Capítulo 58🌙

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LUÍSA 🌻

ELE JÁ VAI ATENDER VOCÊS, SÓ UM MINUTINHO. – A secretaria avisou quando saiu da sala do Vinicius.

Vitor tinha me carregado até o escritório do irmão para que pudéssemos resolver o mal entendido de 3 anos atrás. Ele queria a todo custo provar que eu não tinha roubado nada daquela lanchonete e queria ver o Maurício morrer na cadeia e queimar no inferno, palavras dele.

O escritório de advocacia era pequeno, até onde sabia, Vinicius trabalhava sozinho, não fazia parte de uma empresa e nem nada, era apenas ele e a secretária.

Os poucos minutos de espera pareceram horas, o ponteiro do relógio parecia girar vagarosamente prolongando aquela tortura, eu já sabia o que o Vinicius iria dizer, que o meu caso já era passado ou que ele não poderia fazer nada, eu só estava ali para agradar o Vitor.

Depois de um longo tempo, na minha percepção, Vinicius saiu da sala acompanhado de uma senhora que lhe explicava detalhes do seu caso.

Não prestei muita atenção no que ela dizia, apenas admirei como os três irmãos era muito parecidos, Vinicius tinha o mesmo cabelo cacheado e escuro de Vitor e Vicente, porém seus olhos não era verdes, eles tinham um tom de mel que era lindo da mesma forma, os três tinham a mesma estatura, os mesmos ombros caídos, as mesmas mãos grandes e magras, se um dia, os três se colocassem de costas para mim de terno e alguém me pedisse para apontar qual deles era o Vitor, com toda a certeza, eu erraria.

Vinicius e a senhora apertaram as mãos e o rapaz fez sinal para que entrássemos na sala. Eu e Vitor nos levantamos e eu pensei em inventar uma desculpa e ir embora para minha casa, mas Vitor entrelaçou seus dedos aos meus e me conduziu para dentro. Nos sentamos em frente ao Vinicius que sorriu para nós.

– Vitor, Luísa, não posso dizer que é um prazer tê-los aqui porque geralmente as pessoas me procuram porque estão com a vida fodida. – Vinicius disse em brincadeira e eu sorri para ele. – O que os trazem aqui?

Eu virei para Vitor que me deu um olhar de apoio como resposta, voltei para Vinicius e suspirei.

– É uma longa história. – Falei por fim.

– Tudo bem, eu só tenho cliente daqui duas horas mesmo, pode falar à vontade. – Vinicius me encorajou ou pelo menos tentou.

Respirei fundo e contei tudo o que tinha acontecido comigo durante o período em que trabalhei no café, Vinicius ouviu a tudo, atento a cada detalhe e escrevia de maneira compulsiva em uma folha.

– Você lembra o nome completo dos dois? – Vinicius perguntou quando terminei de contar a história.

– Maurício Pereira e Diana Santos.

– Eles sumiram há cerca de três anos, certo? – Assenti. – Você sabe quanto eles roubaram da cafeteria?

– Por volta de R$ 500.000,00.

Vinicius me fez mais algumas perguntas e anotou todas as respostas na folha, ele a encarou por algum tempo e depois voltou sua atenção para mim.

– Eu acho que conseguimos provar a sua inocência, só vou precisar de alguns mandatos e ajuda de um amigo detetive. – Vinicius disse.

– Mas quanto vai ficar isso tudo? – Perguntei.

– Você não falou pra ela? – Vinicius perguntou para Vitor que negou com a cabeça.

– O Vinicius não vai cobrar nada. – Vitor explicou.

– Mas...

– Nada de "mas", o Vitor me contou a sua história meio por cima, achei injustíssimo e decidi te ajudar, não se preocupe. – Vinicius falou e pegou na minha mão. – Você faz parte da família agora, nós estamos juntos nessa.

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