EntreVidas 🌙

Capítulo 66 🌙

VITOR 🎈

– POR FAVOR, VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO! – Exclamei me jogando contra o meu sofá.

– Claro que não. – Luísa disse procurando algum filme na Netflix. – Esse filme é péssimo!

Eu e a ruiva tínhamos reconquistado a intimidade de antes, só não estávamos mais em um relacionamento, o que era péssimo para mim, mas pelo menos tínhamos uma amizade incrível e adorávamos ficar na companhia um do outro.

– Luísa, acho que você é a única garota no mundo que não gosta de Meninas Malvadas!

– Eu já disse, não sou como as outras garotas, lembra?

– Como eu poderia esquecer? Foi uma das primeiras coisas que você me disse. – Falei com um sorriso ao me lembrar daquela noite.

– É, parece que foi há anos isso. – Ela disse com a cabeça nas nuvens. – Tanta coisa mudou de lá pra cá.

– Realmente, aquele dia virou a minha vida inteira de cabeça pra baixo, descobri que era traído e te conheci e hoje já não sei mais como consegui conviver tanto tempo com a Thalia e sem você na minha vida.

– Idiota. – Luísa tacou uma almofada em mim, pensando que eu estava brincando na última parte ou tentando se convencer de que era brincadeira. – Mas aquela noite mudou muito a minha vida também, você me salvou, Vitor.

– Você também me salvou, Lu, mesmo sem saber.

Luísa sorriu tímida para mim. Nós fomos a salvação um do outro, mesmo não sabendo, fomos a fortaleza, a âncora. Uma vez eu li que a salvação e a destruição estão apenas a um passo de distância, analisando o último ano da minha vida, posso afirmar que é verdade, sempre que tudo parecia começar a dar certo, ou comigo ou com a Luísa, alguma coisa acontecia para destruir as nossas barreiras e sempre as reconstruíamos juntos, como sempre seria.

Luísa pigarreou, acho que estava a encarando tempo demais.

– Não entendo como você pode gostar de Meninas Malvadas, até parece que algo assim iria acontecer na vida real, uma garota criada na África vai parar em um colégio americano, se apaixona pelo ex da popularzinha, vira amiga dela e tenta destruí-la, é patético! – Ela voltou ao assunto anterior.

– Não é patético! – Discordei. – Você não pode sentar comigo, então!

– Ok, vou embora, se é assim, pode ficar com o seu sofá.

Luísa se levantou pegando a sua bolsa e os seus sapatis, indo até a porta e saindo do apartamento. Contei até 10 mentalmente e vi a porta se abrir.

– Você não vai vir atrás de mim? – A ruiva perguntou com as mãos na cintura.

– Eu sabia que você ia voltar. – Respondi segurando o riso por conta da sua pose.

– Ah, é? E como você sabia que eu ia voltar?

Luísa entrou no apartamento novamente e fechou a porta atrás de si, deixando o ar gelado do lado de fora.

– Porque você sempre volta. – Falei quando se sentou na minha frente e se cobriu. – Porque eu sei que é só pra me fazer correr atrás de você e te abraçar por trás e dizer o quanto te amo, mas saiba que mesmo eu não ter ido agora, não significa que eu nunca mais irei, porque eu sempre vou atrás de você, Luísa Cardoso, mesmo que for só pra ser o seu amigo.

Luísa ficou em silêncio por um tempo, mas logo disse:

– Você tem razão, eu sempre volto e também sempre irei atrás de você, Vitor Guimarães.