CUBA • JB

Eu faço tudo por você

Peguei no braço de Ryan e sorri diante da simpatia da recepcionista que logo nos indicou uma mesa, esperei ele gentilmente puxar a cadeira para mim e me sentei.

O ambiente era muito agradável, todo decorado em branco e a luz das velas fazia o clima ser perfeito.

Chamando o garçom Ryan fez três pedidos, a entrada que entendi como salada, o prato principal e a sobremesa.

– Existem muitas surpresas na culinária deste país, vou te apresentar algumas delas hoje. - sorriu calmo e logo uma vodka era servida em dois copos - Aqui é falta de educação negar.

Respondi seu sorriso malicioso com um revirar de olhos, percebi que ele não havia gostado daquilo mas ignorei, éramos de culturas diferentes e ele deveria aprender isso - eu não mudaria certos hábitos.

– Aqui a vodka é colocada no freezer por alguns dias e assim você pode degusta-la melhor. - ergueu seu copo e eu encarei por alguns segundos - Não tome tudo se não se sentir bem.

Concordei com a cabeça e levantei meu copo em brinde como ele, bebi um pequeno gole e me surpreendi pelo gosto.

– Bom, não é? - ele sorriu.

– Tenho que concordar. - falei baixo e deixei de lado, eu não tinha o costume de beber, era melhor esperar a comida.

E parecendo ter extinguido nosso estoque de assuntos para conversar, permanecemos em silêncio até a salada chegar.

– Aqui chamamos de salada Olivier, legumes e maionese, uma delicia. - falou olhando para seu prato.

Sorri fraco e peguei um garfo afim de comer também, o gosto não era estranho ou muito diferente do que eu estava acostumada a comer. Acabei comendo rápido descobrindo quão faminta eu estava, para minha sorte o prato principal não demorou a chegar.

– Hoje, como prometido, apenas pratos típicos daqui uh? - ele sorriu enquanto duas tigelas eram postas na mesa - Solyanka.

Antes que eu pudesse tocar na refeição, Ryan fez questão de contar do que era feita.

– Pepinos cozidos com salmoura com carne. - ele cheirou e sorriu - Ótimo para se aquecer nesse frio.

– Como sabe tanto sobre culinária? - perguntei curiosa.

– Ah, eu fiz o dever de casa antes de te trazer aqui. - falou rindo e voltamos a comer.

Porém algo que ele disse mais cedo me deixou curiosa.

– Você disse que algum lugar só abria nessa época do ano, qual? - perguntei torcendo para não ser o café em que estávamos mais cedo.

– Nenhum, só queria enfatizar para você vir logo. - o olhei incrédula e ele soltou uma gargalhada.

Quando menos vi a sopa havia acabado e eu estava cheia, provar todas aquelas comidas havia sido uma delicia mas meu corpo reclamava por descanso. Meu dia havia sido exaustivo para mim mentalmente, estava na hora de voltar.

Para minha sorte Ryan percebeu isso.

– O que acha de voltarmos, deixemos a sobremesa para outro dia. - sorriu.

– Por mim tudo bem. - agradeci com um sorriso fraco e aguardei quando o garçom voltava com a conta, pagando por tudo saímos do restaurante em silêncio.

Sorri em direção ao funcionário que tinha nos atendido e agarrei com força meu sobretudo, a noite estava levando consigo toda temperatura. Abrindo a porta para mim, agradeci o motorista e Ryan se sentou ao meu lado.