Capítulo 12 - O fim da floresta

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Uma parceria improvável nasceu.

Bruno devia sua vida ao garoto problema. Estava bem e vivo graças a boa vontade do adolescente que ele achava ser egoísta. As broncas e dramas que Dmitri fizera foram suficientes para ele voltar para a realidade e, assim, conseguiu acordar do pesadelo.

Dmitri utilizando a lógica e esperteza logo descobriu a história e os pontos fracos de Bruno. Estava aí a explicação do ódio obsessivo por Austin Black, porque, diferente dos outros, Bruno não foi tirado de sua família, ele estava buscando por uma. Quando foi para o orfanato o pequeno Bruno viu como uma nova oportunidade para ele de deixar o passado e a culpa para trás e ter uma vida normal, seguir em frente, mas Austin Black apareceu destruindo sua segunda chance e expondo para Palladino que ele era um assassino.

Então a força que o mantém vivo e querendo sobreviver é a vingança, entretanto, ao chegar em Mercurinonis, ele conseguiu o que mais queria, uma família. Nesse instante ele tinha medo, medo de perder seus amigos por culpa da vingança. Eles não o entenderiam, essa vontade de acabar com o comandante Black a qualquer custo.

Bruno tinha medo e insegurança, não queria deixar de lado sua vingança e também não queria perder seus preciosos amigos. Dmitri, porém, não achava que Bruno era covarde como os outros insistiam, agora, sabendo de seu passado, ele entendia as razões do outro. Bruno era na verdade corajoso por se permitir ter medo pela vida de outros, não era qualquer um que conseguia ser assim, essa era a opinião de Dmitri que estava guardada somente para ele mesmo.

E, claro, depois de tudo, ficou óbvio para Bruno que Dmitri não era um simples elementar e muito menos um mago ou feiticeiro. Dmitri era muito mais poderoso do que todos imaginavam. Não tinha conhecimento do livro do garoto, mas sabia que Dmitri era perigoso por conta da sua alta magia desconhecida, ou seja, os dois sabiam de mais um do outro e não tiveram outra escolha. Terão que trabalhar juntos para a paz e harmonia permanecerem.

― Nada aconteceu, entendeu? Somente nos perdemos na floresta por culpa do Ônix e suas brincadeiras nada engraçadas. ― Dmitri combinou com Bruno que apenas fez um gesto positivo com a cabeça, ainda muito abalado para falar alguma coisa.

Recuperados, mas ainda enfrentando a forte chuva que caía insistente neles, se levantaram e correram lado a lado para longe do local assombrado. Estavam indo sem rumo, uma vez que esqueceram o caminho de volta.

― Como conseguiu me ajudar? Digo... como conseguiu entrar nos meus pensamentos? ― Bruno questionou ainda confuso e desconfiado.

― Não sei, simplesmente aconteceu. ― Dmitri deu de ombros fingindo ser o mais burro e confuso da história, desviando seu olhar para um ponto qualquer do caminho.

Em um certo período do silêncio incômodo entre eles Dmitri fitava seus pés quando escutou gritos e sentiu tremores no chão. Os outros estavam em perigo! Sem avisar começou a acelerar mais seus passos enquanto Bruno o seguia berrando reclamações. O dia ficava pior a cada segundo que passava.

Enquanto Dmitri e Bruno enfrentavam árvores estranhas e memórias do passado o resto do grupo seguia com suas atividades em um ritmo tranquilo e organizado. Todos se juntaram no ponto de encontro combinado e começaram a montar uma pequena cabana de madeira, tentavam ser velozes pelo medo da chuva forte cair.

Até que a preocupação com a dupla surgiu. Os dois garotos estavam demorando muito e Lorrayne sentia um pressentimento ruim quanto a isso. Sayla se concentrava por pedido de Lola para sentir a presença dos dois, no entanto o que ela sentiu estava muito longe de ser eles.

Não era atoa que os animais estavam fugindo daquele ponto específico da floresta, talvez se Hector tivesse realmente avisado muita coisa poderia ter sido evitada. Tudo estava fácil de mais, sem monstros ou obstáculos para impedir a turma...

O Tempo é o inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora