los ouvido mesmo achando ser besteira, será que existem mais coisas como aquela da noite passada? Será que é isso que todos escondem de nós?

Deixei o copo em cima da mesa e voltei para a sala, subi as escadas rapidamente, coloquei apenas um short jeans curto e calcei minhas sapatilhas pretas já bastante gastas.

Desci as escadas e fui para a sala, andei até a porta com a enorme marca de garras e abri a mesma, a fechei quando sai da casa e atravessei a rua correndo, passei algumas casas e parei em frente a casa amarela.

TOC TOC

Bati na porta e então segundos depois uma moça abriu a porta, a filha de dona Valentine, ela deu um sorriso torto e me olhou de cima abaixo disfarçadamente.

-Em que posso lhe ajudar?

Eu-Poderia conversar com sua mãe por um instante?

-Se for sobre o incidente ocorrido a pouco, me desculpe...

Eu-Não, não é nada disso, só preciso conversar com ela, ela me disse algo.

-Mamãe diz muitas coisas quando não toma seus remédios, mas assim que volta ao normal, não se lembra de mais nada.

Dona Valentine aparece atrás dela, nas escadas, ela faz sinal para eu subir, a filha dela não percebeu que a ela estava lá e eu apenas a olhei.

Eu-Por favor, é algo muito importante!

-Tudo bem, mas se ela agir como uma louca novamente me diga, ela ainda não tomou os remédios, pois diz que eles são ruins, eu vou insistir mais tarde.

Dá um sorriso acolhedor e me dá espaço para entrar, eu entro e ela me leva até o quarto de Valentine, a senhora estava sentada em uma poltrona olhando para a janela.

Eu entrei no quarto e logo sua filha foi embora, me permiti fechar a porta e fui até a senhora de cabelos brancos, me agachei na sua frente e a olhei no fundo dos olhos.

Valentine-Sabia que iria voltar, por isso não tomei os remédios, eles me deixam dopada.

Dá um sorriso amarelo.

Eu-Precisava perguntar... O que quis dizer com " Você é um deles"?

Valentine-Sabe, você parece muito com sua avó, principalmente os olhos, os lindos olhos azuis.

Eu-Não estou aqui para falar de minha avó, muito menos da minha mãe.

Valentine-Quando sua mãe foi embora e deixou você com sua avó, foi um erro, um grande erro.

Eu-Minha mãe não tem nada haver com nossa conversa.

Valentine-Sua avó era muito curiosa quando jovem, nós duas éramos, mas naquele dia... Ela sofreu as consequências de seus atos.

Ela só está falando coisa com coisa, parece que não vai mesmo responder minhas perguntas, por que falar de minha avó e de minha mãe? Ela não deve saber de nada, só é uma velha caduca, não é mesmo?

Eu-Acho melhor eu ir.

Falo suspirando, me levanto mais antes mesmo de me virar, a senhora segurou minha mão fortemente.

Valentine-Parece que você é impaciente, jovem. Você errou do mesmo jeito que sua avó, naquele dia, eu não fui com ela... Não fui até a floresta, tínhamos brigado, estava chovendo muito, ela queria ir mesmo assim, mas eu disse que era perigoso, nossos pais sempre nos falaram para não ir.

Eu-Do que a senhora está falando?

Valentine-Eu estava com medo, mas sua avó disse que se ela não fosse, ele ficaria com fome. Ela foi em baixo da tempestade e levou comida a ele, ela passou muito tempo lá, tempo demais... Era lua cheia, ele estava sem controle, ela foi... Foi... Ela...

Dona Valentine começou a chorar e começou a me pedir desculpas, me implorou para perdoá-la, ela começou a gritar coisas sem sentido, eu tentei acalmá-lo, mas logo sua filha chegou e me pediu para sair.

Quando estava no andar de baixo escutei um grito, na verdade parecia um grito, mas eram apenas sussurros... Que só eu poderia ouvir.

"Ela foi... Mordida!"

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