Four.

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Shawn Mendes.

Minha cabeça estava a ponto de explodir, trabalho, trabalho e trabalho, era como se essa palavra fosse  martelada na minha cabeça várias vezes durante todo o dia, meu pai está transformando minha vida num inferno, se meu avô estivesse vivo ficaria decepcionado com o filho.

Meu celular apita. Era uma notificação de mensagem do Nash.

Ei priminho, sua “namorada” está fazendo um estrago com seu cartão de crédito.

14:40 PM.

Reviro os olhos, sinceramente não me importava, eu tinha problemas maiores para resolver, Brooke era o menor deles e o dinheiro, bom, eu tinha de sobra.

Resolvi responder Nash. 

Não posso fazer nada, apenas a leve para casa em segurança, tenho uma reunião daqui a meia hora.

14: 45 PM

Meu telefone toca. Suspiro, não posso ficar na minha nem por um minuto.

— Alô

— Sr. Mendes, seu pai está aqui em baixo ele gostaria de falar com você. — Louise fala calmamente.

Porra.

— Pode autorizar.

Me ajeito na minha poltrona, arrumo minha gravata e meu cabelo, não podia me mostrar ameaçado e muito menos preocupado com a chegada do meu querido papai.

— Deveria demitir sua recepcionista, aonde já se viu ter que te permissão para entrar no prédio construído pelo meu pai. — Ele entra sem bater, típico do Manuel.

— Ela só está seguindo ordens. —Organizo os papéis que deveria levar para a reunião. — Deveria ter o mínimo de educação e bater na porta antes de entrar.

Ele ajeita seus óculos e se senta na cadeira a minha frente.

— Não se esqueça que essa empresa logo será minha. — Sua rudez me dava nos nervos, aquele homem não era nada parecido comigo. — Como está sua despedida desse lugar?

Filho da …

— Eu não saio daqui até agora e não vai ser o senhor que vai me tirar, papai. — Minha voz havia aumentado o tom, eu estava cansado daquela ladainha toda, aquele homem me dava repulsa. — Pode sair da minha sala.

Ele me olhou com ódio.

— Me arrependo de te ter como filho.— Vai em direção a porta, sua postura estava fria e totalmente rígida. — Você vai se arrepender, anota aí Mendes.

— Está anotado, Mendes! 

Ele bate a porta, contudo, me fazendo fechar os olhos por reflexo, aquele cara me deixava louco, eu poderia socar sua cara, mais eu não fazia, eu não podia, pela minha mãe.

O alarme do meu celular soa.

Suspiro, agora estava na hora de tratar de negócios.

(…)

— Pensei que não voltaria para casa- Falo vendo meu primo entrar pela porta da frente.

Seu cabelo estava uma bagunça total, seu terno, bom ele não estava de terno, somente com a camisa social toda amarrotada, Nash havia bebido, seu cheiro em si já o denunciava.

— Minha vida é uma #¿$?%!¡- Reclama cambaleando até a cozinha. — Ela não me quer, ela nunca me quis.

Ela quem? Meu primo era louco.

— Ela quem, Hamilton? — Ele abre a geladeira pegando o galão de leite e tomando pelo gargalho. — Primeiro vai tomar banho seu fedido, segundo tem outras pessoas que irão beber isso

Coloco as mãos na cintura e observo meu primo subir as escadas batendo os pés, aquele garoto conseguia me deixar maluco.

Subo as escadas e vou até meu quarto, assim que entro indo direto para meu banheiro, precisava de um banho para tentar tirar todas as minhas preocupações, sei que seria impossível, mais vale a pena tentar.

(…)

As luzes da manhã invadiram minha janela adentrando no meu quarto, o que me fez virar o rosto para tentar diminuir a claridade que estava me impedindo de descansar, não iria adiantar de nada, já que daqui a alguns minutos meu celular iria despertar e me obrigaria a despertar.

— Oh! you don’t ‘think’ twice bout me
And maybe you’re right to doubt me, but.

A voz de John Mayer nunca soou tão irritante, talvez o fato de que ele era o meu despertador o tornava tão insuportável, abro meus olhos bruscamente, já que eu não podia mais adiar meu sono.

Me sentei na cama, olhando em direção a minha janela, eu não gostava daquela cidade, nunca gostei, sinto falta da minha calma e velha Pickering, eu não tinha que me preocupar com poluição, calor, assaltos ou trânsito, lá era o melhor lugar para se viver, ainda é.

As batidas na porta fazem com que eu saí dos meus devaneios.

— Entra. — Passo a mão no rosto para tentar tirar minha maldita cara de sono matinal.

Nash abre a porta e percebo que estava falando com alguém no telefone.

— Vou passar pra ele, tia Karen- Nash me estende o celular — Toma aí, mano.

Nash me entrega o celular e sai do meu quarto.

Mãe? O que ela queria?

— Oi! mãe.

— Oi! meu amor, soube que seu pai foi falar com você. — Sua voz estava preocupada. — Tá! tudo bem, querido?

— Tá! tudo bem, mãe

Minha voz saiu vacilante.

— Não minta pra mim, Peter.- Ela me conhecia melhor do que ninguém. —Ele te ameaçou outra vez? Ele te bateu? Shawn? 

— Você conhece o pai melhor do que ninguém, ele quer a empresa e vai lutar até ter ela. — Reviro os olhos, não sabia como minha mãe atirava aquele ser que eu era obrigado a chamar de pai.

Esculto ela respirar fundo.

— Eu te conheço também, sei que não vai deixar seu pai ganhar essa briga. — Ela tinha razão, eu não iria.

— Nem morto, mamãe, nem morto. — Caminho até meu closet e pego a roupa que usaria hoje na empresa.

— Toma cuidado filho. — Ela realmente estava preocupada comigo.

Vou em direção ao banheiro.

— Vou tomar, não se preocupe. — Falei mesmo não tendo certeza, mais só para não estressar ela. — Eu te amo.

— Eu também, querido- Ela parecia sorri, como eu estava com saudades daquele sorriso reconfortante. — Te vejo daqui a duas semanas.

Duas semanas? O que tinha daqui a duas semanas? ah! não, meu aniversário era daqui a duas semanas, eu sempre ia para o Canadá no meu aniversário.

— Nós vemos sim, claro.

Essa seria uma ótima oportunidade de apresentar Brooklyn para minha família.

Querida Secretária [Terminada/ Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora