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N A T H A S A

Meu Morro do Alemão! Como é bom estar de volta.

E só achar que parece que as coisas estão no seu devido lugar, Laís não quis me passar nada por telefone, disse que como a viagem tinha sido incrível, só me lançaria as bombas em solo brasileiro, mas de imediato só queria chegar, ver minha amiga e comer alguma coisa de verdade, com gosto de comida!

Sair fora daqui foi uma escolha minha na hora da emoção e da raiva, mas vendo agora depois de estar de volta valeu a pena e era necessário, dizer que não senti saudade e que não quis voltar logo nos primeiro dias é mentira, mas precisava esquecer algumas coisa, me dar um tempo e deixar algumas pessoas aqui. 

Assim que o motorista do táxi entregou as malas pro Gustavo que me esperava na entrada o olhei e olhei envolta tentando me lembrar de como as coisas estavam no dia que fui, o coração insistia em acelerar do mesmo jeito que foi quando entrei no táxi pra ir embora e só conseguir dizer "- Aeroporto por favor!" olhando pela janela minha vida ficar pra trás fui, sem nem chorar e nem pensar em nada. 

Não existia nada dentro de mim naquele dia. 

Foram três anos, com pessoas novas, sensações diferentes e nada comuns, e situações que me ensinaram muita coisa, chamei de lar por um longo tempo, mas é bom estar em casa de novo.

Peguei a mochila pequena que o motorista tinha me entregado do outro lado e caminhei até o Gustavo que estava parado do lado do carro me esperando pra "servir de motorista particular".

Baixinho: Tá gatona em patroa - mencionou enquanto abria a porta do carro

Nath: Continua igual né Gustavo, porque toda essa recepção? disse cumprimentando o mesmo com um beijo no rosto depois do abraço apertado que me foi programado 

Vi os meninos aqui virarem "aviõesinhos", depois vapores pro Victor, e hoje alguns até são donos de bocas, por isso tenho a moral e ousadia de chamá-los pelos nomes, comigo não tem essa de vulgo ou apelidinho, Vk é bem longe de mim, chamo de Victor sim, Baixinho? é Gustavo! Sempre deixei que me chamassem de Nathasa ou Nath, mas Victor decretou que depois do nosso rolo, tinha me tornado Patroa pros meninos! 

Baixinho: Você sabe patroa, o chefe já foi informado que você chegou, então tá querendo te proteger de tudo e todos! respondeu batendo a porta do carro

Nath: Victor tá maluco em mim ainda? perguntei mesmo já sabendo a resposta

Baixinho: Isso aí não sei, só vazaram a informação de que ele ficou mal quando se vazou - respondeu ligando o carro 

Assim que entramos, mencionei que o primeiro lugar que queria ir foi pra minha casa, preciso jogar essas malas em algum canto pra simplesmente esquecer de arrumar, e colocar um chinelo!

Depois ver se Dona Ana deixou alguma coisa pra comer, ela é nossa vizinha, cuida de mim e do Kauã como se fossemos seus filhos.

Nosso pai saiu bêbado algum dia antes dos nossos aniversários, e nossa mãe se mudou pro Lins assim que deu a luz a mim, nunca veio atrás da gente e nós queremos continuar mantendo distância! Estamos muito bem, trabalhamos pra compramos nossas coisas e chegamos ele com vinte e quatro anos, e eu com vinte e um, sozinhos e só um contando com o outro! 

Nath: Me espera, vou ver se tem comida e já vou subir pra ver seu patrão lá! finalizei antes de sair do carro, balançou a cabeça, desceu os óculos escuros e amentou o som do carro 

Abri a porta sem receio algum, ninguém tranca a portas nesse morro, assim que corri os olhos pelo primeiro andar, avistei a Dona Ana mexendo alguma coisa no fogão, tirei o tênis perto do sofá, e caminhei até ela tentando fazer o mínimo barulho 

Dona Ana: Caralho Nathasa, qualquer hora vai me enfartar! Seu irmão não avisou que estava voltando que saudade de você meu amor! Ela disse já se virando para me abraçar

Nath: A boca, pra que tanta agressividade? Com saudades de mim mulher? Já já eu volto, cadê o feio do meu irmão? perguntei soltando ela e pegando uma batata-frita que estava no pote em cima da mesa

Kauã: Qual foi? A macaca tá de volta, deu nem tempo de sentir falta! finalizou entrando pela lavanderia e veio apertar minhas bochechas como sempre

Nath: E você acha que senti a sua idiota, tá chapado já essas horas? perguntei olhando os olhos dele pra brincar e logo depois levantei pra abraçar o mesmo que me girou no ar 

Kauã: Eu te amo sua tonta!

Nath: Também seu fedido!

Disse pra Ana que talvez voltasse pra almoçar, só tinha resolver algumas coisas com o Victor sobre o morro. Ela como uma boa tia, madrinha, e até mãe em alguns momentos, nunca gostou do meu cargo na boca 17, comecei com dezessete anos sendo contadora do dono das antigas, só que o Victor em reunião demitiu ele depois de mais ou menos dois anos e como gosto de pensar me deu de presente por que tenho potencial em comandar algo desse tamanho!
Quando completei vinte anos foi só sucesso, hoje a boca lucra muito bem, consigo pagar meus braços direitos e ainda assim fazer os meus gosto! 

Desci até o carro onde o Gustavo me esperava e disse pra ele me levar até o "chefe", vamos ver em que pé tá minha relação com o "babaca master" de sobrenome Dummond!

O Meu Morro do Alemão (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora