02 🌼

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LORENA 🍷

Vagner: impossível não querer saber do mistério que é a sua vida, e olha que sorte a minha em descobrir — sai de lá mais ele foi atrás de mim me agarrando até chegar na parte do bar —.

Lore: se você não me soltar agora eu vou chamar o dono desse lugar, e as coisas irão ficar tão feia pra você.

Me soltei das mãos dele e saí de lá correndo, entrei no camarim e comecei a pegar as minhas coisas, por hoje deu, cheguei no meu limite e não iria me sujeitar a isso, meu professor não.

Saí pelos fundos segurando o choro e Dantas me viu.

Dantas: Lore, está tudo bem?

Lore: sim — minha voz saiu falhada e uma lágrima escapou — se Diana perguntar diz que já fui pra casa, não estou me sentindo bem.

Dantas: quer que eu acompanhe você?

Lore: não se preocupe — sorri com a boa vontade dele — Obrigada Dantas, boa noite.

Entrei no meu carro e acelerei saindo de lá, olhando toda hora pelo retrovisor para ver se não havia nenhum carro me seguindo, me senti perseguida, me senti a pior pessoa do mundo.

Segunda-feira teria aula com ele, com o Vagner e com que cara iria olhar pra ele? Senti uma ânsia enorme ao pensar, ao lembrar dele naquele quarto encostando em mim.

Cheguei no AP e me senti tão tranquila em estar ali, coloquei minhas coisas no quarto e entrei no banho para relaxar, saí enrolada na toalha e já era 4h20 da manhã, coloquei minha camisola e fui pra casa, Diana sempre ia para o AP de Fernando depois das noitadas de final de semana então já estava acostumada a ficar sozinha e até que eu gostava, arrumava todo o financeiro da loja e preparava as jogadas de marketing que iria usar durante a semana.

Quando peguei no sono a porta do meu quarto abriu e era Diana, ela ascendeu a luz e correu até a minha cama com aquele olhar preocupado.

Diana: Lore, o que aconteceu? Porque você saiu antes do horário? Dantas disse que você não estava bem, e o rosto bem triste — sentou ao meu lado e sentei na cama —.

Lore: não é nada, só uma indisposição — passei a mão entre os cabelos para alinha-los —.

Diana: você sabe que não pode, e nem deve esconder as coisas de mim não é?

Lore: meu professor estava lá, um professor que sempre me olhou com outas intensões. Ele estava lá, e o pior ele sabia que iria me encontrar lá. Como Diana?

Diana: meu Deus Lore — segurou em minha mão — precisamos deixar apenas clientes VIP entrar, ele não tinha esse direito — ficamos em silêncio — você acha que foi proposital?

Lore: não sei, estou com nojo — segurei o choro — Rafaela viu o meu desespero e não fez nada, eu me senti sozinha e perdida. Nem na primeira vez que fiz isso tive tanto medo assim — as lágrimas escaparam sem eu perceber —.

Diana: vem cá — me puxou para o seu colo — você é a minha irmã mais nova Lore, você é o meu presente da vida e eu nunca vou deixar nada te acontecer, eu estou com você.

Acabou que dormimos ali na minha cama juntas, quando abri os olhos senti o cheiro de café e torradas que Diana era craque em fazer, abri um sorriso e saí da cama caminhando até a cozinha.

Diana: já estava indo te chamar — sorrio — está melhor?

Lore: depois de chorar igual uma bebezinha? — rimos — estou sim, obrigada por ser você.

Diana: somos seres humanos igual a todo mundo Lore, nunca ninguém irá poder subestimar você.

Lore: nós — falei e mordi um pedaço da torrada —.

O dia foi bem corrido, trabalhei bastante na loja porque eu precisava manter a cabeça bem ocupada, meu estômago embrulhava só de imaginar ir para a faculdade na segunda-feira.

Já estava a 2 dias sem ir trabalhar na boate e Diana super me entendeu e me apoiou, ela que me fez tirar esses dias só pra mim, Fernando que era um dos donos também não reclamou, por outro lado, ele queria ir na faculdade tirar satisfação com Vagner e ri dele tão bravo por mim.

Conheci Diana com 16 anos, ela já tinha 19 anos e estava enrolando para sair da pensão até que entrei na vida dela e juntas conseguimos o que temos hoje, Fernando está com a gente desde o início e no começo ele já era apaixonado por Diana e os dois vivem esse rolo desde sempre.

Diana: por favor me ligue qualquer coisa — falou enquanto eu pegava a mochila para ir pra aula —.

Lore: claro que sim, minha segurança — fiz careta e rimos —.

Diana: estarei aqui de verdade mocinha — jogou a almofada em mim —.

Lore: te ligo com certeza — mandei beijo no ar e ela retribuiu —.

Liguei o carro e fui dirigindo bem concentrada para a faculdade, como chego cedo costumo ficar na sala do café estudando e tomando um bom café forte que eu amava e não abria mão, sempre fiquei no meu mundinho, não era a popular como as outras garotas mas acredito que já dei mais foras do que elas.

Quando deu o horário de ir pra sala e levantei percebi algumas pessoas me olhando, eu odiava aquilo quando estava fora do palco, quando estava ali vivendo a minha própria realidade, senti minhas bochechas corar e peguei o elevador rapidamente e por sorte fui sozinha.

Desci no sétimo andar e caminhei até a sala 704, fui direto para o meu lugar e sentei, havia algumas pessoas na sala e ela foi enchendo, cada vez mais foi enchendo e todo mundo que entrava me olhava, alguns com o olhar de pena, outros rindo como a Raquel a mais popular e chata da faculdade.

Vagner entrou e desviei o meu olhar, não iria aguentar ver aquela cara nojenta dele me olhando.

Vagner: boa noite crianças — todos riram menos eu — hoje a aula será diferente, será no laboratório, peço que peguem suas coisas e desçam para o terceiro andar.

Vi que ele saiu e respirei aliviada, comecei a colocar minhas coisas dentro da mochila.

Nosso amor impossível |Onde histórias criam vida. Descubra agora