Capítulo 116

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Layla narrando

Eu acordei sentindo minha cabeça doer, demorou um tempo para eu meus olhos se acostumarem com a claridade, percebi que eu estava no mesmo lugar de antes, deitada numa espécie de cama que tinha ali.

Percebi que do meu lado se encontrava Nicolas, ele estava com um celular na mão e parecia estar conversando com alguém, eu não entendi muito coisa porque ainda estava meio atônita.

Quando todas aquelas lembrança se vieram à tona novamente, eu senti novamente tudo o que senti naquele dia. Eu fiz possível e o impossível para esquecer isso e de certa forma...

Eu tinha esquecido, mas parece que Nicolas conseguiu desencadear essas memórias antes esquecidas. Eu realmente não sei como ele fez isso, mas... Eu não queria que isso tivesse voltado.

Eu me levantei rapidamente e então, Nicolas percebeu que eu tinha acordado, ele desligou apressadamente o celular sem dizer nada para a pessoa do outro lado da linha, o mesmo tinha uma expressão preocupada.

Ele não disse nada, apenas me abraçou fortemente e de primeira eu fiquei parada... Parece que não foram apenas as lembranças daquela noite que voltaram... Aquele sentimento de insegurança e medo também.

Eu não sabia se abraçava ele de volta ou se o empurrava, cada parte do meu corpo dizia para eu me afastar, mas eu sabia que ele não era um perigo... Pelo menos eu achava que não.

Ele se afastou de mim e me encarou.

Nicolas-Você está bem?

Não. Se tem uma coisa que eu não estou me sentindo é bem, mesmo assim... Aquilo é passado e eu não posso ficar presa nisso... De novo não...

Eu-Sim.

Meus olhos arderam com a mentira que saiu da minha boca, eu queria chorar, assim como eu chorei todas as noites depois daquilo... Que merda!

Nicolas-O que aconteceu com você? Eu fiquei preocupado.

Eu-Acho que deve ter sido por eu não ter comido nada.

Era mentira... Tudo mentira... Eu só queria ficar sozinha e isso me dava mais raiva... Eu parecia aquela garotinha assustada de antes, mesmo sabendo que talvez eu nunca mais veja aquele cara, eu ainda tenho calafrios ao pensar naquilo.

Nicolas-Eu sinto que você não está bem, tem certeza de que não tem nada?

Eu-Sim, estou com um pouco de dor de cabeça é só isso.

Eu dei um passo para trás quando ele chegou um pouco mais perto, não foi por reflexo ou algo automático... Eu estava com medo. Puro pavor de ser tocada novamente por alguém, mesmo que agora tudo seja diferente... Aquilo está me assombrando desde que eu acordei.

Aquela cena não para de se repetir na minha cabeça. Eu continuei parada olhando para o nada com aquelas lembranças me assombrando cada vez mais... E se eu não tivesse sido enganada tão facilmente? Se eu não tivesse ido atrás dele?

Talvez eu não tivesse essa dúvida agora e nem tivesse sofrido tantos traumas no meu passado... E presente também.

Nicolas-Acho melhor irmos lá pra cima, assim você poderá comer.

Eu apenas concordei e quando ele desligou as luzes do quarto, eu senti todo meu corpo tremer... Estava escuro desse mesmo jeito naquela noite... Sen-
ti alguém tocar nos meus ombros, eu sabia que era Nicolas, mesmo assim...

Eu estava com medo. Merda, merda, merda!

Ele me guiou até as escadas e nós subimos as mesmas até chegarmos naquela sala vazia, a mesma ainda estava iluminada, olhei pela janela da mesma e percebi que era final de tarde, já estava quase escurecendo.

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