Capítulo 49 🌙

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VITOR 🎈

LUÍSA ESTAVA MEIO SENTADA, meio deitada na cama de hospital, sorri para ela e me sentei na cadeira ao seu lado. A ruiva prestava atenção no filme que passava na TV e eu podia jurar que ela estava tensa, não sabia porquê, mas seus movimentos eram acompanhados de tremores, daria tudo para saber o que se passava naquela cabecinha vermelha.

– Você até que tem uma voz bonita. – Falou sem me direcionar o olhar.

– Obrigado. – Eu disse e senti minhas bochechas corarem. – Achei que você não estivesse escutando.

– Eu ouvi um pouco.

Gelei.

Luísa tinha ouvido um pouco, mas um pouco quanto?

Minha espinha tinha enrijecido e eu tentava fingir que estava tranquilo, mas tenho certeza de que falhei miseravelmente.

– Um pouco quanto? – Perguntei como quem não quisesse nada.

– Quanto você acha?

Entendi o seu jogo.

Talvez não tivesse ouvido nada, mas queria saber se eu tinha dito algo mais íntimo antes de começar a cantar a música.

Ou talvez tivesse ouvido tudo e estava tirando uma com a minha cara.

Conhecendo a Luísa, eu apostaria na segunda opção.

– Até a parte que eu disse que ia cantar a música.

– Eu ouvi um pouco mais do que isso.

Puta que pariu, antes disso e havia dito que a amava.

Abaixei o meu olhar, não queria olhá-la, tudo bem, talvez ela imaginasse que eu gostava dela depois que nos beijamos, mas acho que nunca tinha passado em sua cabeça a palavra amor.

Eu não conhecia Luísa há muito tempo, mas tinha aprendido a amá-la do jeitinho que ela era, com suas teimosias, mal humores e piadas, na verdade, eu até amava essas imperfeições porque era o que a fazia perfeita.

– Vitor, eu ouvi você dizer que me amava. – Então ela disse o que eu mais tinha medo de ouvir, eu queria que ela ouvisse, mas também não queria, quero dizer, não daquela maneira. – Não precisa ter vergonha ou insegurança porque eu também amo você.

Levantei o olhar e Luísa estava corada.

Será que ela tinha dito aquilo mesmo que eu ouvi?

– Você me ama? – Perguntei com um sorriso bobo.

– Eu já disse uma vez, não me faça repetir.

Me aproximei dela ainda sorrindo como um idiota, encostei a cabeça em seu ombro, Luísa inclinou a cabeça e me olhou desconfiada.

– O que foi? – Perguntou.

Colei meus lábios aos seus rapidamente.

– Você é doido? - Luísa perguntou assustada. – A gente não tinha combinado que não faríamos mais isso?

– Mas isso foi antes de você dizer que me ama.

– Esquece isso, Vitor.

– Eu não vou esquecer, Luísa, eu te amo e você me ama, por que não podemos ficar juntos?

Me levantei e andei até os pés da cama, a encarando.

– Porque não!

– Mas isso não é resposta!

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