Capítulo 24 🌙

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VITOR 🎈

CAIXAS E MAIS CAIXAS SAÍAM DO MEU APARTAMENTO. Depois de tanta relutância, Thalia finalmente entendeu que ela não continuaria naquele lugar e iria morar na Vila Mariana no apartamento do irmão do Felipe.

André estava andando de um lado para o outro dentro da minha casa pegando as coisas que Thalia largou propositalmente por todo o lugar, e eu não estava me importando com a sua presença, pelo menos estava tentando não me importar, estava tentando ser simpático com o rapaz, afinal ele devia estar com a mesma dúvida que a minha: será que o filho é meu?

Samuel e Felipe auxiliavam os carregadores a pegar as coisas, enquanto eu estava sentado no sofá da sala, sem mover um músculo sequer. Não iria ajudá-la em momento nenhum, ela acabou com o meu coração, estava me enlouquecendo com aquela história de gravidez, me fez me sentir inseguro para encarar qualquer situação, ela simplesmente acabou com a minha vida.

Os moços da empresa de mudanças me avisaram de que já tinham acabado, o que significava que eles queriam o pagamento, nada mais justo. Pedi para que eles acertassem o valor com o André, eu não iria bancar a mudança da Thalia.

– Tudo pronto, já podemos ir, Thalia. – André disse carregando a última caixa.

– Tudo bem, eu já estou descendo. – Ela respondeu.

Eu levantei do sofá e fui até a porta para fecha-la, mas Thalia estava parada segurando um envelope, ela parecia nervosa e triste ao mesmo tempo. Eu a encarei esperando por um explicação que veio logo em seguida.

– Deixei as coisas do que jeito que eu sei que você gosta, não quebrei nada nos últimos meses sozinha e estou levando as roupas de cama que você tinha deixado aí. – Thalia explicou com o tom de voz baixo, acho que ela pensou que eu não seria capaz de coloca-la para fora. – Você não foi na primeira ultra do bebê.

Então era isso. Há duas semanas, Thalia me mandou uma mensagem dizendo que tinha marcado o exame de ultrassonografia e que ficaria muito feliz se eu aparecesse, mas é claro que eu não fui,, não queria me apegar a uma criança que pode nem ser minha, queria me manter distante de toda aquela confusão.

– Eu estava ocupado no dia. – Dei de ombros.

– Ah, tudo bem. – Thalia deu um sorriso sem graça. – Aqui tem uma copia do exame, caso você queira ver.

Ela me entregou o envelope e eu pensei seriamente em joga-lo pela janela quando fosse embora.

– Ok, obrigado, você descobriu quando podemos fazer o teste de DNA? – Perguntei o que mais me interessava.

– Só na 14ª semana.

– De quantas você está?

– Quase 9. – Respondeu um pouco ofendida. – Mas pode interferir no desenvolvimento do bebê.

– Então o que você sugere? – Perguntei cansado de discutir com a Thalia.

– Esperarmos o bebê nascer e aí fazer o teste.

– Esperar mais 7 meses para saber se essa criança é minha ou não?

– Você prefere atrapalhar a gestação do seu talvez filho? – Thalia perguntou em desafio. – E na verdade são mais 8 meses, porque o resultado do exame demora um pouco mais de duas semanas para sair.

Passei a mão no meu cabelo em sinal de frustração.

Esse pesadelo não vai acabar nunca?

– Tá, tudo bem, você que sabe. – Eu disse ríspido. – Mas não conte comigo para te acompanhar no ultrassom e essas coisas, entendeu? Você e o André que se virem.

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