Capítulo 57 🌙

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VITOR 🎈

Thalia, mensagem de voz:
"VITOR, EU SEI QUE É CEDO E QUE VOCÊ DEVE ESTAR DORMINDO, mas eu estou entrando em trabalho de parto e gostaria de que você estivesse aqui... Bem... Nós, quero dizer, eu e o André estamos indo para o hospital, estamos indo para o Santa Mônica, o da Paulista, então se você quiser aparecer e participar, já sabe onde nos encontrar."

Meu talvez filho estava nascendo.

E eu podia contar nos dedos quem sabia da gravidez da Thalia e com certeza a Luísa não estava no meio dessa gente.

Eu me sentia mal por ter escondido algo tão importante da minha vida dela, afinal estávamos namorando, era o mínimo que eu deveria fazer, mas a possibilidade da criança não ser minha, me convenceu de que era melhor não contar nada por hora.

Avisei meu chefe, Gael, que estava a cominho do hospital e que não iria trabalhar naquele dia, mandei mensagem para o Vinicius, o Felipe e o Samuel, liguei para a minha mãe que não ficou muito animada com a notícia, de acordo com dona Beatriz, ela sentia que o filho não era meu.

E secretamente eu rezava para que minha mãe tivesse razão.

Eu não me sentia preparado para ter um filho agora, sempre foi o meu sonho ter uma família, admito, mas não nessas condições, não no momento em que tinha que reestruturar toda a minha vida, não no momento em que eu estava me separando da mãe do meu filho, não no momento em que o meu pai resolve me dar um gelo.

Precisava esfriar a cabeça e pensar em uma solução, passei os últimos 9 meses fingindo que nada estava acontecendo, que cada mensagem que a Thalia enviava me contando as novidades do pré-natal não foram recebidas, que eu realmente não era o pai da criança. A única coisa que eu sabia era que era um menino e iria se chamar Matheus, o resto era um incógnita.

Não quis saber quando o bebê deu o primeiro chute, não quis saber quantos quilos a Thalia tinha ganhado, não apareci no chá de bebê ou naquele desnecessário chá revelação, minha mãe foi por mim e ela também se mantéu distante de tudo.

Eu só não queria me apegar a um filho que poderia nem ser meu.

Eu tinha medo de ter um filho e depois e descobrir que ele não me pertencia.

Eu era a porra de um covarde.

– Acompanhante de Thalia Garcia? – O médico surgiu na minha frente e André andou rápido até ele.

– Somos nós dois. – Ele disse apontando para mim que permaneci sentado na cadeira com os braços cruzados e os pensamentos a milhão.

– Ocorreu tudo bem, o bebê nasceu saudável e já está indo para a incubadora, os senhores podem ir até o berçário olhá-lo.

– Muito obrigado, doutor. – André disse e apertou a mão do médico e logo se virou para mim. – Você quer ir dar uma olhada no Matheus?

– Tá, pode ser. – Falei dando de ombros e me levantando.

Nem eu e nem o André quisemos entrar na sala de cirurgia para assistir o parto, afinal seria injusto se um entrasse e o outro fosse o pai, então decidimos esperar do lado de fora.

Quando chegamos ao berçário o meu talvez filho já estava na incubadora com a plaquinha com as suas informações.

Nome: Matheus Garcia.
Data de nascimento: 17/05/2019
Horário do nascimento: 6:58
Peso: 3,950
Altura: 49 cm
Nome da mãe: Thalia Garcia

Nós três tínhamos entrado no acordo de que o Matheus só teria o sobrenome da Thalia até que descobríssemos quem era o pai.

Observei atentamente o pingo de gente na minha frente. Matheus tinha o cabelo preto, os olhos eram escuros e seu nariz e sua boca perfeitos demais para ser verdade. O seu corpo era tão pequenino que a fraldinha ficava enorme em seu corpo, seus dedos eram miudinhos e suas pernas gordinha, por um momentos quis que aquela criança fosse minha, que a Thalia nunca tivesse me traído, que eu fosse pai de verdade, mas essa vontade passou quando o cara do meu lado abriu a boca.

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