Nem todas as histórias têm finais felizes, é cruel, mas é a realidade.
E o que nos resta é aceitar, é entender que nem tudo sai como esperávamos e, dessa maneira, tentar prosseguir mesmo com derrotas.
Entretanto, Lorrayne era teimosa demais para entender isso e apenas aceitar sem questionamentos, desistir não existia no vocabulário da garota, não existia em sua vida. Ela foi criada para vencer, para manipular suas batalhas e gostar de desafios, para sempre ter uma carta na manga no momento final. A dura realidade era que Lola não aceitava perder, porém, ela se encontrava em um mundo que ganhar era impossível.
Recuperaram os seus poderes ao pisarem na nova parte de Mercurinonis, o que só reforçava a teoria de Frederick. O gênio pensava que os poderes elementares não tinham desaparecido e sim estavam bloqueados por estarem na ilha. Talvez a ilha, por ser o primeiro lugar criado e que deu origem aos mundos, tinha uma energia tão forte que os poderes deles comparados com essa força eram minúsculos, o que explicava o porquê de não funcionarem por lá.
E também explicava o motivo de Dmitri não ter perdido suas habilidades pois, provavelmente, os seus poderes eram de uma fonte diferente da dos elementares, ele era forte o suficiente para ter conseguido ultrapassar o bloqueio.
Mas restou a dúvida do poder elementar do gênio. A habilidade de Frederick é complexa assim como todas que mexem com o cérebro. Ele tinha sido bloqueado, seu raciocínio não estava tão rápido quando antes, não conseguia finalizar seus cálculos novos e nem fazer uma teoria boa o suficiente, mas o seu conhecimento, adquirido ao longo de toda a sua existência nos dois mundos, continuava presente nele. Pois, uma vez dado, o conhecimento não pode ser retirado, então tudo o que o gênio tinha descoberto até chegar na ilha permanecia com ele.
Voltando ao principal...
Ao pisarem na nova parte de Mercurinonis era noite, como já esperado pelo grupo os portais têm um tempo próprio. Para eles era questão de segundos o transporte da ilha para ali, mas na verdade se passou dias, exatamente o tempo que levariam para chegarem até o local caminhando e fazendo pausas longas.
Nenhum deles no primeiro momento percebeu o trágico resultado, ficaram ocupados analisando o cenário macabro diante deles. De toda a aventura, de todos os locais que tiveram a oportunidade de conhecer, aquele era o mais assustador de todos e igualmente mais triste.
Lorrayne com a mão aberta, a palma para cima e levemente fechada como uma concha, invocou o seu poder de forma leve e inofensiva, criando uma pequena chama para iluminar a estrada em que estavam. Bruno também ajudou com faíscas fracas circulando sua pele.
― Esse lugar... ― Merópe Maia falou, sendo a que mais prestava atenção em tudo ao redor. Seus olhos azuis presos e fixos no chão debaixo de seus pés descalços, onde havia pequenas rachaduras que seguiam como uma linha reta para frente e para frente, como se fosse um caminho para seguir. ― Esse lugar é o mesmo do meu último pesadelo, ele existe mesmo, então há uma chance do homem que eu vi também estar aqui? Há uma possibilidade que eu saiba a história dessa região? A guerra dos elementares.
Conforme Lola e Bruno iluminavam o local o pavor crescia, escalando em uma velocidade absurda no coração de cada um deles. A terra era seca, incapaz de gerar uma única planta saudável e aquelas que lutavam já tinham apodrecido pela falta de nutrientes. O ar era pesado, dando a impressão que o oxigênio acabaria em instantes como no deserto, mas ao mesmo tempo a temperatura térmica era gelada, fria como a parte de Mercurinonis que pertencia ao inverno.
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O Tempo é o inimigo
FantasyExistem dois mundos completamente diferentes um do outro, Palladino e Mercurinonis. Apesar de suas diferenças eles sempre estiveram conectados, porém o motivo dessa estranha aproximação era desconhecido até pelos melhores cientistas. Essa união acon...