Capítulo 18 🌙

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LUÍSA 🌻

EU OLHAVA FIXAMENTE PARA A ENTRADA DO CLUBE, mas as luzes apagadas dificultavam a minha visão. Já tinha dispensado alguns clientes e esperava que essa decisão valesse pena. Eu não conseguia parar de balançar a minha perna e roer a minha unha. Senti alguma coisa grudando do meu dente e tirei o dedo da boca e lá estava um buraco na ponta da minha unha, onde antes estava o esmalte vermelho que provavelmente estava no meu dente.

– Tenta relaxar, tá parecendo o Chandler quando ele foi terminar com a Janice pela primeira vez. – Miguel disse e pegou meu rosto limpando o meu dente.

– Você está a fim de ser a minha Pheobe e resolver isso para mim? – Perguntei.

Ele riu e me lançou um olhar afetuoso.

– Essa missão é sua, não minha.

Eu sorri, o Miguel sabia ser bom conselheiro quando queria. Voltei meu olhar para a entrada, agora mordendo o interior da minha bochecha.

– Que horas vocês marcaram? – Miguel questionou olhando em seu celular.

– 8h00m. – Respondi e me inclinei para o seu lado. – Que horas são?

– 8h01m.

– Ele tá atrasado.

– Um minuto não é atraso.

– Claro que é! E se nesse um minuto eu sofrer um infarto?

Miguel riu da minha ansiedade, eu sempre fui uma pessoa muito ansiosa, sabia o quanto isso me fazia, mas não conseguia controlar, era impulsiva a vontade de roer as unhas ou de morder o interior da bochecha, fazia sem nem mesmo perceber. Desviei o olhar para o bar, logo atrás de mim e pedi uma água, aquela demora estava me dando sede.

– Olha aí, seu príncipe encantado chegou com seus fieis escudeiros, princesa.

Eu olhei para a porta e encontrei Vitor com seu adorável sorriso de covinhas. Analisei suas roupas e ele estava lindo, veio do jeito que eu tinha pedido: calça jeans pretas, camiseta branca lisa, blaser preto, um sapato social e cabelo bem penteado, nada daquelas camisetas de personagens, jeans surrados, tênis velhos, blusa de moletom e cabelo desgrenhado.

– Só faltou o cavalo branco. – Miguel comentou.

– Na verdade, não falta. - Disse e Miguel me olhou confuso. - O carro dele é branco.

Nos olhamos e rimos do quão perfeitinha era a vida do Vitor, isso era uma das coisas que eu mais amava na minha amizade com o Miguel, ele achava tanta graça quanto eu a vida de burgueses dos ricos e seus problemas de garota branca.

Vitor e seus amigos se aproximaram e nos cumprimentaram.

– E então? Está do jeito que você imaginava? – Vitor perguntou dando uma voltinha.

– Na verdade, está melhor do que eu imaginava, não achei que você que você fosse pentear o cabelo. – Respondi tomando um gole da minha água.

– Mas eu penteio o cabelo.

– Não é o que parece. – Samuel respondeu por mim.

Vitor revirou os olhos, enquanto eu e o Samuel fazíamos um hi-five.

– Eu vim aqui para vocês discutirem se eu penteio ou não o meu cabelo ou para negociarmos a liberdade da Luísa? – Vitor perguntou irritado.

– Você veio negociar a liberdade da Luísa, o Felipe veio tentar transar, tanto que ele já sumiu, e eu vim obrigado. – Samuel falou e se virou para Miguel. – E você? Não tem nenhum programa?

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