Capítulo 140

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Layla narrando

Eu acordei um tempo depois com alguém me sacudindo, eu abri os olhos e percebi que era Lucas, o quarto já estava meio escuro e eu percebi que tinha dormido mais do que devia. Me levantei e Lucas não demorou a me abraçar apertado, enquanto eu o olhava sem entender.

Lucas-Que bom que você voltou.

Ele me deu um beijo na bochecha e saiu do quarto correndo, eu apenas sorri minimamente e fui até o banheiro, tomei um banho quente e voltei para o quarto, me troquei e coloquei algo confortável, depois disso desci as escadas e fui diretamente até a cozinha.

No caminho eu passei pela sala e vi Júlia dormindo no sofá, ela estava com a boca aberta e de vez em quando falava algumas coisas e Alec estava dormindo também, só que em uma poltrona, ele tinha a mesma cara séria mesmo quando estava dormindo.

Quando cheguei na cozinha percebi que todas estavam conversando animadamente, até mesmo Kate parecia animada, Lucas estava no colo de Bianca e prestava atenção na conversa, quando elas perceberam minha presença, Ágata foi a primeira a falar.

Ágata-Olha a bela adormecida.

Brincou e eu sorri pequeno.

Érica-O chefe já mandou nossos vestidos, o seu está em cima da mesa, a propósito, eu vou pegar seu dinheiro, antes que eu esqueça de te dar.

Eu-Não precisa se incomodar, depois você me dá--

Ágata-É melhor você pegar logo o seu dinheiro, Érica tem sérios problemas de amnésia, uma vez quando seus sobrinhos estavam aqui, ela esqueceu um deles na pracinha...

Érica deu um sorriso sem graça, em quanto empurrou a amiga, fazendo a mesma cair da cadeira, assim ela se retirou da cozinha dizendo um "ops".

Meu sorriso aumentou consideravelmente, tudo estava indo bem por enquanto, mesmo eu sabendo que nada daquilo era para sempre... Não para mim, não para nós... Quanto tempo mais conseguiríamos esconder das garotas que somos diferentes? Nem Tília vai conseguir esconder sua presença pra sempre.

Uma hora... Tudo acaba, nada é eterno.

Eu fui até o armário e peguei uma xícara, logo fui até a mesa e peguei a garrafa de café, coloquei um pouco na xícara e me apoiei na bancada, enquanto observava todos. Eu não estava sendo pessimista quanto aquilo... Eu ia ceder mesmo não querendo, aquilo era realismo.

Eu não me conformo que vou ter que destruir isso... É tudo tão bom e eu até me sinto normal aqui, eu me sinto bem e acho que em outras circunstâncias, eu poderia mesmo ficar ali, ser amiga delas e contar tudo sobre mim, sem remorsos.

Só que é diferente... Estamos na realidade, e nessa realidade aqui, eu sou uma tríbida, além disso tem um espírito que viveu milhares de ano dentro de mim e ainda tem essa coisa que só quer se libertar de destruir tudo isso... Eu sinto que tudo vai desmoronar se eu apenas piscar os olhos.

Eu nunca disse, mas... Eu tenho medo, eu já perdi tantas pessoas importantes pra mim e agora... Tudo está prestes a arruinar novamente. Eu posso dizer que tenho uma família agora, descobri finalmente quem é meu pai e ainda mais, eu posso ter milhares de irmãos espalhados pelo mundo, milhares mesmo, eu não sei quanto tempo meu passou na ativa, então... Bom, isso não vem ao caso, eu finalmente descobri eles e descobri sobre mim, minhas origens... Tudo que eu sempre quis.

Mesmo assim, isso tudo vai romper e quebrar em pedaços...

Eu balancei minha cabeça tentando afastar todos esses pensamentos negativos, se eu continuasse pensando naquilo, eu iria surtar. Eu precisava arranjar alguma maneira de me distrair e ainda mais... Eu precisava me controlar.

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