Capítulo 42

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Layla narrando

-Então, o que está fazendo aqui?

Estava naquele lugar novamente... O garoto me encarava de forma fria e pela vez isso não me atingiu em nada. Na verdade até acho que esse olhar faz eu me sentir melhor.

Eu-Vim oferecer meu sangue... Por um pouco de companhia.

Para ele poderia parecer uma coisa idiota ou algo assim, mas... Eu realmente precisava...

Ele me olhou de um jeito estranho.

-Não que eu me importe, mas o que aconteceu com você?

Eu-Eu vim até aqui justamente para fugir de peguntas como essa, então... Você aceita?

-Só vou deixar claro que não vou ouvir seus problemas ou passar a mão na sua cabeça.

Eu-Eu sei.

-Você também sabe que eu posso te atacar a qualquer momento, certo?

Eu concordei.

Eu-Se você soubesse o quanto ficaria feliz em morrer agora...

-O que você disse?

Eu-Nada. Mas, então? Você aceita?

-Isso não é nenhum tipo de truque, é?

Eu-Não.

-Então, sim. Mas saiba que posso acabar me descontrolando por estar morrendo de fome.

Eu-Ótimo...

-Chegue mais perto.

Ele falou depois de um tempo.

Eu-Espere... Se eu te soltar... Você vai me levar até onde John está, certo?

Ele me olha por um instante, mas depois desvia o olhar.

-Só faço o que me é conveniente.

Eu-Uh. Então você não se importa com o que está acontecendo?

-Não, eu só fico do lado de quem me convêm.

Eu-Queria poder de lados como você... Quando bem entendesse.

Eu fui até a alavanca que tinha e abaixei as correntes... Ele só faz o que lhe convém, né? Talvez eu devesse fazer o mesmo... Eu tinha pegado a chave das correntes de Nicolas sem que ele percebesse. Acho que planejava isso desde o começo, aliás... Nem sei o que tenho que fazer... Me sinto confusa.

-O que está fazendo?

Eu-Te soltando, não é óbvio?

Eu finalmente consegui tirar as correntes de seus pulsos, as mesmas tinham algo como espinhos nelas e a toda hora que ele fazia um movimento brusco, eles o cortavam.

-Você é burra ou o que? Por que está me soltando?

Eu-Não sei, só estou fazendo o que me veio na mente. Talvez eu me arrependa depois.

Dei ombros.

Ainda tinham correntes em seus tornozelos, eu me abaixei e abri as mesmas, assim que ele estava completamente livre, eu me levantei, olhando diretamente para ele.

-Você é mesmo estranha, primeiro sendo gentil comigo e deixando eu sugar seu sangue e agora voltando pela segunda vez para me oferecer seu sangue.

Eu-Você disse que estava com fome, não? Então por que não me morde de uma vez e acaba com isso? Você é melhor calado.

-Eu vou ter o prazer de desfazer essa sua marra.

Colocou a mão na minha cintura e me puxou para perto, ele afastou um pouco o pano da roupa do meu pescoço e senti sua respiração no mesmo... Um arrepio passou por todo meu corpo e ele percebeu, por que pude vê-lo sorrir.

Eu-Anda logo com isso.

-Você ouviu o que eu falei antes? Só faço o que me é conveniente e na hora que eu quero. Mas já que você quer tanto sentir suas presas dentro de si...

Ele roça suas presas no meu pescoço e lambe o local, me fazendo ter arrepios de novo. Ele tampou minha boca e no começo eu não entendi muito bem o porquê, mas então quando ele cravou as presas em mim com toda a força, eu entendi.

Se não fosse por sua mão abafando o grito toda a casa teria o ouvido... Não passou muito tempo para eu sentir meu sangue sendo drenado, a dor era agoniante, mas... Era isso que eu queria, não?

Só o procurei para sentir isso... A dor.

Senti minhas pernas ficando bambas e então me agarrei nele para não cair, senti o sorriso dele contra meu pescoço... Ele parecia se divertir com tudo isso.

Ele me pegou no colo e me sentou em cima de uma mesa que tinha lá. Ele tirou suas presas de mim e eu senti o sangue escorrendo... Desse jeito iria manchar toda a roupa... Mas eu não ligava mesmo.

-Então, você veio até aqui se entregando de bandeja para eu mordê-la... Por qual motivo?

Eu-Por que quer saber?

Coloco meus dedos sobre as marcas de presas dele e solto um gemido de dor, dessa vez demoraria para curar... Eu olhei para ele e vi que o mesmo estava se aproximando novamente.

-Você me disse que me daria seu sangue em troca de companhia... Só alguém muito desesperado faria isso.

Ele segurou minha cintura com certa força, como se fosse para me fazer ficar "fixada" A mesa. Olhei no fundo dos olhos dele e percebi que... Eles não eram tão frios assim... Na verdade, acho que demonstravam bastante coisa.

Eu-Você não precisa saber o motivo, não parece do tipo de pessoa que se importa por isso vim até você.

Uma faísca de raiva passou por seus olhos e antes que pudesse fazer algo, ele já estava mordendo meu pescoço novamente. Com toda a força.

Eu gritei, mas não alto o suficiente para a casa ouvir... Na verdade... Eu acho que ele ficou com raiva por eu ter dito que acho que ele não se importa... Mas não me importo, isso é uma troca de favores, não é mesmo? Não precisa ter Emoções ou sentimentos envolvidos.

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