PENSAR EM NOSSA HISTÓRIA ME ACALMOU UM POUCO. Sempre que pensava nele, sentia o meu coração bater mais calmo, como se encontrasse a sua paz.
Sinto algo apertar a minha mão, viro o meu rosto encontrando Davi me encarando com um sorriso.
– Você está linda. – Ele diz pausado e em tom sério, o único que sabia usar.
Depois de anos em silêncio, Davi tinha começado finalmente a falar, ele não dizia muita coisa, apenas o que achava necessário, ainda tem dias que a mudez o acompanha, mas sempre há aqueles que ele conversa um pouco conosco.
– Obrigada. – Falo e beijo a sua bochecha.
O carro diminui a velocidade até que para em frente à igreja. Olho pela janela sentindo o suor escorrer pelas minhas costas, em um extinto natural, levo a minha mão a boca, mas meu irmão impede que eu termine a ação. Volto meu olhar para ele que faz um não com a cabeça. Assinto respirando fundo, enquanto Davi desce do carro.
As madrinhas e os padrinhos conversam do lado de fora e tem alguns convidados fumando, enquanto esperam a cerimônia começar. Paro de olhar pela janela e acaricio a medalhinha de meia lua em meu pescoço.
Tentar me acalmar se torna inútil naquele momento, em menos de meia hora estarei casada com o lindo e arrogante homem dos olhos verdes, com o amor da minha vida.
Vitor me pediu em casamento da forma mais clichê possível, em meio ao pôr do Sol na praia com os nossos pés cobertos pela água morna do fim do dia.
Claro que aceitei.
Passamos por muita coisa juntos, mesmo depois que voltamos a namorar, ainda tínhamos nossos problemas pessoais e aprendemos a supera-los juntos, sem esconder nada um do outro.
Alguém bate em minha janela, me tirando dos meus devaneios. Miguel está lá, sorrindo para mim como sempre. Ele abre a porta e põe a cabeça para dentro.
– Chegou a hora. Está pronta? – Pergunta gentil.
Eu apenas concordo com a cabeça porque tenho a sensação de que não tenho forças para dizer nada naquele momento.
– O Vitor já vai entrar, então daqui a pouco o Davi vem te buscar. – Ele diz e deposita um selinho rápido em meus lábios, algo comum entre nós.
Meu melhor amigo fecha a porta do carro novamente e volta para o lado de Samuel, deitando a sua cabeça no ombro do seu namorado, quase marido.
Eu entraria na igreja ao lado do meu irmão, já que não falava com o meu pai há quase 5 anos, até enviei um convite para ele e para a sua namorada, mas acho difícil eles aparecerem.
A música Photograph do Ed Sheeran enche os meus ouvidos e eu sei que Vitor está entrando na igreja ao lado de sua mãe.
Davi aparece, abre a porta do carro e estende sua mão até mim. Eu a aceito e nós andamos até a entrada da igreja. Os padrinhos estão se enfileirando para poder entrar. Os nossos amigos estavam lindos naquelas roupas de gala.
Os casais se ajustam na ordem que determinamos: Clara e Vicente, Vinicius e Amanda, Miguel e Laura, Samuel e Jade, Felipe e Rebeca, e Marina e Igor.
A igreja não permitiu que fizéssemos casais homossexuais de padrinhos, então tivemos que misturar. Mal sabia o padre que teria um casal LGBTQ+ entrando na igreja naquela noite.
Igor se vira para mim e pisca, enquanto Marina sorri segurando o choro.
Sorri de volta e Wonderwall do Oasis começa a tocar e o primeiro casal entra.
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EntreVidas 🌙
Teen FictionLuísa é uma garota de programa que odeia o que faz, ela entrou nessa vida pela necessidade, todos os dias espera se livrar do emprego, até que descobre que há algo muito errado com o clube em que trabalha. Vitor tem o emprego perfeito, a família per...