O Tempo é o inimigo

Epílogo

Primeiramente desculpa a demora. Sofri com um bloqueio criativo logo no epílogo hahahah. Mas enfim, consegui superar somente hoje e corri para escrever, espero que gostem, sobreviventes❤ Não revisei e saí postando, então perdão pelos erros também.

A noite zombava dos fracos e tolos, a luz das estrelas era fraca e enganosa. Não era para qualquer um lidar com a escuridão e andar por ela junto ao perigo. Se enganavam aqueles que pensaram que a pior época já tinha passado, o verdadeiro caos tinha sido iniciado naquele instante, o instante que alguém pela primeira vez gritou o seu nome alertando para os mundos e universos que a destruição surgiu, que o brilho negro e impiedoso se alastrava por tudo e todos.

Infelizmente problemas nunca possuíam um fim. Com a queda de Austin Black a esperança de um mundo melhor e uma sociedade mais justa nasceu, ninguém esperava ou lembrava que a vida era nada mais que um ciclo e que a mudança do governo e a aceitação pelos elementares não significava a solução para tudo. Sim, era um fato que estava melhor do que antes, mas o equilíbrio não se referia apenas em sentimentos ou ligações entre os mundos, o equilíbrio também permanecia na população, o bem e o mal deviam sempre estar na mesma proporção.

A organização Blanc não atuava mais no crime, o que levou a aceitação de outros grupos surgirem, grupos esses que anteriormente se mantinham em segredo por medo dos Blanc e de Austin Black. Ainda existia o medo, afinal, os elementares agora mandavam em praticamente tudo, mas por algum motivo invisível e inexplicável a coragem nesses grupos cresceu rapidamente durante os anos, os dando a ousadia necessária para causar o caos. Agora o perigo não estava mais associado apenas à Região Lua de Sangue, mas sim à todas as regiões de Palladino e, ironicamente, Mercurinonis passou a ser o mundo mais tranquilo para se viver.

Um armazenamento antigo de medicamentos e utensílios da ciência em Lua Azul passou a ser o principal ponto de encontros entre esses grandes criminosos, um local abandonado e perfeito para reuniões como àquela que acontecia na noite de grandes constelações no céu.

As iluminações estavam quebradas há tempos, o segundo andar totalmente destruído e os rangidos estranhos que as velhas máquinas faziam ao redor quando soltavam líquidos corrosivos ou fumaça tóxica mostravam que aquele lugar não era a melhor escolha para visitar ou passar por perto durante uma caminhada.

— É claro que isso é uma invenção que covardes usam para sair do nosso trabalho e estilo de vida. Quem seria o idiota que sairia por aí com armas como uma simples faca para enfrentar nossos homens bem treinados? Esqueça isso, não temos o que temer, é só uma lenda tão verdadeira quanto os deuses da criação, história para crianças.

O homem conhecido por seu olhar assustador e raciocínio lógico argumentou aos risos, ficando extremamente satisfeito ao ver mais de seus companheiros chegarem e entrarem no recinto. Seu peitoral enorme obrigava a uma grande parte da sua roupa ser rasgada e seu cabelo áspero e cheio o deixava com uma aparência unicamente apavorante e intimidadora.

— Certí-Certíssimo, meu Senhor. — O homem baixinho e de pernas vacilantes respondeu prontamente. Diferentemente de todos os presentes e aqueles que ainda chegariam ele só servia para guardar segredos e como testemunha de acordos importantes no mundo dos negócios. Engoliu em seco pela sétima vez e olhou hesitante para o teto frágil de ferro em estado crítico e esburacado, atento para caso algo surgisse do céu ele corresse por sua vida. — Certamente que esse assassino é invenção... um assassino que surge junto com as estrelas... imagine só...

Ao cair da noite a região como em qualquer lugar do mundo parava, a normalidade dormia para que as sombras agissem escondidas na brisa fria. O galpão já estava cheio naquela altura, armas espalhadas como meros brinquedos e malas com documentos e medicamentos ilegais empilhadas umas nas outras no chão, mas o pior do cenário era sem duvidas os homens despreocupados que pensavam que o destino não os daria o troco por tudo o que causaram até ali.