Capítulo 62 🌙

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VITOR 🎈

POR QUE VOCÊ QUER SABER O MEU TIPO SANGUÍNEO? – Perguntei confuso.

André pareceu titubear por um instante e insistiu na pergunta:

– Qual é o seu tipo sanguíneo? É importante.

– AB positivo, pronto, feliz? – Falei.

André sorriu de orelha a orelha e pediu para que eu o deixasse entrar para que me explicasse tudo o que estava acontecendo.

Não sei se foi o vinho ou se o meu lado bondoso falou mais alto, mas deixei que entrasse no meu apartamento, nos sentamos à mesa e lhe servi uma xícara de café antes que começasse a falar.

– Você era bom em biologia na época de escola? – Ele perguntou tomando um gole do café.

– Não era um gênio, mas entendia um pouco. – Respondi sentindo o líquido amargo descer pela minha garganta.

– Você ia bem em genética?

– Sim, é a área da biologia que mais gostava.

– Logo que entrei aqui, perguntei qual era o seu tipo sanguíneo porque através disso é possível saber se o filho pertence a uma pessoa X ou não. – André explicou.

– Acho que sei onde está querendo chegar.

– Você tem papel e lápis? – Pediu e eu fui até o escritório para pegar. – Certo, se você é do tipo AB, quer dizer que seus alelos são IaIb, a Thalia tem o tipo sanguíneo O, então ela é ii, se cruzarmos os tipos sanguíneos de vocês dois, o filho de vocês só poderiam ser ou do tipo sanguíneo A ou do tipo B, certo? – Concordei com a cabeça. – Mas temos um problema, o Matheus é do tipo O, e bem, eu sou...

– Do tipo O. – Completei a sua linha de raciocínio.

– Exatamente.

– Então, o Matheus é seu filho. – Falei em voz alta para fazer com que eu mesmo acreditasse.

– Bem, é o que parece.

Minha cabeça estava em uma confusão só, eu tentava organizar os meus pensamentos e relia os rabiscos que André tinha escrito.

– Você tem certeza de que o Matheus é do tipo O?

– Absoluta. – Ele respondeu e tirou um papel do bolso. – E também fiz outro exame de DNA assim que liguei os pontos, mas ainda não abri.

– Por que você ainda não abriu?

– Porque queria abrir com você, assim, você vê que não estou mentindo.

Peguei o papel de suas mãos, mas o devolvi.

– Você abre. - Falei e André assentiu.

Ele abriu o envelope, leu o resultado do exame e sorriu, logo depois me passou o papel, que li rapidamente, ali dizia que o Matheus era filho do André, aquilo não fazia sentido.

– Eu tenho um resultado de exame comprovando que o Matheus é meu filho, a não ser que... – Falei e então a ficha finalmente caiu.

– Que a Thalia o falsificou para te ter de volta.

– Mas ela errou feio, porque eu nunca que voltaria com ela, não depois do que ela fez.

Ficamos em silêncio por um tempo, permitindo que a realidade nos atingisse, a Thalia queria voltar comigo e achou que daria certo se tivéssemos um filho juntos, André era apaixonado tanto por ela quanto pelo meu filho, ou melhor, seu filho e eu não sabia como me sentir em relação a tudo isso.

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