Capítulo 16 🌙

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VITOR 🎈

EU ESTOU GRÁVIDA.

Eu encostei as minhas costas contra a minha mesa para me equilibrar.

Eu estou grávida.

A sala rodava rápido demais e a minha boca estava seca.

Eu estou grávida.

Eu não sentia as minhas pernas.

Eu estou grávida.

Eu sentia a ponta dos meus dedos formigarem.

Eu estou grávida.

– Grávida? – Foi tudo o que o meu cérebro lento conseguiu formular.

– Sim, Vitor, grávida. – Thalia respondeu de modo óbvio.

– Mas como isso aconteceu? – Perguntei sem olha-la.

– Ah, pelo amor de Deus, nós já fizemos isso milhares de vezes, ambos ficamos nus e então...

– Eu sei como acontece! – A interrompi desencostando da mesa para olhar pela janela. – Quanto tempo?

– Seis semanas.

A encarei confuso e ela revirou os olhos.

– Um pouco mais de um mês.

Certo, um mês, eu e Thalia não usávamos mais preservativos há mais ou menos dois anos, quando eu a pedi em casamento, mas ela sempre me jurava que tomava anticoncepcionais. Aparentemente, eu estava sendo enganado, de novo!

Espera aí...

– Isso não é um truque seu para ficar com o apartamento, não é? – perguntei me virando para Thalia.

– Mas é claro que não, eu nunca brincaria com uma coisa dessas.

– Por que devo acreditar em você?

– Porque eu tenho o teste positivo do HCG. – Ela respondeu e tirou o celular do bolso da calça social.

Thalia retirou a capinha e pegou um papel dobrado e me entregou. Eu o abri e lá estava o número 28 grande e em letras garrafais, e ao seu lado a palavra "Positivo".

– Como você sabe se essa criança é minha? – Perguntei levantando o olhar para Thalia. – Você estava transando comigo e com o André ao mesmo tempo, como posso ter certeza de que não é filho do André?

– Então, no caso, eu não sei quem é o pai. – Ela respondeu se sentando na cadeira em frente a minha mesa. – Eu não usava camisinha nem com você nem com o André.

– Ah, ótimo, então qual é a sua ideia?

– Eu, você e o André morando no nosso apartamento. – Thalia respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.

– Parabéns, Thalia, você é uma gênia! Não sei como ainda não ganhou um prêmio Nobel! – Falei com a voz carregada de sarcasmo.

– Pare de ser irônico!

– Pare de tentar transformar a nossa tragédia no romance Dona Flor e seus dois maridos!

Eu levei minhas mãos até ao meu cabelo e puxei os fios de leve para trás.

Isso não podia estar acontecendo, não comigo, não agora que tudo estava quase se encaixando, pensei.

– Com quantos meses de gravidez pode fazer o exame de DNA? – Perguntei.

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