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Shawn Mendes

Assim que coloquei meus pés naquele hospital, senti uma dor aguniante em meu peito, era como se algo ruim fosse acontecer. Tento ignorar o máximo que eu posso, eu tinha coisas mais importantes para me preocupar.

- Vim visitar minha namorada e minha filha.- Falo olhando para a recepcionista, de olhos verdes e cabelos loiros longos. Ela demora uns cinco minutos me analisando, ela enrola seus fios de cabelos e mastiga seu chiclete como se aquilo fosse me seduzir.- Eu estou com pressa, anda logo.

Me estresso a garota revira os olhos e mastigar seu chiclete com violência. Ela não percebe que o barulho que faz quando mastiga é extremamente ridículo?

- Preciso do documento.- Ela me olha com nojo. Te entrego minha carteira de motorista.- Vou pedir para que preencha essa ficha, enquanto isso vou ver se o senhor Grier autoriza sua entrada.

Nash tem que permitir minha entrada agora? Que eu saiba eu sou o namorado e o pai da criança, tenho mais direito do que qualquer um de estar naquele estabelecimento. Decido deixar isso de lado, não estava afim de brigar, eu só queria paz, só queria conhecer minha filha e sentir a presença de Brooke ao meu lado.

Olho para o formulário em minhas mãos,  um típico papel aonde eu teria que informar todos os meus dados,  desde meu nome e telefine até meu tipo sanguíneo. Prancha o mais rápido que eu posso, quando mais cedo acabar mais tempo eu terei com minhas meninas.

- Quando me disseram que você estava aqui, confesso que não acreditei.- Nash fala andando na minha direção. Ele me dá um abraço rápido.- Está melhor do seu mal humor?

Ele quer mesmo voltar a falar sobre isso? Me poupe!

Percebo que a recepcionista havia voltado para seu lugar atrás do balcão.

- Já posso entrar ou terei que ter autorização de mais alguém?- Cruzo meus braços e passo a língua pelos meus lábios.

Ela assenti e me entrega um adesivo com meu nome e a palavra visitante destacados em caixa alta e negrito. Tiro o adesivo do papel e colo na minha camiseta branca, jogo o papel no lixo e deixo a ficha no balcão.

- Me leve até minha filha.- Peço para Nash que não conseguiu conter um sorriso, ele acena com a mão para que eu acompanha ele. O sigo pelo corredor até parar em frente à um elevador, assim que chegamos um dos três elevadores já estava aberto, entramos em silêncio. Nash aperta o botão para o quarto andar. 

- Como ela é?- Pergunto olhando para Nash pelo vidro do elevador. Ele sorri.

- Ela é tão pequena, mas parece um anjinho.- Ele fala sonhador. - Ela me lembra muito a Brooke, ela abriu os olhos hoje, pela primeira vez.

Dou um sorriso. Não via a hora de ficar ao lado da minha primogênita, do meu pequeno raio de sol, da minha querida Alice.

O elevador se abre, me dando um frio na barriga, o mesmo frio que eu sentia antes de entrar no palco. 

Nash é o primeiro a sair do elevador, vou logo atrás acompanhando ele pelo corredor, paramos em frente à uma sala que havia uma plaquinha escrita " Alice, nosso pequeno milagre ". Ela havia um quarto só para ela, Nash não poderia cuidar melhor das coisas, fico feliz que pelo menos ele tenha sido forte para enfrentar e resolver toda a situação. 
Se a vida de Alice e Brooke dependesse de mim.....como eu sou egoísta, deixei para trás as duas pessoas que eu mais amava na vida.

- Está pronto para conhecer a pequena Alice?- Nash pergunta ancioso,  nem parecia aquele garoto de alguns messes atrás que só pensava em sexo e era apaixonado pela minha secretaria, fico feliz que ele tenha se tornado essa pessoa incrível. Assenti respondendo sua pergunta.

Ele abre a porta de uma vez, no quarto havia duas enfermeiras, uma maca e no meio uma incubadora, aonde minha princesinha estava deitada.

- Clara e Camila esse é Shawn, o pai de Alice.- As duas mulheres idênticas de cabelos grisalhos me cumprimentam com um balanço de cabeça.- Vamos deixar ele a sós com a pequena.

As mulheres assentiram. 

- Só pedimos para que o senhor  faça  corretamente a higienização das mãos, ela ainda é muito frágil e por favor não tire os aparelhos ligados à ela, é o que mantém a pequena viva.- Uma das mulheres fala rapidamente, assenti.

Eles saem do quarto me deixando totalmente a sós com minha filha.

 Vou até a pia, lavo minhas mãos duas vezes e depois passo o álcool em gel, seco elas e vou até a incubadora que possuía quatro entradas para poder colocar a mão, pego uma cadeira e me sento o mais perto possível de Alice.

Dou um sorriso quando percebo que a pequena estava com seus olhos abertos, encarando todo o local. 

- Oi minha pequena curiosa.- Chamo a atenção da pequena, que nem olha para minha cara...afinal ela não reconhecia o barulho ainda, era pequenininha para isso.- Ah, você tem meus olhos.

Só quando a pequenininha olhou para mim, pude perceber que ela havia a mesma cor de iria que a minha. Ela me encara curiosa, tentando saber o que fazia naquele local.

- Você é parecida com sua mãe, nunca vi tão curiosa.- Ela mexe sua pequena boquinha, num movimento tão devagar ela abre e fecha, como se estivesse mamando.- Está com fome, meu anjo ?

Ela faz um pequeno bico, me de resto na hora. Coloco minha mão dentro de um dos buracos, pego na sua minúscula mãozinha com todo o cuidado do mundo.

- Você é tão frágil, tenho medo de te machucar com apenas um toque.- Ela aperta meu dedo de leve.- Você é bem forte, pequena.

Dou uma risada, era a primeira risada sem ar irônico que eu dava a séculos. 

Pego meu celular no bolso da calça e tiro uma foto de Alice e outra das nossas mãos, posto as duas no meu instagram com a legenda. "I Love U, my little angel ". Depois de feito volto meu olhar para a pequena que agora estava com os olhos fechados ainda apertando meu dedo.

- Você é a cópia perfeita da sua mãe, até mesmo na hora de dormi.- Falo baixinho, enquanto tiro com todo cuidado do mundo para não desperta a pequena. Me despeço dela e vou até a porta, agora eu precisava ver minha outra garota. 

Encontro Nash conversando com as enfermeiras no corredor, aviso a ele que iria ver Brooke, ele me diz que tinha que resolver umas papeladas do hospital e disse também que iria registrar Alice no cartório, concordo e lhe entrego meu documento para que ele possa registrar ela no meu nome.

Ele havia me dito que o quarto de Brooke ficava no final do corredor. Vou andando em passo as lentos até lá, na metade do caminho o aperto no peito volta dessa vez pior do que antes. Tiro aquilo da minha cabeça e continuo andando.

- EMERGÊNCIA SALA 345, PACIENTE COM PARADA CARDÍACA. - É o quarto de Brooke, não, não isso não tá acontecendo. Corro pelo corredor o mais rápido que eu posso, meus olhos já ardiam pelas lágrimas que escorriam. Minha vida era um sonho e agora se tornou um extremo pesadelo.
Sou impedido de entrar assim que chego no quarto, vários médicos entram desesperados, nenhum me respondia nada, apenas entravam e saiam.

-AUMENTE A POTÊNCIA DO DESFIBRILADOR CENTO E SETENTA JOULES, RÁPIDO.- O médico gritava do lado de dentro desesperado.-  RÁPIDO ESTAMOS PERDENDO ELA.

Nego. Aquilo não tá acontecendo, não vou perder ela....eu não posso.

- BROOKE....- Grito sem forças.- Não, não, não.

Um dos enfermeiros fecha a porta com tudo na minha cara.

Deslizo pela parede desesperado.

- PORQUE ? PORQUE TÁ FAZENDO ISSO COMIGO ? - Grito olhando para cima. 

Querida Secretária [Terminada/ Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora