Capítulo 68 🌙

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Luísa 🌻

EU APERTAVA AS MÃOS DE MIGUEL E DE VITOR como se a minha vida dependesse daquilo, e eu tinha a sensação de que dependia.

Eu balançava a perna sem nem mesmo perceber, vez ou outra, Vitor colocava sua mão sobre o meu joelho para me fazer parar, mas não adiantava muita coisa, porque no segundo seguinte que ele me soltava, o balanço voltava.

Miguel fazia círculos com o polegar na minha mão na tentativa de me acalmar, mas era em vão, a minha ansiedade só aumentava cada vez que o relógio marcava um novo minuto.

Vinicius já tinha chegado e estava com todos os documentos separados em uma pasta transparente, ele tinha sido um ótimo advogado, tinha juntado algumas testemunhas ao meu favor, além de conseguir localizar o meu ex e sua cúmplice.

Laura já tinha me dado, no mínimo, 5 xícaras de chá de camomila e sabe Deus quantas vezes me pediu para imaginar um iceberg derretendo, mas isso só me deu vontade de ir no banheiro.

Minhas unhas já não existiam mais, elas estavam minúsculas, não era possível roê-las mais, Vitor até tinha passados pimenta em meus dedos na noite anterior.

Olhei para o relógio de ponteiro na parede com dificuldade, já que nunca tive muita prática com essa coisa.

7h56m.

O julgamento estava marcado para as 8h00m, mas meu nervosismo fez com que eu chegasse no tribunal quase uma hora mais cedo. Vitor, Miguel, Laura, Samuel e Jade me acompanharam, mesmo eu dizendo que se eles quisessem vir, poderiam chegar mais tarde, mas teria sido mais eficiente falar isso para a Albina ou para o Beethoven.

– Tem certeza de que não quer comer nada? – Vitor perguntou deitando sua cabeça sobre a minha.

– Absoluta, se eu colocar qualquer coisa no estômago, vai sair no mesmo instante. – Falei em meio a um suspiro.

Vitor assentiu desgostoso e me disse que Felipe estava a caminho e que tinha pedido para que ele me trouxesse um pão de queijo de alguma padaria.

– Está na hora. – Vinicius disse se levantando e vindo até mim.

Olhei no relógio novamente e agora ele marcava 07h59m.

– Mas eles ainda não chegaram. – Disse me referindo ao Maurício e a Diana. Vinicius levantou uma sobrancelha e me encarou. – Eles já estão aqui, não é?

O advogado assentiu e esticou a mão para mim. Eu soltei as mãos de Vitor e Miguel e peguei a que estava me sendo oferecida. Nós dois entraríamos primeiro, depois quem quisesse acompanhar o julgamento poderia entrar.

– Boa sorte. – Vitor me desejou antes que eu pudesse me levantar e me deu um selinho rápido.

– Vai dar tudo certo, acredite. – Miguel falou me dando um beijo na bochecha.

Dei um sorriso amarelo para os dois, enquanto Vinicius apoiava minha mão em seu braço e conduzia até a sala onde seria o julgamento.

Paramos em frente à porta e o meu cunhado pegou as minhas mãos pequenas nas suas que eram tão grandes quanto às de seu irmão.

– Respira fundo. – Ele disse e eu fiz o que me foi pedido. – Deixa o ar bom entrar em seu corpo e deixa o ar ruim sair, isso, muito bem. Mantenha a calma e só fale quando pedirem, ok? Fica tranquila, vamos conseguir provar a sua inocência.

Sorri para Vinicius que retribui e soltou as minhas mãos. Ele me lançou um último olhar, como se quisesse a minha aprovação para encararmos o que estava atrás daquela porta e eu concordei com a cabeça. Então, juntos empurramos a porta e entramos.

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