Capítulo 5 - O fim?

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Não teve respostas e nem perguntas. Após a cena de Lola e Dmitri que se desenrolou na destruída torre todos preferiram ficar em silêncio e esquecer o ocorrido, pelo menos até o dia seguinte chegar.

Ninguém imaginava que a aparente garota isolada e quieta se unindo com seu amigo seria uma pessoa completamente diferente, a dúvida rondava os pensamentos de cada adolescente dali. Talvez Bruno realmente tinha razão, aqueles dois escondiam algo, não podiam confiar neles e em suas mentiras e segredos.

Bruno ficou acordado durante a noite inteira, raciocinando e montando as peças do gigante quebra-cabeças, como sua companhia tinha Merópe Maia, que permanecia acordada vigiando os arredores, apesar de estar cansada e com muito sono.

Deitado, encarava o teto como se existisse algo espetacular naquelas pedras e, de vez em quando, brincava fazendo pequenas faíscas em cada um de seus dedos, iluminando o ambiente por alguns segundos e logo voltando a escuridão total.

O garoto elementar da eletricidade sempre sentiu algo familiar em Lola e começou a se perguntar o porquê. De onde a conhecia? O cabelo dourado como o sol, olhos verdes que conseguiam ser lindos e frios ao mesmo tempo, a personalidade que demonstrou horas atrás...

O que Lorrayne mais temia aconteceu. Bruno finalmente descobriu o segredo e, agora, só esperava o sol aparecer para revelar.

Dmitri e Lorrayne se encontravam tranquilos, não faziam ideia do que estava por vir. Sayla tentava entender os dois porque, mesmo sendo interesseiros e egoístas, eram pessoas boas e ela pensava que, apesar de estarem mentindo sobre algo, não havia necessidade de todo o drama. Merópe Maia compartilhava a mesma ideia que sua amiga, para a garota manipuladora da água tudo era completamente desnecessário.

— Temos que levar em conta que, talvez, Bruno só esteja com ciúmes de não ser o mais bonito do grupo agora que Dmitri apareceu. — Merópe brincou com a situação conseguindo arrancar a risada de Sayla.

— Então ele é bonito? — Questionou risonha. As duas se divertiam buscando mais e mais razões para o ódio sem explicação de Bruno contra os dois habitantes de Eclipcia.

Enquanto isso, Hector tinha que aturar as altas explicações intelectuais de Frederick. O loiro não tinha interesse algum em todos aqueles cálculos sem conexão e sentido para ele, mas preferia somente responder "sim" e "você tem toda razão" para poupar dor de cabeça e mais uma discussão.

— Não tem lógica! Daniel... ou seja lá qual for o nome dele, sendo um humano comum não poderia estar vivo. Pelo o que ele explicou, o portal estava aqui. — Frederick apontou para o círculo marcado no mapa que ele mesmo desenhou no chão, seu movimento sendo seguido pelo olhar entediado do escritor. — Então levou dois dias para chegar até a torre. Como ele conseguiu suportar caminhar sem pausas por dois dias no deserto?! Passando fome, sede, frio e calor... ainda tem os monstros! Será que a sorte dele é tanta que não apareceu nenhum monstro? Simplesmente sem lógica!

Frederick estava inconformado. Cada segundo arrumava seus óculos, suas bochechas fofas estavam mais vermelhas do que o normal e seus olhos puxados percorriam milhares e milhares de vezes todas as anotações nas pedras tentando, assim, achar um erro ou algo que não percebeu antes.

— Talvez... — Hector disse lentamente ao fitar seu amigo estressado. — Você está observando pelo ângulo errado. E se ele estiver mentindo? Ele pode ser elementar assim como nós somos, só está escondendo para parecer ser fraco e indefeso e não causar uma sensação de ameaça para nós que não confiamos nele.

Ninguém tinha conhecimento, nem mesmo sua melhor amiga, que Dmitri escutava cada fofoca ao seu redor, parecendo que cada palavra estava sendo dita ao seu lado. Estava se divertindo até ouvir do lado de fora Bruno rir de bom humor. Mesmo não conhecendo ele direito, Dmitri tinha total certeza que não era de dar risadinhas pela manhã atoa e que nada de bom podia vir disso.

O Tempo é o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora