70

466 14 1
                                    

Lea On

Tinha dormido numa cadeira, passei a noite no hospital sentada numa cadeira na sala de espera. Ainda não me souberam dizer o que se passa com o André. Não sei se ele está bem ou não, continuo a boiar em todo o assunto.

Sinto-me ser cutucada por alguém, olho e vejo o Afonso.

Afonso: Já sabes de alguma coisa? - nego.

Diana: Tu dormiste aqui? - assinto. - Devias ir para casa e descansar nós ficamos cá. - ouço o meu telemóvel tocar.

Chamada On

Sara: Olá, eu vi o jogo, vi o incidente, está tudo bem com o André?

Lea: Ainda não sei de nada.

Sara: Depois dizes-me alguma coisa?

Lea: Como querias.

Chamada Off

Diana: O que se passa, porque é que falaste assim com ela? - eu bufo.

Lea: Primeiro estou irritada comigo própria. Segundo, estou preocupada com o que possa ter acontecido com ele. Terceiro, ela beijo-o, por isso, até posso estar bem com ele, mas ela vai ter de se esforçar para que fique bem com ela também. - falo pondo a cabeça sobre o ombro do Afonso que estava sentado ao meu lado.

Afonso: Ele vai ficar bem, o meu irmão sempre aguentou qualquer coisa, e agora não será diferente. - assinto.

Lea: Eu e ele passamos por tanto, que eu juro que se acontecer alguma coisa com ele, não vou ter como me aguentar sozinha. - Diana limpa-me as lágrimas ppuxando-me para um abraço.

Xxx: Familiares de André Silva? - levantámo-nos os 4, Emma estava sentada na cadeira. - Ele está, não sei lhes explicar muito bem. Sabem quando uma pessoa está em coma? Não sabemos quando irá acordar ou se quer se acorda. O caso do André é praticamente esse, mas...

Lea: Mas...

Médico: Se ele decidir acordar mais tarde, manter-se-á acordado, mas se perceber que não consegue, simplesmente, o cérebro dele pode apagar-se de um momento para o outro, mesmo estando ligado às máquinas. - arregalei os olhos, e voltei a molhar a minha face com lágrimas.

Lea: Podemos vê-lo?

Médico: Uma pessoa de cada vez. - assentimos.

Afonso: Vai tu, assim vou até lá fora e ligo aos meus pais. - assinto, vi que ele estava prestes a chorar também.

Entrei no quarto do André e vi-o, cheio de fios e tubos. Quase sufoquei com o meu choro. Agarrei na mão dele. Fiquei a olhar para o seu rosto, a lembrar-me do seu sorriso, olhos brilhantes. Nós devíamos resolver os nossos problemas e ultrapassá-los, mas não ele é tão teimoso quanto eu, e ambos tem o seu orgulho, mas eu tenho mais.

*kiss, honey

Mine - André Silva ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora