Capítulo 22 🌙

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LUÍSA 🌻

ERA UM DOMINGO A TARDE E EU COCHILAVA NA MINHA ANTIGA CAMA no meu antigo quarto na minha antiga casa. Trabalhar à noite, dormir as 7h00m e acordar as 10h00m para me despencar até a casa do meu pai era exaustivo, mas era prazeroso ao mesmo tempo.

Ele e meus irmãos eram as únicas pessoas que eu tinha que podia chamar de família e eu os amava muito.

Eu estava em um sono tão gostoso, quando senti alguém me cutucando e me chamando.

– Luísa, acorda. – A voz me chamava e eu sabia de quem era, mas não lhe daria atenção. – Luísa, acorda!

Eu empurrei a minha irmã para longe e me virei para o outro lado, a ignorando.

– Luísa, eu to tentando falar com você! Preciso da sua ajuda!

– Eu sei de que ajuda você precisa e a resposta é não.

– Se você não me ajudar, eu... – Mirela começou, mas eu a interrompi.

– Vai contar para o pai que eu sou puta e blá blá blá, troca o disco, Mirela.

– Eu já troquei, maninha, além de contar para o papai, eu vou atrás do Vitor.

Ao ouvir aquele nome, eu senti meu coração acelerar e o medo percorrer o meu corpo. Levantei com um sobressalto e encarei a minha irmã que tinha um sorriso debochado nos lábios.

– Não sei de quem você está falando. – Tentei me defender, mas falhei miseravelmente.

– Não sabe, maninha? – Mirela perguntou debochada. – Aquele cara gato, alto e de olhos verdes, aquele que trabalha na Bovespa e te contratou como acompanhante de luxo.

Como ela sabe disso tudo?

Eu a encarei com uma expressão séria, enquanto ela me respondia com aquele maldito sorriso depravado.

– Como você sabe dele? – Perguntei derrotada.

– Não importa, o que importa é que se você não me ajudar, eu vou atrás dele e contar tudo o que eu sei sobre você e o Maurício.

Congelei. Não, ele não, qualquer coisa menos aquele filho da puta.

– Você não faria. – Eu disse com a voz meio falha.

– Ah, eu faria sim e como faria. – Mirela falou com um sorriso maldoso. –Imagina o que aquele galã de novela vai achar de você quando souber que você...

– Parou! – Gritei e tampei a boca dela com a minha mão. – Você sabe muito bem que sou inocente e que não fiz nada, então para.

Minha irmã mordeu a minha mão e eu a tirei da sua boca com um resmungo de dor.

– Se você quiser que o galãzinho não saiba de nada, então me dê o que estou pedindo ou a sua vida já era.

Eu suspirei cansada e tirei uma nota de R$ 20,00 da carteira e lhe entreguei.

– Agora me deixa em paz. – Eu disse.

– Só queria lembrar que esse quarto é metade meu.

E assim, Mirela saiu em busca da sua tão amada e horrível droga.

🌻

O interfone tocou e eu atendi, finalmente a pizza tinha chegado. Desci até o térreo e peguei as quatro caixas da mão do entregador e lhe dei o dinheiro, subi de volta para o meu apartamento e sorri ao ver as cinco crianças discutindo por causa do Stop.

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