Capítulo 43 🌙

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VITOR 🎈

– LUÍSA! – Gritei vendo a ruiva virar na água.

Eu tentei segura-la, mas não consegui impedir sua queda.

– A Luísa não sabe nadar! – Clara gritou do primeiro assento daquela maldita banana.

Enquanto Vicente gritava para o motorista parar com o barco, eu tirei aquele negócio velho que aquelas pessoas chamavam de colete e joguei no assento da frente.

– O que você vai fazer?! – Samuel gritou para mim.

– Tentar salvá-la! – Gritei de volta e me joguei em alto-mar.

A água límpida ajudava a enxergar pelo menos um pouco o que tinha lá embaixo, as tartarugas nadavam por mim, os peixes desviavam e as algas me atrapalhavam, mas aos poucos consegui distinguir alguns fios de cabelo ruivo das algas. Nadei na direção deles e achei Luísa desacordada, tentei puxa-la para cima, mas foi em vão, tinha algo a segurando lá embaixo. Os meus pulmões já estavam reclamando pela falta de ar, mas não iria desistir, não iria deixar a Luísa ali embaixo, se eu fosse emergir, emergiria com ela. Desci mais um pouco e soltei seu pé do que me pareceu ser alguns corais (nem sabia que tinha isso no litoral paulista) depois do que me pareceram horas.

Com dificuldade, consegui carregá-la comigo até a superfície e meus pulmões agradeceram pelo ar estarem os enchendo novamente. Os barcos com as boias já não estavam mais ali por perto, talvez os nossos amigos acharam melhor já ir chamando o salva-vidas. Arrastei meu corpo e o de Luísa sobre a água, batia minhas pernas quase sem forças, segurava a ruiva como se ela fosse a minha vida e eu sentia que era isso mesmo, batia o meu braço livre sobre a água para poder chegar mais rápido à areia. As ondas começaram a me carregar para a beira da água e logo senti o chão lamacento sob os meus pés.

Me pus de pé e peguei Luísa no colo, praticamente corri com a garota inconsciente em meus braços.

– Vai ficar tudo bem, eu te prometo. – Sussurrava para ela, mesmo sabendo que seria impossível me ouvir.

Eu não sabia se Luísa ficaria bem ou não, mas precisava de uma ponta de esperança, precisava acreditar e ter fé de que não tinha sido nada demais.

Quando cheguei na areia, um salva-vidas já estava a nossa espera. Ele tirou a garota dos meus braços e quase que não permiti que o fizesse, queria tê-la perto de mim, queria tê-la colada ao meu corpo para poder salvá-la de alguma forma, eu só queria ela ao meu lado.

O rapaz a deitou e encostou o ouvido em seu peito.

– O coração ainda está batendo. – Informou.

"Ainda"? Como assim "ainda"? Ele queria dizer que não iria mais bater?

As pessoas curiosas começaram a formar um círculo em torno de nós. O salva-vidas trabalhava de maneira ágil pressionando o peito da Luísa para fazer a massagem cardíaca e contando seus batimentos cardíacos pelo pulso.

Olhei ao meu redor e percebi que ao meu lado Clara chorava desesperada e... Caralho, era a sua irmã mais velha ali, deitada, quase sem vida, eu podia estar desesperado, mas ela provavelmente estava muito pior. Passei meus braços pelos seus ombros pequenos e trêmulos, e a puxei para mim, Clara pareceu resistir ao meu toque de início, mas logo encaixou sua cabeça no meu peito e continuou a chorar sem parar.

Miguel estava abraçado com o Samuel e também chorava contra o pescoço do meu amigo que tentava fazer o seu melhor para acalma-lo.

Jade estava tentando consolar Laura da melhor maneira possível, mas era praticamente impossível, a morena estava inconsolável.

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