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V I C T O R 

Morro do Alemão

Logo mais a noite...

Cheguei na barreira do Complexo por volta das onze da noite, parei pra falar com os mano que tava de plantão na entrada e perguntei se sabiam de alguma coisa sobre os morros da região. 

Fumaça: Nada versos nada patrão, geral pianinho - respondeu mostrando um grupo privado no aplicativo de mensagens 

Victor: "Jaé", qualquer coisa só dá o papo lá em cima - mencionei fazendo toquinho e pra que em seguida desci a vizeira pra riscar asfalto morro a cima 

Tirei as três sacolas do guidão, uma com um sapato pra mim, e as outras duas, que são mimos pra ela, que são pequenas coisas mais pesam no bolso na hora de bater caixa, mas mesmo se fosse mais caro, por ela eu dou o malote, chorando, mas dou! 

O shopping também só rendeu a mais um número de mulher pra lista de contatos, daqui dois dias eu apago por que não gosto de gente fútil ocupando espaço sem ter o mínimo de relevância na minha vida. 

Deixei o meu chinelo slide branquinho da Nike, meu xodó, perdido pela sala pra poder andar descalço, em casa não tem gente! É pé no chão, subi as escadas e fui dar uma conferida pra ver se a Laís estava em casa, mas é claro que não! Fui pro meu quarto, peguei um rádio no criado-mudo e nele digitei o código do geral da casa do Kauã, onde a gente tá, tem um rádio, perguntar uma coisa outra não precisa mandar mensagem né? 

A bobona da minha irmã tá aí? -

- Ainda não chegou, tô descendo ver se avisto ela, por que tô começando a ficar preocupado já, não dá pra ficar bobeando por aqui

Se ela não chegar em cinco, dá o papo, cê sabe assim como eu, que vai ter a ver com o Matheus qualquer coisa assim - 

- Fodam-se os cinco, desce já! 

RADINHO OFF 

Não é possível, agora que eu sentar e ligar pra Nathasa só pra dizer que tô com saudades e os caramba, esse filha da puta de marca maior resolve aparecer, tomar no cú! 

Catei um tênis qualquer no quarto, vesti um moletom por cima da blusa e desci as pressas, montei na moto que ainda estava quente, e desci a milhão até a rua de trás, ao mesmo tempo que parece perto é certamente distante. 

Assim que cheguei no portão da casa dos Dummond's me peguei apreensivo ao ver o Kauã indo de um lado pro outro com o telefone na mão, e o capacete preso no braço, estacionei na calçada e ele fez sinal pra mim, pedindo mais dois minutos, nesse momento liguei pro meu contato no Complexo do Salgueiro pra saber de mais algumas coisas, não é possível que o Matheus tenha decidido simplesmente por acaso que iria sequestrar minha irmã ou atacar o Alemão. 

Por que não estamos tão eufóricos? 

A pulseira que o Kauã deu, tem um rastreador, o anel que eu dei no Natal também, e o colar que a Nathasa comprou igual tem também, então nesse exato momento todos os sinais que recebemos da segurança nos deixa tranquilos. 

Kauã: Pronto, o Rael, o Dedé, o Lina, o Fumaça e o Baixinho vão com a gente até a quadra de trás que é onde ele mandou mensagem pedindo pra gente ir, tem dois de tocaia nas casas mais alta ao redor, disseram que ele só subiu com cinco pessoas - mencionou subindo na moto e guardando o celular no bolso 

Victor: A gente pode matar ele aqui, e já por favor? respondi girando a chave pra dar partida  

Kauã: Cê que sabe, quem manda aqui é tu, vai contar pra Nathasa? perguntou antes de colocar o capacete 

O Meu Morro do Alemão (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora