Capítulo 58

16.5K 1.6K 300
                                    

Layla narrando

Depois de tomar um banho - Com água fria - voltei para o quarto, peguei a bandeja que estava na porta e não demorei a tomar um supressor, comi a comida que estava na bandeja e depois peguei a bandeja de ontem que estava intocada e essa outra bandeja, coloquei a mesma na porta e voltei a trancar a porta, eu sei que já tomei o supressor, mas... Depois daquele sonho nem vou ter coragem de olhar na cara de Nicolas.

Mas também não vou ficar trancada nesse quarto, nem pensar. Eu já sabia quanto tempo o supressor durava, era só eu não chegar perto de outros lobos, especialmente de Nicolas, se nada disso acontecesse eu poderia ficar até 4 horas com o supressor funcionando dentro de mim.

Eu me sentei no parapeito da janela e sem pensar muito pulei, eu sabia de uma pessoa com quem eu poderia conversar e não sentir os efeitos, o garoto do porão! O cheiro dele, mesmo antes, era fraco e mesmo que não fosse... Eu queria ver se ele estava bem, faz alguns dias que não o vejo.

Eu sei que não é o melhor momento para vê-lo, mas... Agora é meio que perfeito! Nicolas não vai chegar perto de meu quarto por enquanto, Alex provavelmente vai apenas pegar as bandejas e André não vai tentar falar comigo, por que acho que ele percebeu como eu fiquei da última vez que nos falamos... Estou contando com isso na verdade.

Quando cheguei na frente do porão eu abri as portas e rapidamente o cheiro de poeira invadiu minhas narinas, acho que nesses últimos dias ninguém veio aqui, fiquei bastante assustada quando vi que o garoto estava desmaiado e só era sustentando pelas correntes.

Eu fui até ele e tomei um susto maior quando ele levantou a cabeça e me olhou dos pés a cabeça. Ele tinha olheiras, suas Pupilas estavam dilatadas e em um vermelho vivo.

Eu-Não me assuste desse jeito!

Reclamei.

-O que aconteceu com você? Tem algo diferente...

Eu-Não é nada, mas e você? Vim ver como estava e vejo você nessa situação, fiquei assustada.

Falei e tirei as correntes de seus pulsos e tornozelos, elas já tinham deixado várias marcas em sua pele pálida, ao contrário do que você pensam eu não vim oferecer meu sangue ou algo assim, mas... Se ele pedir eu vou dar. Como eu disse, seu cheiro não me incomoda e, pelo menos para mim, ele é uma boa companhia, reconheço que nossa "troca de favores" Foi bem estranha, mas... Bem, eu precisava de alguém como ele e não me perguntasse se está tudo bem sabendo que não estava.

Ele praticamente caiu em cima de mim, ele com certeza não estava bem, preocupada eu o levei até uma mesa que tinha ali e sentei ele lá.

-Faz um tempo, mas senti a presença do filho do meio de John, ele esteve aqui, não esteve?

Eu-Sim, mas Nicolas pediu para um bruxo apagar sua memória e depois levou ele para sua casa novamente.

-Quem diria que aqueles dois se tornaram rivais.

Ele deu um meio sorriso, mas não demonstrou esta feliz com a situação.

Eu-O que quer dizer com isso?

-Meu pai trabalha para John desde que eu era pequeno, ele é um dos transformados de John. Bom... Eu conheci eles dois quando era criança e se me contassem que eles iam ser como agora ue nunca ia acreditar. Eles eram muito ligados, uma pena tudo ter acabado assim.

Ele deu de ombros.

Fiquei com um aperto no coração, imaginei o quanto eles deviam ser ligados, não sei muito sobre Nicolas ou Kaique, mas... Deve ter sido difícil para Nicolas se afastar de Kaique ou... Sei lá, eu realmente queria saber mais sobre o passado de ambos.

Eu-Mas e você? Não tem nenhum irmão?

-Tenho... Mas não é como se eu fosse contar minha vida para você.

Ele falou de um jeito grosseiro, eu bati na cabeça dele com raiva.

Eu-Deixa de ser rude! Não sei se percebeu mais estou te ajudando.

-Não pedi por nada disso.

Eu-Se você tivesse fugido naquele dia eu não precisaria vir aqui e nem ficar preocupada com você, então tenha um pouco mais de educação!

Falei um pouco irritada.

-É legal te ver estressada.

Ele sorri de canto e eu reviro os olhos, esse garoto queria mesmo me deixar irritada? Estou fazendo o favor de ajudá-lo e lhe presenteando com minha ilustre companhia (Não aguentei ^^) e ele me trata desse jeito, ele não tem modos?

Ele colocou a mão na minha cintura e me puxou para mais perto, meus olhos se arregalaram quando percebi o quão perto ele estava, podia até mesmo sentir a sua respiração em meu rosto. Isso me fez lembrar do meu sonho e então senti minhas bochechas queimando, sem falar que... Os sintomas voltaram.

Eu-É melhor você me largar, e-eu venho aqui depois por que agora-

-Descobri! Descobri o que tem de diferente com você.

Sentir o rubor mas minhas bochechas aumentando, nem eu sabia por que estava tão envergonhada, mas... Ficar perto dele desse jeito não está me fazendo bem, preciso me afastar e rápido!

Tentei me soltar dele, mas o mesmo só me puxou para mais perto e percebi o grande sorriso que ele tinha no rosto, ele estava brincando comigo?!

Eu-Para de sorrir como um idiota e me solta! É sério!

-Por algum motivo gosto de ver suas reações, então essa sua reação é nova para mim. E eu gosto dela.

Na última frase ele chegou mais perto e sussurrou no meu ouvido, me fazendo ficar toca arrepiada. Ele se abaixou um pouco mais e pude sentir sua respiração no meu pescoço. Eu tentaria sair de seu aperto de novo, mas... Quando senti os lábios frios dele no meu pescoço...

Eu-H-hum... É s-sério, você tem que... P-parar.

-Não é o que seu corpo quer.

Imaginei o sorriso estampado em seu rosto de novo... Eu preciso tentar sair, se não... Fechei os olhos por um instante e no outro tinha sido puxada dos braços do garoto. Senti um calafrio ao pensar que poderia ser Nicolas, Nathan ou Alec.

Eu me virei e...

Arthur-Você não ouviu ela pedir para parar?

Ele segurava minha cintura de modo protetor, suspirei aliviada.

Eu-A-Arthur deixa ele, está tudo bem agora.

Arthur-Mais ele te desrespeitou.

Eu-Está tudo bem, por favor, vamos embora!

Pedi e depois dele olhar para o garoto uma última vez ele assentiu e saímos dali, eu fechei as portas do lugar e quando me virei fui puxada, mas de um jeito gentil.

Eu-O que está fazendo?

Perguntei quando ele me abraçou.

Arthur-Escondendo o cheiro daquele garoto e o seu, apesar de tudo sei cheiro esta bastante forte.

Eu-Desculpe.

Arthur-Tudo bem... Por agora é melhor irmos.

Eu concordei.

Quando fiquei mais perto dele, mas uma vez eu senti... Como se eu visse alguém muito querido para mim que a muito tempo não tinha visto. Arthur

TransformadaOnde histórias criam vida. Descubra agora