Capítulo 3 🌙

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VITOR 🎈

NO PRIMEIRO MOMENTO, eu não conseguia dizer ou pensar em nada. Minha boca estava seca e tinha a sensação que não conseguiria respirar nunca mais.

A cena da Thalia pressionada contra a parede com André cobrindo seu corpo e a fazendo gemer me causava enjoo, mas logo essa sensação deu seu lugar à outra. Sentia a raiva dominar meu corpo, parecia que o sangue em minhas veias tinha se tornando lava de tão quente.

– MAS QUE PORRA É ESSA?! – Eu gritei tirando Thalia e André da bolha que se encontravam.

– Vitor? Amor, calma eu posso explicar. – Thalia disse se cobrindo com seu blaser que estava pendurado em sua cadeira.

– Amor é o caralho! – Eu ainda gritava. – Você não tem o que explicar, você me traiu com seu assistentezinho de merda e ainda quer que eu tenha calma?

– Não, não é isso! Por favor, pare de gritar e vamos conversar. - Thalia implorava ainda nua.

André recolhia suas roupas do chão e parecia bolar um jeito de sair da sala sem ter que se meter em uma briga comigo.

– Você quer que eu pare de gritar? É isso que você quer? Que ninguém saiba a puta vadia que você é? – Eu gritava cada vez mais alto e atraía uma plateia para a sala de Thalia, mas eu não me importava queria que as pessoas vissem quem realmente era a Thalia.

Eu observei atentamente os meus colegas de trabalhos atrás de mim, alguns cochichavam, outros pareciam animados com a confusão que se formava e provavelmente queriam um balde de pipoca para acompanhar. Tinha aqueles mais importunos que estavam tirando fotos da Thalia nua. E, claro, como em todo barraco tinha os paparazzis fofoqueiros do escritório que estavam filmando tudo.

Se era um show que eles queriam, era um show que teriam.

Voltei meu olhar fumegante para dois que estavam a minha frente.

– Você. – Apontei para André já devidamente vestido – VOCÊ!

Avancei para cima do filha da puta em questão e desferi um soco em seu belo rosto. André tentou desviar, mas isso só fez com que eu acertasse a lateral de seu rosto, ele cambaleou e caiu em cima da mesa, não controlando minha raiva comecei a soca-lo com força, eu ainda conseguia ouvir Thalia gritar pedindo para que eu parasse, mas eu não parava.

Era um soco atrás do outro, sem pausas, sem que ninguém interrompesse. Era lógico que ninguém iria intervir, afinal estava sendo um maravilhoso show para uma entediante tarde de segunda-feira.

Finalmente, duas boas almas tiveram piedade do André e tentaram me parar. Felipe se pôs atrás de mim, me puxando para longe do rapaz com o rosto sangrando. Samuel ajudou André a se levantar da mesa.

– Saia daqui antes que perca alguma parte do corpo. – Samuel o instruiu que assentiu e saiu da sala o mais possível, passando pelas pessoas que o olhavam com desprezo, então meu amigo resolveu dar um jeito neles também. – E o resto de vocês? Seu bando de fofoqueiros, vocês não têm trabalho, não? Vamos, o show acabou.

– Não, ainda não acabou. – Eu disse e me virei para Felipe. – Pode me soltar, eu não vou bater em mais ninguém.

Meio relutante meu amigo me soltou, ajeitei minhas roupas e olhei novamente para Thalia ainda nua, usando apenas um blaser para se cobrir.

Aquela era a mulher que eu acreditava ser o amor da minha vida, que havia me traído.

– Você está com vergonha do que? Das pessoas te verem nua? Ou do que você fez? Eu aposto na primeira opção. – Eu falei com a voz rouca. – Você deveria ter mais vergonha do que fez do que das pessoas te verem nua, você não vale nada.

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