Capítulo 42 🌙

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LUÍSA 🌻

NO OUTRO DIA, ACORDAMOS CEDO PARA APROVEITAR O DIA DE SOL e fazer uma caminhada à beira do mar. Tomei o meu café e fumei meu cigarro matinal, estava tentando largar o vício, já que o Vitor sempre reclamava do cheiro e começava a espirrar (às vezes, acho que os espirros eram forçados igual às tossidas), quando eu fumava ao seu lado, já tinha conseguido diminuir de 5 cigarros por dia para apenas 2, um de manhã quando acordava e um à noite, antes de dormir.

Depois que todos estavam prontos, saímos para encontrar Jade na praia iniciando o nosso passeio.

A vista da praia era linda, por ser mais de meio-dia, o Sol estava no seu auge, com seus raios nos atingindo com grande intensidade, era possível sentir a minha pele queimar sob toda aquela incidência, em torno da areia, árvores verdes se faziam presentes que junto à brisa do mar, nos refrescava naquele dia quente.

O clima de romance estava no ar, Marina e Igor andavam de mãos dadas e conversavam sorrindo um para o outro; ebeca e Felipe também estavam de mãos dadas, mas a minha amiga estava um pouco nervosa com aquela aproximação; Samuel tentava se aproximar de Miguel, mas ele se afastava por conta do ciúmes ainda, mas eu estava feliz por ver que Samuel pelo menos estava tentando vencer o seu medo; Laura e Jade conversavam animadas sobre qualquer assunto que surgia; Clara e Vicente eram as velas, mas conversavam entre si, mas nunca rolaria nada ali, já que o garoto era gay e minha irmã não estava nem um pouco interessada em namorar agora; eu e Vitor, bem, nós caminhávamos lado a lado em silêncio, admirando a belíssima paisagem, tudo estava em paz entre nós, até que uma dúvida dolorosa me atingiu.

– Seu amigo idiota não vai machucar a Beca, não é? – Perguntei de repente chamando a atenção de Vitor.

– Oi?

– Seu amigo idiota não vai machucar a Beca, não é? – Repeti.

– Eu acho que não, por que ele faria isso? – Vitor perguntou com o cenho franzido.

Eu olhei em volta para ter certeza de que ninguém estava nos ouvindo, eu não deveria dizer isso, era a intimidade dela, mas a minha preocupação falava mais alto.

– Porque a Beca é trans. – Falei quase num sussurro.

– E qual o problema?

– Pra mim nenhum, já não sei pro seu amiguinho hétero. – Eu disse séria.

Vitor soltou uma risada alta chamando a atenção dos nossos amigos, mas logo nos ignoraram novamente porque a bolha em que cada um estava era mais interessante do que um maluco rindo alto.

– Se o seu medo é que o Felipe termine com a Rebeca so por causa desse mínimo detalhe, pode ficar tranquila porque tenho certeza de que só vai ser isso, um detalhe. – Ele prosseguiu. – Nem todo hétero é babaca, existe aqueles 10% que são legais.

– Espero que você tenha razão.

– Pode deixar que se ele fizer alguma coisa, eu mesmo bato nele. – Vitor falou e me lançou uma piscadinha.

Eu sorri e mudamos de assunto. Andamos por mais alguns minutos até chegarmos ao fim da praia que iniciava uma trilha. Ali na beirinha da água tinha algumas tendinhas com boias gigantes estacionadas na areia.

– Legal, Banana Boat! – Marina exclamou.

– O que é isso? – Clara perguntou olhando curiosa para aquelas boias em forma de banana.

– Você nunca andou de Banana Boat? – Vitor perguntou incrédulo ao meu lado e tanto eu quanto a minha irmã, negamos. – Vocês tiveram infância?

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