Eu havia passado horas dentro daquele quarto, escrevendo e escrevendo, lágrimas desciam pelos meus olhos e meu pulso doía pela força que eu aplicava no lápis. Havia começado do início, tudo o que eu lembrava, todas as minhas emoções.
De fato eu não tinha ninguém a quem confiar, não tinha amigos, havia apenas eu e minha vontade insana de sobreviver. Não queria pensar no que fazer a seguir ou o que dizer, apenas queria escrever.
Enquanto estralava meu pescoço afim de aliviar a dor ouvi duas batidas na porta. Para entrar em meu quarto primeiro deveria passar pela sala de estar, quem estava batendo, batia direto no meu quarto.
Olhei com desconfiança, será que Justin não havia entendido que eu não queria ver ele tão cedo?
Ajeitei meu vestido e senti meu sangue ferver nas minhas veias, se ele não tinha entendido da primeira vez iria entender agora. Milhões de palavras rudes rondavam minha mente, qualquer coisa que pudesse magoar ele tanto quanto havia me magoado.
Abri a porta com rapidez e meus olhos encontraram olhos azuis receosos, não saberia dizer se era alívio ou decepção, mas meu peito murchou.
– Oi. - falou baixo - Posso entrar?
Olhei ao redor meio confusa, não esperava por Ryan ali, a não ser que...
– Se ele mandou você vir aqui, pode ir embora agora. - eu não reconhecia minha voz enquanto saía pelos meus lábios, parecia que eu era apenas uma telespectadora enquanto minha raiva assumia o controle.
– Não Vivian, vim aqui por livre e expontânea vontade. - levantou as mãos em sinal de paz - Está quase anoitecendo.
Dei de ombros, sabia o que ele iria dizer, eu havia ficado trancafiada no quarto o dia inteiro.
– E daí? Não estou muito afim de sair daqui hoje. - falei fria.
Em meu peito eu sentia um grande vazio enquanto uma dor, carregada de tristeza, parecia me paralisar.
– É uma pena, eu gostaria de te levar até um dos meus lugares favoritos. - ele colocou as mãos nos bolsos na calça social - Só abrem nessa época do ano.
Passei minha língua pelos lábios, não era minha intenção ser rude, mas eu não precisava da pena de ninguém, muito menos do melhor amigo do homem que me traiu.
– Olha só Ryan, não quero ser rude, mas não precisa fazer isso. - minha mão ainda estava na maçaneta da porta - Eu quero ficar sozinha.
Ele concordou com a cabeça, seu olhar caindo onde minha mão estava.
– Não acho que você vá acreditar, mas estou fazendo isso porque me importo com você e eu gostaria da sua companhia. - ele parecia sincero e determinado.
Respirei fundo e abri espaço, me sentei na cama e passei minhas mãos pelo rosto tentando de algum modo convencer ele a me deixar só.
– Vocês se importaram tanto comigo nos últimos meses. - falei irônica - Por favor Ryan, me deixe sozinha.
– Eu agi errado - ele parecia constrangido - errei em não ter dito nada ou até acobertado, mas estou aqui agora, você está sozinha em um país estranho, precisa de um amigo agora.
Soltei uma risada irônica e foi inevitável quando algumas lágrimas caíram.
– Obrigada por dizer quão ruim está minha situação. - falei agora com vergonha por ele ver minhas lágrimas.
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CUBA • JB
FanfictionO jeito como ele me tocava, não me parecia certo. Cada vez que ele chegava perto e me olhava transbordando malícia, eu sentia o meu eu interior vibrar. Mesmo eu sendo a garotinha de que tanto falavam, ele me queria e me via como mulher. Por Deus, de...