Primeiro beijo

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Fato histórico: Nikita Krushchev foi primeiro ministro da União Soviética entre 1958 e 1964.
Fonte Wikipédia



Acordei com batidas fortes na porta.

Ainda zonza, peguei um robe e o coloquei, ficando estranho caimento, ignorei e abri a porta.

Alguns funcionários da cozinha entraram com um carrinho, havia um café da manhã completo ali.

– Posso saber o motivo de estar recebendo café no quarto hoje? - perguntei bem humorada.

As meninas vestidas de branco me olharam envergonhadas.

– O senhor seu pai, mandou-lhe avisar que seu café da manhã será em seu quarto hoje. - falou direta e eu arregalei os olhos.

Por que Fidel tinha que ser tão protetor?

– Por favor se retirem. - falei fechando os olhos e lembrando da noite anterior - Depois eu mando buscarem.

Em meu peito, a raiva fluía com intensidade. O que meu pai estava pensando? Nikita mesmo disse que tinha tomado providencias.

Fui a casa de banho, eu precisava de uma banho de espumas para relaxar.



Depois de ter tomado banho e me vestido, tomei meu café calmamente e mandei um dos guardas chamarem alguém para recolher aquela bagunça.

Estranhando a ausência da minha tutora, sai do quarto. Helen não havia ido ao meu quarto hoje, será que tinha acontecido algo?

– Você. - fiz sinal para um dos guardas e ele me olhou inseguro - Sabe onde está Helen?

– Não senhorita. - falou e voltou a posição de antes.

Controlando minha vontade de revirar os olhos, fui até a biblioteca na intenção de encontrá-la.

Minhas aulas aconteciam ali, poucas vezes alguma lição era interrompida, era sempre muito monótono. As janelas estavam abertas e o ar fresco do jardim circulava pelo lugar. Inspirei o cheiro e fui até uma das janelas que dava duas de mim.

Com um sorriso no rosto, encarei cada planta delicada dali.

Mas algo chamou minha atenção, quase abaixo da janela em que eu estava. Arbustos se mexendo me fizeram enrugar a testa, o que era aquilo?

Escutei a risada forte de Helen, ela parecia estar entusiasmada. Para minha surpresa, Justin saiu do arbusto fechando um dos botões de sua calça.

Me abaixei com pressa. Eu não sabia o que estava sentindo, meu coração estava disparado, eu sentia um nó na garganta.

Eu não possuía imaginação suficiente para saber o que os dois estavam fazendo nos arbustos, mas que eles estavam juntos isso eu tinha certeza.

– Tenho que ir Senhor Krushev, o meu dever já deve estar por aí me rendendo boas broncas.

– Ela é uma boa garota! - falou maroto e tossiu - Digo, parece ser.

– Você não a conhece. Ela pode ser seu pior pesadelo se você brincar!

O que ela queria dizer com isso? Queria difamar minha reputação por caso?

– Gosto de meninas más. Posso ser melhor ainda em domá-las! - sua voz me deixou arrepiada e eu engoli seco.

Eu estava me sentindo muito mal ouvindo tudo aquilo.

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